Revista

BRASIL-EUROPA

Correspondência Euro-Brasileira©

 

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Paranagua em Ernst Hengstenberg

Paranagua em Ernst Hengstenberg

Paranagua em Ernst Hengstenberg

Paranagua em Ernst Hengstenberg

colheita de cafe em Ernst Hengstenberg
colheita de cafe em Ernst Hengstenberg



 

Revista Brasil-Europa - Correspondência Euro-Brasileira 141/17 (2013:1)
Prof. Dr. A.A.Bispo, Universidade de Colonia
Dr. H. Hülskath e Comissão especializada

Organização de estudos de processos culturais em relações internacionais (reg. 1968)
- Academia Brasil-Europa -
e institutos integrados


© 1989 by ISMPS e.V. © Internet-edição 1998 e anos seguintes © 2013 by ISMPS e.V. Todos os direitos reservados
ISSN 1866-203X - urn:nbn:de:0161-2008020501

Doc. N°2963


A.B.E.


No Paraná à época do Barão do Cerro Azul (1849-1894) e litoral sul de São Paulo
De contrastes culturais entre regiões de imigração alemã
e cidades de antiga formação colonial luso-brasileira: Paranaguá, Cananéia, Iguape

Chile-Alemanha-Brasil. Aproximações à história cultural de relações comerciais e da diplomacia
O livro
Weltreisen de Ernst Hengstenberg (1903) oferecido a Ernst von Treskow (1844-1915) III

Alemanha-Brasil
Diálogos de Berlin-Charlottenburg pelos 30 anos do simpósio euro-brasileiro de renovação dos estudos da emigração alemã ás Américas
no ano da Cumbre Unión Europea-CELAC 2013

 

Nos estudos de relações entre a Alemanha e o Brasil, tema que recebe atenção especial  em 2013 (http://revista.brasil-europa.eu/141/Brasil-Alemanha-2013.html), o exame de processos culturais relacionados com a emigração de alemães e a colonização no Brasil surge como tarefa de central significado. Para desenvolvê-lo adequadamente, deve-se considerar os enfoques sob os quais a emigração/imigração foi vista e compreendida nas suas diferentes fases, contextos político-culturais e correntes de pensamento.

Em simpósio dedicado à emigração alemã à América, realizado na Alemanha por iniciativa brasileira e com o apoio de instituições alemãs e norte-americanas em 1983 sob a direção do editor desta revista, tratou-se da necessidade de uma atualização de perspectivas considerando-se o processo de integração européia e de países americanos.

Chamou-se a atenção ao fato de estudos da imigração e colonização alemã no Brasil terem sido até então conduzidos quase que exclusivamente sob o signo de relações bi-laterais a partir de imagens do presente das respectivas nações. Seria uma exigência da própria pesquisa e também dos novos referenciais estabelecidos pelo processo integrador europeu inseri-los em contextos mais amplos europeus e mesmo dos dois países especialmente envolvidos.

Um dos aspectos particularmente considerados disse respeito ao necessário cuidado diferenciador relativamente ao que se entende por cultura qualificada como alemã ou brasileira.

Essas adjetivações correspondem a um pensamento teórico determinado por categorizações do objeto que vem sendo reconhecidas há muito como questionáveis.

Lembrou-se que apesar de expressão de nacionalismo, a "alemanidade" (Deutschtum) foi compreendida como extrapoladora de limites geográfico-nacionais em tempos passados de movimentos político-colonialistas, de uma comunidade definida étnico-culturalmente para além de fronteiras de países e continentes, e que trouxe implicações para o processo de integração das comunidades criadas por imigrantes no Brasil.

Análises diferenciadoras de complexas interações e suas consequências para a consciência história, cultural e de identidade de brasileiros de ascendência alemã surge, como uma exigência para um desenvolvimento de estudos da imigração que não se limite a glorificações do passado em renovado tradicionalismo.

Forum RS da A.B.E. em 2002
Esses estudos vêm de encontro às tendências teóricas mais recentes referenciadas pelo conceito de Pós-Colonialismo. A atualidade de reflexões sobre concepções culturais do passado, suas possíveis permanências no presente e sobre os riscos de seu revigoramento manifestou-se no Forum Rio Grande do Sul no âmbito do congresso internacional para o encerramento do triênio de eventos pelos 500 anos do Descobrimento do Brasil em 2002.

Pressuposto para uma ivisão distanciada e refletida de compreensões de uma cultura alemã ou a uma "alemanidade" na cultura reside na consideração de concepções, imagens e correntes de pensamento nas suas inserções e desenvolvimentos históricos, o que faz com que surjam não como absolutas, mas como relativas.

A releitura de fontes do passado a partir da situação mais recente das reflexões teórico-culturais surge como imprescindível para o reconhecimento de contextos, causas, transformações e repercussões de correntes de pensamento e posições político-culturais.

Conservadorismo cultural nas colonias e ressonâncias da agitação pangermânica

Um exemplo de fonte até hoje pouco considerada e que surge como significativa em leitura mais atenta para a consideração de extensões no Brasil de um movimento baseado na "alemanidade" acima de fronteiras, do "alemão global" pouco após a sua constituição na Alemanha é o relato de viagens de Ernst Hengstenberg em regiões de colonização alemã do Brasil e de outros países sul-americanos em fins do século XIX (Ernst Hengstenberg, Weltreisen, Berlin: Dietrich Reimer, 1903). (http://revista.brasil-europa.eu/141/Chile-Alemanha-Brasil-Ernst-Hengstenberg.html)

Esse autor constatou já em 1893 a ação do Alldeutscher Verband em Joinville, um movimento de agitação então constituído no Império alemão, mais especificamente relacionado com questões de possessões coloniais alemãs na África, mas que também passou a defender a expansão alemã ao Leste. Esse programa colonialista e expansionista sob a argumentação da necessidade de espaço vital necessário à realização de interesses do homem e da nação e à sua defesa, relacionou-se necessariamente com tendências militaristas e glorificadoras da luta e da guerra, o que apenas pode ser compreendido a partir do complexo geral das concepções. (http://revista.brasil-europa.eu/141/Joinville-e-alemanidade.html) A análise desse edifício e de seus fundamentos surge, assim como tarefa de primordial significado para os Estudos Culturais em contextos que relacionam a Alemanha e o Brasil.

As palavras de Ernst Hengstenberg permitem constatar que o autor não era adepto desse movimento pangermânico de agitação nas suas expressões mais agressivas e radicais conhecidas na Alemanha. Êle via, porém, com simpatia a ação mais suave que o movimento agitatório desenvolvia no Brasil no sentido de revitalização patriótica alemã em fase na qual já não tanto os pioneiros, mas sim os seus filhos e netos determinavam a vida nas cidades fundadas pelos emigrados do passado.

O texto de Hengstenberg permite que se reconheça como um edifício de idéias que glorificava o pioneirismo do homem na sua imposição no mundo natural e até mesmo o seu direito como mais forte de defender os seus interesses na luta pela sobrevivência implicava ao mesmo tempo em mecanismos expansivos para fora e, contrariamente, concentradores e estreitadores para dentro da sociedade e do universo cultural do indivíduo.

Expansão para o exterior e estreitamento de visões - e de sentimentos - para o interior surgem como duas faces de mesma moeda, como dois mecanismos interligados de um sistema cultural.

Hengstenberg não apenas expõe com palavras pelo menos compreensivas o contínuo ímpeto dos emigrantes e seus descendentes de sempre derrubar novas florestas, de avançar para novas áreas virgens, de assimilar ou pressionar os índios cada vez mais para o interior, mesmo à custa de seu "desaparecimento" e ver nesses atos de domínio uma grande obra para a humanidade em geral. Êle também vê com bons olhos um movimento de consolidação, recuperação e fortalecimento não apenas cultural e de laços emocionais com a pátria dos pioneiros, mas também a manutenção e revitalização de uma pureza étnica.

Se na Europa houve em contextos do Alldeutscher Verband tendências antisemitas e antieslavas, em regiões de emigração extra-européia esses impulsos de fortalecimento da auto-consciência de grupo manifestaram-se diferentemente.

A conservação, revitalização e o fortalecimento de uma "alemanidade" cultural assim compreendida implicava numa diferenciação relativamente a modos de vida e expressões culturais sentidas da sociedade brasileira resultante da ação colonial mais remota dos portugueses.

Para além de menções que evidenciam preconceitos raciais relativamente a africanos e seus descendentes, o texto de Hengstenberg é marcado pelos contrastes que estabelece entre a exemplaridade de colonias alemãs "serra acima" e as cidades históricas do litoral. Em Santa Catarina, esse contraste evidencia-se na comparação de São Francisco do Sul com Joinville. O quadro que aqui transmite ao leitor europeu é ampliado com a descrição das diferenças entre a situação que encontrara nessa "cidade mais alemã" do Brasil e aquela ainda totalmente "luso-brasileira" do  litoral do Paraná e de São Paulo. (Cf. http://revista.brasil-europa.eu/141/Alemaes-e-critica-da-sociedade.html)

Hóspede do Barão do Cerro Azul (1849-1894), o maior produtor de erva-mate do Brasil

No seu livro de viagens publicado em 1903, Ernst Hengstenberg relata a sua estadia no Paraná seis meses antes de um trágico episódio da história republicana e que vem despertando nas últimas décadas particular interesse, levando a correções de apreciações históricas: a do assassinato do Barão do Cerro Azul, Ildefonso Pereira Correa.

Por essa razão, o capítulo referente ao Paraná na obra de Ernst Hengstenberg adquire atualidade, uma vez que oferece impressões da província exatamente à época do ocorrência histórica.

O relato de sua estadia em Curitiba foi escrito um ano após o assassinato do Barão do Cerro Azul, já estando Hengstenberg em Valparaiso, no Chile, onde recebeu a notícia do ato. Ernst Hengstenberg transmite ao leitor alemão uma descrição suscinta dos acontecimentos. Desse modo, o Barão do Cerro Azul e a situação agitada politicamente da época tornaram divulgadas na Alemanha.

"Chegamos a Curitiba, a capital da província Paraná, sede de um consulado profissional alemão. A cidade, situada a 920 metros de altura, localiza-se numa ampla caldeira. Tive a sorte de gozar da hospitalidade do barão do Cerro Azul. Seis meses mais tarde recebi a notícia telegráfica de que os revolucionários haviam lançado à prisãao esse excepcional industrial e benfeitor da província Paraná; buscaram-no secretamente à noite, tomaram um trem e, num trecho mais afastado, balearam-no. Para os revoltosos, uma razão suficiente para desconfiar de sua lealdade era que o Imperador Dom Pedro, o conde de Orleans e o conde d'Eu tinham no passado tinham ali morado." (op.cit. 153 ss.)

O Paraná foi visitado por Hengstenberg vindo por terra de Santa Catarina. Após a sua estadia em Curitiba, desceu a serra pela ferrovia ao porto de Paranaguá, visitando também Antonina. Dali partiu de navio em direção a Santos, com paradas em Cananéia e Iguape. Subindo a serra em direção a São Paulo, onde pouco restou, seguiu novamente de trem ao Rio de Janeiro. Em Curitiba,

Viagem de trem a Paranaguá comparada em beleza ao trajeto do Gotthardt

Ernst Hengstenberg oferece no seu texto uma descrição da viagem de Curitiba a Paranaguá que surge como uma das mais entusiásticas da literatura de viagens. O seu texto não apenas transmite à Alemanha o feito técnico da construção da ferrovia como obra extraordinária de engenharia, como também e principalmente como um dos mais belos trajetos ferroviários do mundo. O autor oferece um quadro literariamente empolgante das belezas naturais das florestas da Serra do Mar cortadas pela linha.

"Ao litoral leva uma das mais ousadas e belas ferrovias do mundo, com 111 quilômetros e em média 3% de declive. Foi construída com bitola de um metro pela Compagnie générale des chemins de fer brésiliens. Como muitos queriam ganhar com o empreendimento, a ferrovia custou a enorme soma de 17000 contos, ou seja, no câmbio de então, 34 milhões de marcos. Do planalto até a divisão de águas a 955 metros de altitude, a ferrovia corta amplos bosq    ues de pinheiros, Araucaria brasiliensis. Esses pinheiros que crescem aprumados como velas, sem galhos, abrem apenas em grande altura a sua forte coroa em forma de prato e pode ser utilizado para mastros de navios e madeira de uso.

Entre os quilômetros 60 e 67 encontra-se o ponto de maior brilho do trajeto e que lembra a via férrea de Gotthardt. Quanto à beleza, as montanhas cobertas de neve são substituídas pela vegetação exuberante em todos os tons intensivos de amarelo, vermelho e azul. O crescimento é tão rápido que a vegetação deve ser anualmente afastada até 20 metros da estrada. Ananás silvestres irradiantes em cor, cipós, rêdes, musgos e avencas envolvem as árvores gigantes. Vistas encantadoras! Cachoeiras, pontes audaciosas, abismos, rochedos íngrimes! O leito da ferrovia e encravado por vezes entre muralhas de pedra quase verticais; edificaram-se arrimos e taludes até 90 metros de altura." (loc.cit.)

Fotografia histórica de Paranaguá na obra de Hengstenberg

Ainda que a menção à baía de Paranaguá seja breve, a publicação inclui uma fotografia que mostra o autor em barco perante a cidade, onde foi levado a pessoa em companhia de pessoas da cidade que, para além de suas qualidades artísticas, adquire significado histórico-cultural.

Atentando-se com mais cuidado aos edifícios fixados fotograficamente, o observador pode constatar que a cidade, mantendo a sua fisionomia colonial, encontrava-se na época em bom estado de conservação. Poucas são os registros visuais de Paranaguá que testemunham de tal forma a sua beleza paisagística. Seguindo ao texto entusiástico de Hengstenberg sôbre o panorama descortinado na descida da serra, a vista de Paranaguá tem as suas qualidades ainda mais valorizadas.

Infelizmente, o autor pouco considera Paranaguá no seu texto. Parece ter também visitado Antonina, pois a menciona como cidade que tornara-se um solitário porto após a construção da ferrovia. A própria estrada da Graciosa, que ali tinha o seu fim, encontrava-se já em estado de avançada decadência.

Cananéia e Iguape como exemplos de uma indolência luso-brasileira

Ainda mais que Paranaguá, a inclusão de Cananéia e Iguape no relato de viagens de Hengstenberg levava ao conhecimento dos leitores alemães uma região pouco ou não conhecida do litoral brasileiro. Após descrever a saída de Paranaguá e citar a difícil entrada da barra de Cananéia, o autor, ainda que sempre manifestando o seu fascínio pela exuberante natureza de ilhas, costas e montanhas, transmite um quadro no qual Cananéia surge como triste cidade decadente. Não muito mais positiva é a imagem que oferece de Iguape, salientando aqui a atmosfera misteriosa de silêncio que sentia envolver a cidade.

"Passando pelas montanhas que muito se aproximam do litoral, o vapor Itaipava toma a sua viagem em direção norte através de uma série de ilhas rochosas de formação bizarra na zona externa de Paranagua. Tomou-se um ajudante para a difícil barra de Cananea na ilha do Abrigo, conhecida pela sua grande riqueza em plantas parasitas. Um local triste, quase a ruir. Aos fundos da estreita baía, encravada a fundo, encontra-se Iguape, uma localidade misteriosamente silenciosa em meio da planície costeira densamente coberta de florestas." (loc.cit.)

Essa decadência das cidades do litoral Sul de São Paulo serviu a Hengstenberg para trazer à consciência do leitor a diferença que existia entre localidades que não contavam com a presença do imigrante europeu e as florescentes colonias alemãs do Brasil.

Essa estagnação e mesmo ruína de empreendimentos de mineração, da agricultura e das cidades que não contavam na sua população com a energia do colono, em particular do alemão, eram segundo o autor resultados da indolência do homem, não da natureza. Esta era fértil e havia muito o que dela aproveitar, mesmo nas regiões de mangues do litoral.

Como Hengstenberg faz questão de salientar, essa decadência não era resultado também da abolição da escravatura ocorrida há alguns anos, como os republicanos queriam fazer crer nos seus ataques contra os monarquistas. Com isso, sugeria que era resultado do próprio homem, de sua constituição étnico-cultural.

"Nessa região tão ricamente abençoada pela natureza há falta de mãos de obra e de empreendedores ativos. O elemento estrangeiro incitador falta aqui de todo, e os brasileiros indolentes só dificilmente podem ser encorajados a alguma atividade mais enérgica. Abandonadas encontram-se minas de ouro e de ferro. Os campos de arroz são cultivados com desleixo. O Brasil recebe ano por ano um grande número de navios de carga com arroz da Índia, embora a cultura de arroz pudesse ali ser intensamente desenvolvida. Essa situação não reside na extinção da escravidão de 1888, pois a maior parte dos antigos escravos trabalha agora a salário. Há material ácido nos arbustos de mangue que apenas esperam a construção de fábricas de curtumes, e os numerosos peixes da baía uma pesca bem organizada." (loc.cit.)

Hengstenberg, cujo destino era o Rio de Janeiro, não seguiu diretamente à capital de navio, mas desceu em Santos, de onde subiu a serra em direção a São Paulo. A sua viagem, assim, é marcada por contínuas subidas e descidas de serras, de Santa Catarina ao Paraná, de Curitiba a Paranaguá, de Santos a São Paulo e, a seguir, ao Rio de Janeiro. Infelizmente, Hengstenberg nada registra a respeito de Santos ou mesmo de São Paulo. Preferiu também aqui que as fotografias falassem por si. A imagem que a publicação inclui de trabalhadores colhendo café substitui, assim, considerações sobre a importância do café cultivado na província e embarcado em Santos.

"Passando por um forte em ruínas ainda da época dos portugueses e atravessando um braço de mar muito estreito chegamos a Santos, o mundialmente famoso porto de embarcação de café da província São Paulo. O porto é ligado à capital da província de mesmo nome, situada a 800 metros de altitude por uma ferrovia de cremalheira íngrime, em cinco patamares ou interrupções." (loc.cit.)

Ciclo de estudos sob a direção de
Antonio Alexandre Bispo


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Indicação bibliográfica para citações e referências:
Bispo, A.A. "No Paraná à época do Barão do Cerro Azul (1849-1894) e litoral sul de São Paulo. De contrastes culturais entre regiões de imigração alemã e cidades de antiga formação colonial luso-brasileira: Paranaguá, Cananéia, Iguape. Chile-Alemanha-Brasil. Aproximações à história cultural de relações comerciais e da diplomacia. O livro Weltreisen de Ernst Hengstenberg (1903) oferecido a Ernst von Treskow (1844-1915) III". Revista Brasil-Europa: Correspondência Euro-Brasileira 141/17 (2013:1). http://revista.brasil-europa.eu/141/Teutos-e-lusobrasileiros-Litoral-paulista.html