Revista

BRASIL-EUROPA

Correspondência Euro-Brasileira©

 

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Universidade de Rostock. Foto A.A.Bispo

Universidade de Rostock. Foto A.A.Bispo

Universidade de Rostock. Foto A.A.Bispo

Universidade de Rostock. Foto A.A.Bispo

Universidade de Rostock. Foto A.A.Bispo

Universidade de Rostock. Foto A.A.Bispo

Universidade de Rostock. Foto A.A.Bispo


Universidade de Rostock. Fotos A.A.Bispo.
©Arquivo A.B.E.

Fotografiado Sudoeste da África no texto: P. J.M.Abs,
Der Kampf um unsere Schutzgebiete, unsere Kolonien einst und jetzt, Essen-Ruhr: Floeder 1926,160









 


Revista Brasil-Europa - Correspondência Euro-Brasileira 143/4 (2013:3)
Professor Dr. A.A.Bispo, Universidade de Colonia e Conselho Científico
Direção administrativa: Dr. H. Hülskath

Organização de Estudos de Processos Culturais em Relações Internacionais (ND 1968)
- Academia Brasil-Europa  -
e institutos integrados

© 1989 by ISMPS e.V. © Internet-edição 1998 e anos seguintes © 2013 by ISMPS e.V. Todos os direitos reservados
ISSN 1866-203X - urn:nbn:de:0161-2008020501


Doc. N° 2994






Karl Alexander Wettstein no Sudoeste da África Alemão (Namíbia) e em Santa Catarina
pressupostos de sua dissertação referente ao Brasil (Heidelberg, 1907)


A África na história colonial alemã nas suas implicações para o Brasil - o papel de Mecklenburg I


Ciclos de estudos "O Báltico e as relações Alemanha-Brasil", sessão de Rostock. Após 5 anos de viagens de estudos ao Espírito Santo, Meklenburg-Pomerânia Ocidental e países bálticos. Ano Brasil/Alemanha 2013 da A.B.E. pelos 30 anos do primeiro simpósio de atualização dos estudos da imigração e colonização alemãs nas Américas

 
Rostock. Foto A.A.Bispo

Realizou-se em abril de 2013, no âmbito dos ciclos de estudos dedicados ao tema "O Báltico e as relações Alemanha-Brasil", uma visita a Rostock, histórica cidade da antiga Hansa no Norte da Alemanha, importante centro cultural e universitário da região de Mecklenburg. (http://revista.brasil-europa.eu/143/Baltico-Brasil.html)


Essa visita deu-se após cinco anos da realização de ciclos de estudos em Mecklenburg-Vorpommern e que seguiu a viagem feita a regiões de colonização alemã no Espírito Santo, quando a atenção foi dirigida à necessidade de conhecimentos mais aprofundados dos contextos culturais de origem dos pomeranos e seus descendentes que marcam a história de regiões e várias localidades no Brasil.


Visitou-se, então, não apenas Rostock, mas também outras cidades e instituições de Mecklenburg-Vorpommern, em elas a sua capital Schwerin, a segunda maior cidade da região após Rostock, e cujo castelo - hoje Assembléia Estadual - foi, até o fim da Primeira Guerra Mundial, a principal cidade-residência dos duques e grão-duques de Mecklenburg.


Universidade de Rostock. Foto A.A.Bispo
A universidade de Rostock (Universitas Rostochiensis), cujo lema é Traditio e Innovatio, é a mais antiga da área do Mar do Leste ou Báltico e uma das mais antigas da Alemanha, remontando a sua fundação a 1419. Desde 1827 passou a Universidade da cidade de Rostock à égide do Grão-Ducado de Mecklenburg-Schwerin. A sua biblioteca, fundada em 1569, é a maior da região de Mecklenburg-Vorpommern.


Sob o aspecto dos estudos culturais em contextos globais, Mecklenburg-Vorpommern merece uma particular atenção devido ao papel que desempenhou na história dos empreendimentos e dos estudos coloniais da Alemanha, em particular daqueles concernentes à África.


O Duque Johann Albrecht zu Mecklenburg (1857-1920) foi, de 1895 a 1920, presidente da Sociedade Colonial Alemã (Deutsche Kolonialgesellschaft), fundada em 1887, presidida por Carl Peters (1856-1918) e cujo presidente de honra era o Príncipe Hermann E.F.B. de Hohenlohe-Langenburg (1832-1913), governador da Elsácia-Lotríngia.


Essa sociedade, da qual faziam parte representantes da indústria e das finanças, propagava a expansão colonial e atuava em relacionamento com o movimento pelo Deutschtum acima de fronteiras (Alldeutscher Verband).


O Duque Johann Albrecht zu Mecklenburg foi membro prominente de instâncias de relêvo para empreendimentos coloniais e de emigração, do Conselho Colonial e, a seguir, do Comitê Econômico Colonial, do dentro de informações para emigrantes, tendo presidido congressos coloniais realizados em Berlim em 1902, 1905 e 1910, onde promovia-se uma área disciplinar de "Ciências Coloniais", sendo membro do Institut Colonial International. Ainda que tendo as suas atenções sobretudo voltadas às colonias na África, onde realizou várias viagens, Johann Albrecht zu Mecklenburg também dirigiu as suas atenções ao fomento da emigração a países da América do Sul.


O significado de Mecklenburg-Vorpommern na história dos empreendimentos e estudos coloniais teve a sua continuidade através do seu meio-irmão, Adolf Friedrich zu Mecklenburg (1873-1969). Os seus conhecimentos relativos a questões coloniais africanas e a necessidade então sentida de maiores explorações justificaram que liderasse uma expedição científica à África Central, quando então atravessou o continente do Leste a Oeste.


Em 1910/11, dirigiu outro empreendimento de pesquisas na bacia do Tschad e da região dos afluentes superiores do Congo até o Nilo, com extensões em outras regiões, também ao Golfo da Guiné. Esses trabalhos, que tiveram a sua expressão em publicações e que foram reconhecidos por sociedades geográficas, repercutiram nos meios voltados a questões coloniais na Alemanha, contribuindo para o aumento de interesses pela África em círculos de influência política na Alemanha.


Com a sua nomeação a governador de Togo, em 1912, tornou-se o primeiro representante de uma família governante alemã a assumir cargo em colonia extra-européia.


Em 1918, foi previsto para assumir a coroa do Ducado Báltico Unido, proclamado em Riga, o que, porém não vingou.


Além de Vice-presidente da Sociedade Colonial Alemã, deu prosseguimento na década de 30 a viagens na África e na América do Sul a serviço do Conselho de Propaganda da Economia Alemã. Permaneceu, durante décadas, reconhecido como perito em questões relativas à África e à emigração em geral.


A África nos estudos e empreendimentos coloniais na Alemanha e o Brasil


Esse interesse por questões coloniais e de emigração, em particular referentes à África em círculos de influência da aristocracia alemã, como se manifesta nas mencionadas atividades dos duques de Mecklenburg não tem sido considerado com a devida atenção quanto às suas implicações para o Brasil.


Não apenas o trabalho de instâncias voltadas a empreendimentos e estudos coloniais trataram, ao lado da África como principal foco de atenção, de questões relativas às colonias na América do Sul. Experiências ganhas primeiramente na África - e precedidas por estudos na Alemanha - prepararam em diferentes momentos atividades de alemães em regiões de colonização alemã no Brasil.


Essas experiências em situações teuto-brasileiras, por sua vez, repercutiram nos estudos coloniais na Alemanha. Esse é o caso do oficial Karl Alexander Wettstein (*1872), que, após ter realizado trabalhos no Sudoeste da África Alemão, atuou como engenheiro em Santa Catarina, em particular em Blumenau, utilizando os conhecimentos ganhos para o seu trabalho de doutoramento, apresentado em Heidelberg, em 1907.


Dissertação referente às colonias teuto-brasileiras (1907) e seus pressupostos


No mesmo ano de 1907 em que Adolf Friedrich zu Mecklenburg realizava a sua famosa expedição transafricana, Karl Alexander Wettstein defendeu uma tese relativa ao Brasil, em especial a Blumenau. Esse trabalho até hoje surpreende pela quantidade de dados, pela sistematização do assunto e pela sua organização interna (Brasilien und die deutsch-brasilianische Kolonie Blumenau, Leipzig: F. Engelmann 1907).


Essa publicação, ilustrada com 34 imagens, 36 tabelas e dois mapas, adquire não apenas fundamental significado para os estudos históricos locais de Blumenau. Modelar sob diversos aspectos, deve ser considerada no seu significado para a difusão de conhecimentos relativos ao Brasil na Europa e para os estudos coloniais em geral na própria Alemanha do início do século XX.


Exige, porém, que seja considerada no contexto mais amplo dos estudos coloniais na própria Alemanha e das experiências do seu autor no Sudoeste da África Alemão, que prepararam as suas atividades no Brasil, co-determinando as suas experiências e observações.


Essa consideração dos elos entre o desenvolvimento colonial alemão na África e aquele das coloniais teuto-brasileiras evidencia-se sobretudo no capítulo da obra dedicado ao principal campo de atividades exercida por Wettstein em Blumenau - o da exploração de caminhos e de implantação de vias - e que, pelo seu significado, foi publicado à parte. (Die Verkehrsverhältnisse der deutsch-brasilianischen Kolonien Blumenau, ein Kapitel aus Brasilien und Blumenau, inaugural-Dissertation zur Erlangung der Doktorwürde der philosophischen Fakultät der Heidelberger Universität, Leipzig: F. Engelmann, 1907.


Da formação militar e técnica de K.A.Wettstein e de sua orientação à África


A dissertação de Wettstein inclui, como de uso, uma biografia do autor por êle próprio escrita e que hoje oferece significativos subsídios para a consideração de contextos de sua formação e de sua carreira profissional na África e no Brasil.


Tendo nascido em 1872 em Karlsruhe, Grão-Ducado de Baden, a sua formação deu-se em região marcada em especial pela emigração e pelo Liberalismo econômico. Baden salientou-se de forma particular na fundação do Império Alemão após a vitória na Guerra Franco-Prussiana de 1870/71.


Essa origem de Wettstein desperta especial atenção sob a perspectiva dos estudos brasileiros, uma vez que se constatam singulares afinidades entre o Grão-Duque Friedrich (1826-1907) e D. Pedro II quanto a atitudes, concepções, interesses e ações de promoção da cultura e das artes.


Após terminar o ginásio em 1891, K.A. Wettstein entrou como Avantgeur no 14° Batalhão de Pioneiros de Baden, dando início assim à vida militar que determinou a sua carreira. Tendo estudado três anos na Escola de Guerra de Kassel, tornou-se oficial em 1892. Como de rotina, atuou durante dois anos como oficial pioneiro na fronte.


Como etapa decisiva na vida de Wettstein surge a sua transferência à capital do Império, onde passou a estudar na Escola de Engenheiros de Berlim. Ali adquiriu a formação técnica que explica as suas atividades futuras.


A sua estada em Berlim deu-se em época marcada pelo debate colonial e a sua biografia indica um particular interesse por questões africanas e a sua intenção em atuar nas colonias. Assim, ao lado de seus estudos na Escola de Engenheiros, assistiu a aulas de Higiene Tropical no Seminário Oriental da Universidade e passou a aprender Suaheli.


Esses elos estabelecidos entre os estudos de Engenharia e aqueles práticos relativos às colonias explicam a sua especialização em questões de Topografia e Geodésia, necessários para demarcações e aberturas de vias, campo principal de suas atividades posteriores na África e no Brasil. Os seus estudos de Astronomia de Posição foram desenvolvidos no Instituto Geodésico de Potsdam.


Na Seção de Trigonometria do Comando Geral Militar, para o qual foi transferido em 1896, ganhou os conhecimentos de triangulação necessários para a sua atuação prática em medições e estabelecimentos de limites em situações estratégicas. Ainda no mesmo ano foi comandado à África Alemã do Sudoeste - hoje Namíbia - com a tarefa de realizar trabalhos de demarcação da área do Protetorado alemão.


Colonia Hanse Humboldt

Trabalhos de K.A.Wettstein no Sudoeste da África Alemão e na Colonia do Cabo


Como as suas próprias palavras sugerem, dedicou-se com particular empenho à realização dessas tarefas, fazendo constantes viagens para a consecução de triangulações numa distância de 90 kms entre Windhoeck e Hoordrans.


Atuou também em trabalhos de medição na Colonia do Cabo, realizando estudos no modelar Observatório da Cidade do Cabo. Foi nomeado, em 1898, a comissário alemão da Comissão de limites teuto-inglêsa. Esse cargo traz à consciência que a sua estada de mais de cinco anos na África decorreu em época marcada por tensões relativas a interesses coloniais das nações européias no continente, em particular, no caso, entre a Alemanha e a Inglaterra.


Em 1901, como consequência do excesso e das condições de trabalho, Wettstein adoeceu do sistema nervoso, tendo que retornar à Alemanha. Aproveitou sete meses de férias para proceder a estudos na Universidade de Heidelberg, que seriam encerrados apenas em 1907 devido à interrupção causada pela sua estada no Brasil.


Após ter passado um ano na fronte de Infantaria em Rastatt, e ter entrado na Academia de Guerra, em 1902, foi-lhe confiado, em 1903, um cargo de engenheiro para a abertura e construção de vias de comunicação em Blumenau.


Trabalhos de K.A.Wettstein em Santa Catarina


Como o próprio Wettstein sugere, Santa Catarina oferecia condições climáticas muito mais favoráveis do que o Sudoeste da África para a retomada de atividades de trabalho em situações coloniais.


Nas suas atividades como engenheiro a serviço da Companhia de Colonização Hanseática (H.K.G.), Wettstein participou de forma decisiva na exploração do território ainda em grande parte coberto de matas. A sua tarefa era a de abrir ligações entre as colonias como pressuposto para o desenvolvimento econômico das colonias.


Wettstein devia procurar caminhos que possibilitassem intercâmbios, preparar implantações de ferrovias, realizar para tal medições topográficas e estudar possibilidades de aproveitamento de cachoeiras. Com essa intenção, realizou viagens a diferentes colonias alemãs e cidades brasileiras, entre elas Neu-Württemberg, Baumschneiz, Porto Alegre e São Paulo.


Entre as suas principais atividades conta-se a da procura de um caminho de ligação entre Joinville e Blumenau. Como Wettstein expôs posteriormente em uma de suas publicações, ambas as colonias haviam sido criadas a partir de portos diferentes, São Francisco e Itajaí. Ambos os territórios, tinham permanecidos separados entre si devido às montanhas da serra.



Nas regiões mais afastadas de ambos grupos coloniais haviam surgido novas colonias da Sociedade de Colonização Hanseática, entre elas a Colonia Hansa Humboldt, que tocava a norte a colonia São Bento. Esta contava com grande número de imigrantes e exigia cada vez mais elos econômicos com as comunidades vizinhas. Por outro lado, a Colonia Hansa, a oeste de Blumenau, chamada de Blumenauer Hansa, devia ser mais intensamente povoada. Com permissão da Sociedade de Colonização Hanseática, o diretor local passou assim a procurar um caminho através da serra que separava os dois grupos coloniais.


Os trabalhos que sobretudo marcaram as atividades de Wettstein em Blumenau foram aqueles que serviram de preparação à instalação da estrada de ferro Blumenau-Hammonia a serviço de um sindicato ferroviário alemão e que duraram de 1904 a 1906. Com a mudança da concessão da ferrovia, encerra-se esse período da vida de Wettstein, que retornou a Heidelberg.


A situação viária no Brasil segundo Wettstein


O capítulo sobre a situação de tráfego da dissertação de Wettstein é dividido em uma parte geral e uma especial. A elas seguem-se, como adendos, um mapa do mundo, um mapa da comarca de Blumenau, o budget da ferrovia Paraná, as tarifas dessa ferrovia, uma tabela de câmbio, observações metereológicas em Blumenau, dados geográficos de portos brasileiros e uma tabela da emigração alemã entre 1871 e 1905.


Na parte genérica, o autor trata das vias de tráfego e seus efeitos na Economia. Considerando a Economia de Transportes, trata de relações de preços de transportes de cargas, nivelações de preços e seus elos com a produção, assim como questões de salários. Wettstein trata do caráter econômico dos meios de transportes, de seus grupos, dos investimentos de capital e da intensidade do tráfego. Especial atenção empresta aos meios de transporte como objeto da Economia em geral para o Govêrno do Estado e dos municipíos, entrando em considerações sobre a atuação da sociedade Hanseática, de pessoas particulares e de concessionários de ferrovias.


Na parte especial do capítulo, trata dos diferentes meios de transporte nas suas atividades respectivas. Sob essa perspectiva, considera picadas, caminhos transitáveis, ferry-boats e pontes. Quanto às ferrovias, trata de linhas em Blumenau e em alguns Estados do Brasil, em particular Paraná e São Paulo. Considera esses dados no contexto mais amplo da América do Sul, em particular na Argentina, tratando especialmente da estrada de ferro dos Andes.


Nessa parte do seu trabalho, estuda também outras vias de comunicação, tratando de correios e da telegrafia em Blumenau e Joinville, do tráfego fluvial nessas regiões e no Sul do Brasil em geral, dos portos de Itajaí, Guaratuba, S. Francisco, Florianópolis, Massiambu, Imbituba, Ararangua e Laguna, assim como navegação costeira e a oceânica.


Para a realização de seus trabalhos em Santa Catarina - e para a sua tese de doutoramento - Wettstein procurou obter amplas informações relativas ao desenvolvimento ferroviário no Brasil.

No seu trabalho, oferece dados relativos a largura de bitolas e à quilometragem de várias ferrovias: Estrada de Ferro Central do Brasil, São Paulo Railway Co., Companhia Paulista de Vias Ferreas e Fluviais, Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, Estrada de Ferro União Sorocabana e Ituana, Companhia E.F. Itatibense, Companhia E.F. Araaraquarense, Companhia Interesses Locais, Estrada de Ferro do Bananal, The Minas and Rio Railway, Companhia Agricola Fazenda Dumont, Companhia Ramal Ferreo Campineiro, Estrada de Ferro Funilense, Companhia E. F. do Dourado, The S. Paulo Tramway Light & Power Co. Ldt (linha de Santo Amaro), Companhia Ferro-Carril Santista e Tramway da Cantareira. (op.cit. 66)

Empreendimentos ferroviários em Santa Catarina e no Sudoeste da África Alemão


Esses empreendimentos ferroviários em Santa Catarina decorreram em época na qual se intensificava a construção alemã de estradas de ferro na Sudoeste da África Alemão.

O estabelecimento de vias férras tornava-se ali necessário sobretudo para a exploração de riquezas minerais - cobre, estanho e ferro -, e essa exigência acentuou-se com o descobrimento de minas de diamantes, como em Kimberley, em 1903, próxima à baia de Lüderitz.

Em poucos anos ali se construiram linhas que ligavam o litoral com o planalto no interior das terras: Swakopmund-Otavi, Swakopmund-Windhuk, Lüderitz-Keetmannshoop e Kalkfontein. O desenvolvimento econômico da exploração de minas, como o uso da força de trabalho africana, relacionou-se com intuitos de assentamentos coloniais em regiões mais altas de planalto, mais aptas à aclimatação dos alemães e ao desenvolvimento da pecuária e da agricultura, também aqui com o uso da mão de obra nativa.

Ciclo de estudos sob a direção de
Antonio Alexandre Bispo


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Indicação bibliográfica para citações e referências:
Bispo, A.A. "Karl Alexander Wettstein no Sudoeste da África Alemão (Namíbia) e em Santa Catarina
pressupostos de sua dissertação referente ao Brasil (Heidelberg, 1907)". Revista Brasil-Europa: Correspondência Euro-Brasileira 143/4 (2013:3). http://revista.brasil-europa.eu/143/Karl-Alexander-Wettstein.html