La Bourdonnais e a mandioca no Índico
ed. A.A.Bispo

Revista

BRASIL-EUROPA 155

Correspondência Euro-Brasileira©

 

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N° 155/3 (2015:3)



Mahé de La Bourdonnais (1699-1753) e a mandioca no Índico - sua rejeição e imposição

O Brasil na colonização e na história da escravidão nas Mascarenhas


Pelos  350 anos da chegada dos franceses à Île de France  comemorados em Saint Malo, França
e nos 450 anos do Rio de Janeiro

Imigração, Estudos Coloniais e Colonialismo 2015


 

O episódio do ataque, da batalha, da conquista e da pilhagem do Rio de Janeiro e de grande número de navios de seu porto pelo corsário bretão René Duguay-Trouin (1673-1736), em 1711, não pode ser esquecido como um dos momentos mais negativos da história da cidade no ano em que se comemoram os seus 450 anos.

Calcula-se que o corsário espoliou mais de 60 navios comerciais além de outras naves, exigindo da cidade grande soma em dinheiro. Em 1706, atacou em Lisboa, ainda que sem sucesso, uma frota de três naves com mantimentos e carga militar que chegava do Brasil. (Veja)

Esses momentos pouco felizes da história o Rio e do Brasil como então colonia portuguesa exigem ser considerados em contextos globais das relações internacionais da sua época e de uma história política, comercial, de atividades de corsários, flibusteiros e piratas que se guiava e justificava por critérios e argumentos que hoje surgem como questionáveis e insustentáveis.

A pirataria não pertence porém ao passado em determinadas regiões do globo, o que vale também para ações que foram historicamente desenvolvidas por corsários e flibusteiros. Poder-se-ia também lembrar da atualidade da pirataria no sentido mais amplo do termo, por exemplo na área antes imaterial de bens intelectuais e direitos autorais.

Saint Malo. Foto A.A.Bispo 2007. Copyright
Para a discussão da problemática da ação espoliadora na história e no presente das relações euro-brasileiras, a A.B.E. realizou, em 2008, um ciclo de estudos na cidade portuária de Saint-Malo na Bretanha, conhecida não só pela sua história naval, comercial-marítima e militar, pela seu poderio material no passado, como também pelo fato de ter sido berço e centro de corsários que adquiriram riquezas e fama com os seus suspeitos feitos. (Veja)
Já o fato de ter sido René
Saint Malo. Foto A.A.Bispo 2007. Copyright
Duguay-Trouin reconhecido pelo rei Luís XIV com títulos da marinha real, como cavaleiro da Ordem Real e Militar de São Louis e celebrado em Saint-Malo com uma estátua trouxe ao debate o problema da perspectiva, do posicionamento na visão de decorrências, fatos e indivíduos em historiografias nacionais.
Corsários e piratas tiveram os seus questionáveis e mesmo criminosos feitos justificados pelo fato desses virem a encontro de interesses econômicos e político-
Saint Malo. Foto A.A.Bispo 2007. Copyright
militares de determinadas nações em esfera global de conflitos, no caso de Saint-Malo dos interesses franceses em confronto com holandeses e ingleses e respectivos aliados.

Esse debate acentuou a necessidade de uma superação de tais delimitações através da procura de um sistema de referenciações mais abrangente na análise de processos históricos e segundo princípios que não podem ser relativados, - éticos -, preocupação que determina os trabalhos euro-brasileiros desenvolvidos pela A.B.E..

Mauricio. Foto A.A.Bispo 2015. Copyright
Celebração dos 350 anos de chegada à Île de France em Saint-Malo

A consideração das dimensões globais desse campo de tensões internacionais nos séculos XVII e XIII adquire renovada atualidade em 2015 pelo fato de celebrar-se, em Saint-Malo, com cerimônias, conferências, visitas e cruzeiros, um outro malouin navegante, homem de guerra e de negócios, proveniente da nobreza bretã: o capitão da marinha e posteriomente Admiral Mahé de La Bourdonnais (1699-1753), vulto da história da Compagnie française des Indes orientales.

Já o termo Mahé salienta o significado de La Bourdonnais para os estudos do Índico, pois passou a fazer parte de seu proprio nome após a sua atuação na conquista de Mahé na costa do Malabar, em 1724. É através do seu nome que uma localidade da Índia hoje surge como designação de uma ilha do arquipélago das Seychellas e também num dos bairros de Maurício.

Após ter atuado como Governador de Île de France e Réunion desde 1733, delas tomando posse em 1735, quando desenvolveu extraordinárias atividades colonizadoras, comandou a partir de 1740 uma divisão  nos mares do Índico. Para garantir a supremacia da marinha francesa no Índico em concorrência com a inglesa quando da guerra de sucessão da Áustria (1740-1748), combateu de forma vitoriosa a partir de 1744 a Companhia Britânica das Índias Orientais, tomando Madras (1746).

Evitando a destruição da cidade em troca de retribuição em dinheiro, foi acusado de ferir interesses da Companhia francesa, dando origem a perseguições e à sua deposição como Governador das Mascarenhas. Após uma estadia na Martinique, retornou anonimamente à Europa em 1748, sendo porém reconhecido, preso e encarcerado na Bastilha.

Apenas em 1752 foi libertado. Na prisão, escreveu as Mémoires (Paris, 1750), obra que hoje representa importante fonte de estudos históricos. A sua detenção foi causa de polêmica, sendo que importantes personalidades da política e da cultura procuraram defendê-lo, o que deu origem quase que um mito de La Bourdonnais. À sua memória contribuiu a biografia publicada em 1827 pelo seu neto, Louis-Charles Mahé de La Bourdonnais.

As comemorações de 2015 em Saint-Malo são promovidas pela Association des Amis de Mahe de La Bourdonnais devotada à memória de La Bourdonnais em cooperação com outras entidades, entre elas com a Société d‘histoire et d‘archéologie de Saint-Malo.

A memória de Mahé de La Bourdonnais também é perpetuada com um monumento no porto de Saint-Malo. Comemorada é a sua chegada à Île de France, atual Maurício, marcando o início de um período de implantação e consolidação colonial francês no Índico.

Ainda que há muito já não mais na posse política da antiga Île de France, perdida para os ingleses no contexto conflitante da época bonapartista, a França ainda se encontra presente não só do ponto de vista cultural nessa esfera em La Réunion, a antiga Île Bourbon, que possui nada menos do que um status de departamento e região do ultramar. A comemoração de Mahé de La Bourdonnais adquire, assim, amplas dimensões, pois relembra as bases históricas de uma ilha que é hoje parte da França e da União Européia e cujos habitantes são cidadãos europeus, ou seja, que pode ser vista como Europa no Índico.

A lembrança da chegada de Mahé de La Bourdonnais na ilhas adquire para os estudos culturais um significado particularmente relevante pelo fato de salientar o seu papel na colonização das ilhas, na promoção da cultura de terras e do seu cultivo por mão-de-obra escrava, trazendo à consciência as inserções de processos coloniais e da escravidão em contextos globais de conflitos de intereses comerciais e de poder de potências européias.

Esses 350 anos de início de um empreendimento colonial surgem naturalmente sob diferente luz em dependência da nação ou da perspectiva daqueles que os relembram, sendo celebrado positivamente antes por parte de La Réunion ou da França metropolitana, rememorado antes ambivalente por parte de Maurício e considerado mesmo negativamente em posicionamentos marcados pela crítica do colonialislismo e da escravidão.

Em todo o caso, a consideração de Mahé de La Bourdonnais adquire atualidade para os estudos de história colonial em dimensões globais e de Colonialismo como processo nos estudos culturais como vem sendo desenvolvidos pela A.B.E. e que têm a sua expressão em ciclos e conferências internacionais no corrente ano. Mahé de La Bourdonnais adquire um significado particular para estudos de processos culturais relacionados com o Brasil, pois não só esteve no país como aproveitou de conhecimentos que ali ganhou nas suas atividades de promoção colonial na Île de France e Île Bourbon.

Monumento a La Bourdonnais em Port Louis, Mauricio

La Reunion. Foto A.A.Bispo 2015. Copyright

Tanto a praça principal de Port Louis, a Place d‘Armes, como aquela ao lado do palácio governamental de Saint-Denis, capital de La Réunion, são marcadas por estátuas monumentais de B. F. Mahé de la Bourdonnais.

Em Maurício, emancipado apenas há algumas décadas da égide britânica, esse vulto recorda a história da fundação da capital do país em 1735, em época na qual a Île de France era centro da presença francesa no Índico e que ainda hoje se mantém na cultura e mesmo na francofonia de grande parte da população do país de língua oficial inglesa.

Já em 1859 levantou-se em sua homenagem uma coluna com o seu busto em Port Louis. O grande monumento que marca a praça central dessa capital foi levantado por ocasião da celebração do bi-centenário de Port Louis a 19 de agosto de 1935 pelo então Governador britânico de Maurício, Wilfrid Jackson, pelo prefeito da cidade, Raoul Rivet, assim como por comitês comemorativos: o do Bi-Centenário presidido por Léon Leclézio e o da organização „Souvenirs Historiques de l‘Ile Maurice“, que tinha Lélio Michel como Secretário Geral.


Monumento a La Bourdonnais em Saint-Dénis, La Réunion


Em La Réunion, a antiga Bourbon, o monumento a Mahé de La Bourdonnais, adquire ainda maior significado pelo fato de recordar o empenho especial de colonização de uma ilha que é hoje departamento e região do ultramar francês. O monumento celebra assim uma personalidade da história da própria França, representando uma justiça póstuma a um vulto que passou os seus últimos anos na Bastilha.

O monumento em Saint-Denis encontra-se no bairro denominado de Barachois, quarteirão histórico da barra na qual teve inicio a cidade, dando nome à praça ajardinada que representa um dos pontos de maior significado urbano da capital de La Réunion. Encontra-se nas proximidades do palácio do Govêrno, o que salienta o seu significado simbólico.

O monumento apresenta em relêvos na sua base os estreitos elos do processo histórico que levou à colonização da Île Bourbon com a navegação, em particular com a militar, com as guerras nas quais Mahé de la Bourdonnais esteve envolvido na Europa, na Índia e no Sudeste Asiático e, e, sobretudo, com as atividades colonizadoras que desenvolveu. São diferentes lados de um só bloco.

O desenvolvimento da agricultura surge aqui em estreito relacionamento com o comércio, com a construção de moradias e implantação urbana, mas também - em plásticas nos outros lados do monumento - com a navegação e as guerras internacionais, tematizando assim de forma visual não apenas os diferentes aspectos da personalidade e da ação de De la Bourdonnais, mas também do processo colonial.

O relêvo que lembra Mahé de la Bourdonnais como colonizador, planejador, fomentador do comércio e mesmo construtor da antiga ilha de Bourbon simboliza essa ação colonizadora com planos e projetos, instrumentos de engenharia, de trabalho - pás e picaretas -, cabana, barris, plantas úteis e produtos agrícolas.

Papel do Brasil na ação colonial de La Bourdonnais

O que é pouco lembrado é o papel desempenhado pelo Brasil na vida e nas atividades colonizadoras de B. F. Mahé de la Bourdonnais. Esse significado é salientado por êle próprio nas suas Memórias, escritas durante a sua prisão na Bastilha.

No prefácio do editor, lembra-se que Mahé de la Bourdonnais, mais conhecido nas Índias do que na sua pátria, após ter feito que a França triunfasse nas extremidades do globo, retornou para ser posto sob ferros e perder a sua vida sacrificada num último suplício. Durante os primeiros anos de sua detenção, privado de toa a comunicação com a sua família, e de tudo o que seria necessário para escrever, encontrou no seu espírito os meios de traçar a sua justificação. Compôs as suas memórias, onde todas as ações de sua vida foram expostas com a franqueza de um mareante.

Como Mahé de la Bourdonnais relata, ao chegar às ilhas Mascarenhas não havia praticamente comércio. Foi êle que primeiramente fêz plantações de canas de açúcar e construiu uma primeira usina açucareira que ainda produzia à época do fim de sua vida, gerando rendas para a Companhia Francesa das Índias.

La Bourdonnais lembra que foi êle que estabeleceu também as fábricas de algodão e indigo. Um tinha o seu escoamento em Surate, Moka e na Pérsia, o outro na Europa. Seria para êle indubitável que esse comércio representava o meio mais seguro para conservação e o enriquecimento das colonias, sendo para isso necessário ter-se o cuidado de manter os estabelecimentos por êle iniciados.

À sua chegada, a agricultura não era menos negligenciada do que o comércio nas ilhas, e a indolência dos habitantes os impedia de tirar proveito dos terrenos tão produtivos. De la Bourdonnais fêz com que fossem cultivados todos os cereais necessários para a subsistência dos habitantes, prevenindo os males decorrentes do fato de não haver ano que os habitantes não fossem levados a se dispersar nas matas para procurar caça e más raízes para que pudessem viver. Graças a seu trabalho, as ilhas passaram a poder fornecer amplamente alimentação a seus habitantes, e isso sobretudo após ter La Bourdonnais introduzido a mandioca.

A mandioca, assim, segundo as memórias de De la Bourdonnais, foi o principal meio para transformação de uma vida de caçadores e coletadores à àquela de agricultores nas ilhas Mascarenhas, assim como o da fixação da população, o da sua não redução pelas constantes saídas às matas. Teria sido assim a mandioca fator decisivo na superação de situação de povo de caçadores e coletadores, de nomadismo à sedentariedade.

A mandioca na alimentação dos escravos no Brasil e sua naturalização no Índico

Mahé de la Bourdonnais explica nas suas memórias que tomara conhecimento da mandioca durante a sua estadia no Brasil. Ali observara que essa planta crescia sem exigir muitos cuidados, que ela não pedia muito cultivo, que podia ser colhida com o trabalho de apenas dez africanos, que fornecia suficiente alimentação para cem homens, ao menos, e que, após uma leve preparação, tornava-se bem sadia apesar de seu suco venenoso, e que bastava em todo o Brasil para a alimentação dos escravos.

Quis, assim, fazer a experiência do plantio da mandioca nas ilhas. Transportou-a ao Índico e esta adaptou-se maravilhosamente. Ainda mais, no novo habitat, a mandioca passou a poder ser consumida sem perigo pelos escravos que as colhiam, sem precisar ser preparada para perder o seu perigoso sumo como acontecia no Brasil.

La Bourdonnais aprendeu assim no Brasil procedimentos que possibilitavam a alimentação fácil e barata de escravos, permitindo a sua manutenção em grande número pelos proprietários e, consequentemente o seu aumento através da aquisição de novos. Esse aprendizado, transportado para o Índico, levou também não só a uma maior efetividade do trabalho dos escravos existentes, como também ao aumento de seu número e, consequentemente, de sua procura.

Preconceitos contra a mandioca brasileira como problema colonial

Mahé de la Bourdonnais salienta a naturalização dessa preciosa raiz nas colonias insulares do Índico como um de seus maiores feitos colonizadores. Acreditava ter feito um serviço essencial às colonias, mas este apenas pôde ser realizado com grandes dificuldades, pois a população tinha grandes preconceitos contra a planta.

Para implantá-la, porém, foi necessário empregar a sua autoridade governamental, obrigando o povo a plantar mandioca à força. Foi necessário baixar ordenanças para sujeitar os proprietários a plantar 500 pés por cabeça de escravo.

Os colonos e os escravos, na sua maior presos a seus antigos costumes e avessos à autoridade, fizeram o possível para descreditar as medidas, sendo que alguns chegaram mesmo a destruir as plantações, nelas derramando clandestinamente água fervente.

Posteriormente, os colonos, mais esclarecidos, reconheciam e aprovavam a utilidade da mandioca. Esta os colocava ao abrigo da fome, uma vez os vendavais frequentes destruiam as colheitas de plantas que produziam grãos ou estas eram estragadas por pragas. A mandioca, ao contrário, sobrevivia, servindo de alimento não só para escravos, mas também para o proprietário europeu e para os mestiços. Tornou-se, assim, quase que símbolo do nascido nas ilhas, compreendendo-se o seu significado emblemático nas reflexões relacionadas com questões do criolismo.


Da mandioca à defesa e a atividades construtivas - resistências quanto a inovações

Mahé de la Bourdonnais não apenas cuidou da prover a alimentação dos habitantes através da cultura da terra, mas também, a partir dela, passou a dedicar-se à segurança das ilhas e à construção de edifícios para serviços essenciais.

Ao chegar, não encontrara nem casas de comércio, nem fortificações, nem hospitais, nem operários, nem tropas, nem marinheiros. A situação era tão desesperadora que muitas vezes pensara em renunciar à tarefa.

Por todo lado, assim como encontrara resistência quanto ao plantio e consumo da mandioca, encontrou tambem resistência a atividades construtivas de defesa e moradia. Essa resistência era devida em parte à mentalidade dos habitantes e à situação insular tropical que, pelas suas condições climáticas e pela sua abundância natural, oferecia condições para uma vida de subexistência tranquila e fácil, não motivando empreendimentos ambiciosos.

Um mestiço como mestre-de-obras e instrução de escravos a pedreiros

La Bourdonnais não encontrou ali os engenheiros que julgara encontrar ao sair da França, pois estes tinham-se dispersado devido a disputas e querelas, alguns voltando à França com os seus planos, outros retirando-se à via particular. Todo o corpo de indivíduos de intelecto reduzira-se a um mestiço indiano que dirigia a construção de um pequeno moinho a vento.

As únicas construções que La Bourdonneis encontrou na Île de France ao chegar foi a de um depósito ainda inacabado e uma pequena casa para o engenheiro-chefe.

A obra de construção desenvolveu-se intensamente em menos de quatro anos, também na ilha Bourbon. Na falta de engenheiro e arquiteto, De Bourdonnais assumiu essas funções. Como tinha aprendido matemáticas e fizera estudos de fortificações, esteve em condições de realizar planos que foram aprovados pela Companhia.

Para a sua execução, formou operários de toda o tipo, juntando a maior quantidade possível de negros, e fazendo com que aprendessem com os mestres-de-obra que em pequeno número passou a dispor. Como La Bourdonnais salienta, não se poderia imaginar o trabalho que lhe dera obrigar escravos e mestres a aprender e a ensinar, encontrando aqui tambem resistências de todo tipo. Entretanto, em pouco tempo chegou a possuir a quantidade de trabalhadores que necessitava.

A obtenção de materiais não foi menos difícil. Tornava-se necessário cortar árvores, pedras, transporá-las, não havendo nem caminhos, nem cavalos, nem veículos. Foi obrigado, assim, a abrir caminhos. (ibidem)

La Bourdonnais é assim celebrado pela sua atividade infatigável em ambiente tropical marcado por lentidão e languidez, auto-suficiente para as suas necessidades locais, principal agente de uma mudança de mentalidades e iniciador de uma nova fase marcada por trabalho e desenvolvimento comercial e econômico, necessário para a obtenção de lucros para a Companhia Francesa das Índias. Essa mudança de modo de vida tropical apenas tornou-se possível através de sua ação autoritária e decisiva na implantação de disciplina e exigência de sujeição à autoridade. Essa ação autoritária na introdução de uma ética de trabalho foi mitigada por uma atitude de benevolência paternal relativamente aos colonos. Através de sua ação, as ilhas francesas puderam competir com aquelas dos domínios de potências protestantes, dos ingleses e dos holandeses.

De ciclo de estudos da A.B.E.
sob a direção de

Antonio Alexandre Bispo


Todos os direitos reservados

Indicação bibliográfica para citações e referências:
Bispo, A.A.(Ed.).“ Mahé de La Bourdonnais (1699-1753) e a mandioca no Índico - sua rejeição e imposição. O Brasil na colonização e na história da escravidão nas Mascarenhas“.
Revista Brasil-Europa: Correspondência Euro-Brasileira 155/3 (2015:03). http://revista.brasil-europa.eu/155/Bourdonnais_e_a_mandioca.html


Revista Brasil-Europa - Correspondência Euro-Brasileira

© 1989 by ISMPS e.V. © Internet-edição 1998 e anos seguintes © 2015 by ISMPS e.V.
ISSN 1866-203X - urn:nbn:de:0161-2008020501


Academia Brasil-Europa
Organização de Estudos de Processos Culturais em Relações Internacionais (ND 1968)
Instituto de Estudos da Cultura Musical do Espaço de Língua Portuguesa (ISMPS 1985)
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Editor: Professor Dr. A.A. Bispo, Universität zu Köln
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Fotos A.A.Bispo, Seychelles, Mauricio, La Réunion
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