Nacional-conservativismo e realismo social
ed. A.A.Bispo

Revista

BRASIL-EUROPA 164

Correspondência Euro-Brasileira©

 

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San Francisco. Foto A.A.Bispo 2016 Copyright

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Foto A.A.Bispo 2016©Arquivo A.B.E.

 


N° 164/7 (2016:6)



Reinterpretações do passado latino no século XX
O
Spanish Colonial Revival na arquitetura
e a interpretação social-realista de desenvolvimentos na arte mural
da
Post Chapel do Presidio de San Francisco

 
Uma preocupação nos estudos que consideram o nacional e o nacionalismo sob o impacto do seu recrudescimento no presente tem sido o de considerar desenvolvimentos, concepções e anelos tanto nos seus elos de continuidade como nas suas diferenças segundo épocas e regiões.

As atenções tem-se voltado sobretudo a processos que levaram à formação de estados nacionais na Europa do século XIX e aqueles que retomaram-nos sob novas condições e com diferentes acentos e características após a Primeira Guerra Mundial. (Veja)

Retomando uma discussão brasileira em San Francisco

A necessidade dessas análises veio à consciência primeiramente nos estudos voltados à música no Brasil em meados dos anos de 1960, uma vez que o nacionalismo de entre-guerras estabeleceu uma visão e critérios de apreciação de desenvolvimentos que desqualificaram grande parte do passado. Este foi também o caso da Itália, onde, em círculos de liderança do movimento renovador, procurou-se distância relativamente à ópera dominadora da vida musical e que passou a ser considerada como expressão ultrapassada e de uma burguesia conservadora. (Veja)

No exemplo de A. Carlos Gomes (1836-1896), celebrado na Itália por razões políticas por ocasião do seu centenário na era fascista, em 1936, evidenciam-se os problemas que surgem com a consideração do compositor e de sua obra segundo critérios posteriores e não adequadamente a partir daqueles da sua época. (Veja)

A situação italiana pode levar à suposição que esse problema se coloca sobretudo em estados marcados por desenvolvimentos que levaram ao fascismo, ao nacionalismo ou ao autoritarismo não-democrático do Estado Novo em Portugal ou no Brasil. A consideração de desenvolvimentos nos Estados Unidos pode contribuir ao esclarecimento de processos nas suas dimensões globais, tanto no período anterior como nas décadas que se seguiram à Primeira Guerra.

A discussão das questões que aqui se levantam com processos político-culturais das décadas de 1920 e 1930 nos Estados Unidos diz respeito à arte e à Estética em geral. Ela foi conduzida em visita da Post Chapel, bem cultural de significado histórico e artístico localizado na área do Presidio de San Francisco, próxima à Golden Gate e ao Fort Point National Historic Site.Trata-se de uma área que hoje tem funções antes culturais e que abriga sociedades e representações de instituições e escolas.

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Colóquio na Post Chapel - descobrimento da Califórnia por navegador português

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Em colóquio com Dan Johnson, antigo militar e músico, residente na área, considerou-se primeiramente o significado histórico-cultural da capela na tomada de posse e na colonização de costa do Pacífico dos Estados Unidos.

Considerou-se o papel português na história dos descobrimentos e os estreitos vínculos da história missionária com a militar e civil à luz da atualidade dos estudos da atuação dos Franciscanos devido à recente canonização de Frei Junípero Serra (1713-1784) pelo Papa Francisco. (Veja)

As primeiras referências ao interesse da Espanha por essa região datam do século XVI: duas expedições foram enviadas a reconhecê-la e
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Hernán Cortés (1485-1547) registrou uma península entre um golfo e o oceano, designando-a como Califórnia.

Como seu descobridor oficial é visto João Rodrigues Cabrilho (1499-1543), navegador português a serviço da Espanha. Cabrillo foi o primeiro europeu que desceu à terra em Point Loma, em San Diego, no dia 28 de setembro de 1542, local por êle denominado de São Miguel. A seguir, a sua expedição passou pelas futuras localidades de San Pedro, Santa Monica, San Buenaventura, Santa Barbara, Point Concepcion, Santa Maria, atingindo a região de San Francisco, sem, porém, entrar na baía.

A região era habitada por grupos indígenas Muwekma Ohlone, extintos no decorrer dos desenvolvimentos que se seguiram. A entrada para a baía, difícil devido à neblina e ao estreito, foi apenas encontrada em 1775 e os primeiros europeus ali se estabeleceram em 1776, celebrando-se em 2016 os seus 140 anos.

A história missionária relembrada por motivo da canonização de Junipero Serra

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Estreitos foram os elos desde o início entre o estabelecimento militar, a colonização e a Igreja. Os missionários fundaram a missão em laguna que denominaram de Nuestra Señora de los Dolores, concomitantemente com um presidio. A cidade foi denominada pelos missionários de San Francisco de Asís.

Após a Guerra Mexicano-Americana, a cidade passou, em 1846, aos Estados Unidos. Nas décadas que se seguiram, com a corrida do ouro na Califórnia, experimentou um extraordinário crescimento de sua população e desenvolvimento, tornando-se a cidade centro econômico da Califórnia e centro cultural da costa do Pacífico. Foi procurada por renomados músicos e compositores que viajaram pelo mundo e que contribuiram à vida musical local. Com a vinda de numerosos imigrantes da Irlanda, acentuou-se a transformação cultural no sentido de uma anglosaxonizão do idioma, de costumes, de consciência histórica e de elos com a Europa.

Após o terremoto e o incêndio de 1906, que destruiu grande parte da cidade e que chamou a atenção internacional à cidade, San Francisco experimentou uma fase marcada pela dinâmica de sua reconstrução. Esse desenvolvimento acentuou-se após a Primeira Guerra, atingindo um ponto culminante em fins da década de 20 e início da e 30 com a construção da Golden Gate Bridge e da Oakland Bay Bridge, que facilitaram as comunicações por terra. Na década de 1930, a cidade adquiriu projeção internacional com a Golden Gate International Exposition realizada na Treasure Island.

Após a exposição, a área tornou-se ponto de apoio da U.S.-Marine, situação qu perdurou até 1996.

Fort Point, levantamento da cruz e a capela do Presidio na sua história

O local onde a Golden Gate Bridge atinge a terra no Fort Point foi aquele no qual os dois sacerdotes espanhóis que chegaram à área da baía vindos de Phonix, em 1776, levantaram uma cruz.

Entre as primeiras construções do Presidio erigiu-se uma pequena capela e o forte inaugurou as suas atividades com a celebração de missa e sua dedicação. Essas relações estreitas entre o poder eclesiástico e o militar manteve-se também à época em que a região pertenceu ao México.

Com a passagem da Califórnia aos Estados Unidos, esses estreitos mantiveram-se, mudando-se porém vínculos confessionais. A orientação passou a capelães militares anglicanos/episcopais. Um primeiros soldados americanos que ocuparam o Presidio foi significativamente um capelão, Thaddeus Leavenworth (1802-1893), em 1846, uma personalidade que entrou na história local como mayor de San Francisco.

Em 1864, a U.S. Army construiu uma pequena capela de madeira ao lado da antiga capela da época espanhola e mexicana. Essa capela serviu à comunidade militar até o início do século XX. Reconhecendo-se a necessidade de uma capela maior e mais apropriada a seu significado, providenciaram os meios financeiros para a construção da atual igreja.


Nessa capela, celebraram-se os atos de culto da Army até 1995. A passagem da égide militar à civil foi celebrada com solenidade na qual participaram grande número de personalidades de relêvo. Nela manifestou-se sobretudo a tradição interconfessional do local, e que se distingue sobretudo no diálogo judaico-cristão.

O Interfaith Center assumiu o encargo de custódia da Main Post Chapel, levantando fundos para a renovação e possibilitando o seu acesso ao público. A sua restauração foi dirigida por J. Gordon Turnbull, FAIA, de Page e Turnbull, firma de renome na área de restauração de bens arquitetônicos.

A capela como significativo exemplo do Spanish Colonial Revival na California

A Post Chapel adquire significado arquitetônico como significativo exemplo do estilo Spanish Colonial Revival dos anos de 1920 e início dos anos de 1930. Nele retomaram-se elementos das antigas igrejas das missões franciscanas dessa parte da costa norte-americana e que foram estreitamente relacionadas com as atividades de Frei Junipero Serra e seus sucessores.

O edifício, com uma só nave, com campanário de três andares, foi construído em concreto, com cobertura em estrutura de madeira baseado em princípios construtivos das antigas missões. Para imitar a antiga técnica de adobe, as paredes receberam tratamento rústico. O sino de bronze do campanário data de 1933.

O elemento plástico-arquitetônico mais representativo e que mais distingue a igreja é o seu portal, significativo exemplo do neo-barroco californiano de entre-guerras e que, também refletindo-se em edificações civís, marcou a fisionomia arquitetônica da Califórnia e mesmo de construções em outras partes do mundo.

Os vitrais da Post Chapel

A nave recebe luz filtrada em vitrais elevados que acentua o aspecto de espaço fortificado. A luz traspassa representações artísticas de temática militar. O vitral instalado sobre a entrada é dedicado à 30th Infantry Regiment, com a representação de soldados participantes da Primeira Guerra Mundial.

A configuração artística dos vitrais das onze janelas da igreja, financiada por várias organizações de veteranos de guerra, foi obra de Willemina E. A. M. Ogterop (1881-1974), imigrante proveniente dos Países Baíxos, membro da First Congregational Church of Oakland e e atuante no Cummings Art Glass Studio de San Francisco.

Nelas tematizam-se virtudes militares como a coragem, a lealdade, a justiça, a verdade, a reverência, a honra, o sacrifício e o martírio. A American Legion contribuiu à realização do vitral da coragem, a Grand Army of the Republic à lealdade,  a dos veterenos da guerra americano-espanhola à da justiça, e os veteranos das guerras no Exterior à das janelas dedicadas à verdade, à reverência, à honra e ao sacrifício. As três janelas centrais do coro representam a esperança, o amor e a fé.

À memória de soldados que serviram no Presidio colocaram-se placas nas paredes da capela. Aos capelães da Army criou-se um memorial em granito erigido à frente do edifício em 1973, criando-se, em 1975, um jardim memorial. A êle adjacente, levantou-se, em 1986, um memorial aos veteranos da guerra do Vietnam.

O mural de Victor Mihail Arnautoff (1896-1979): The Peacetime Activities of the Army

A Post Chapel adquire porém o seu principal interesse para estudos da Estética nas suas inserções em processos político-culturais pelo fato de possuir uma significativa obra do movimento mural latino-americano. Trata-se do painel mural que ocupa um alpendre lateral realizado sob a direção de Victor Mihail Arnautoff, artista nascido na Ucrânia à época do Império Russo e que,
imigrado, desempenhou relevante papel nas artes e no ensino artístico da Califórnia, onde tornou-se professor da Stanford University.

Esse mural, pelo seu estilo, representa um contraste com o historicismo que se manifesta na arquitetura e no neo-barroco do seu portal.

É justamente esse contraste, que torna a leitura de sentidos do conjunto complexa, que faz com que a Post Chapel adquira significado supra-regional nos estudos culturais. Ela manifesta uma concomitância e tensão entre tendências político-culturais nas artes no período de entre-guerras, de proximidades e distanciamentos quanto a anelos nacionais, sociais e de interpretação de desenvolvimentos históricos e que levaram a que artistas e músicos passassem de posições conservadoras nacionais à esquerda, ou do socialismo à direita.

Por uma razão especial adquire essa obra de Arnautoff significado para os estudos referenciados segundo o Brasil: os paralelos de sua história de vida com aquela de imigrantes teuto-russos que, no Brasil, desempenharam significativo papel na vida musical.

Paralelos na trajetória de russos que imigraram para o Brasil

Assim como alguns desses russos que se transferiram para o Brasil, Victor Mihail Arnautoff pertenceu a esfera influente do império czarista. Foi  oficial de cavalaria e membro da "armada branca", chegando a receber cruz da ordem de São Jorge. Com as tensões internas na Rússia e que levaram à revolução de 1917, saiu da Rússia, dirigindo-se à China e, posteriormente, imigrando a San Francisco.

Essa sua trajetória apresenta similaridades com as da família Kipmann, apenas que estes se dirigiram ao ocidente, à Criméia, Turquia, Europa Central e Brasil. Tem-se assim, nesse paralelo, exemplos de dois caminhos distintos da imigração russa: um em direção a leste, outro a oeste.

Também sob o aspecto político-cultural poder-se-ia considerar paralelos, pois em ambos os casos os imigrantes inseriram-se em círculos com tendências de renovação da sociedade e da cultura.

No caso daqueles que seguiram o caminho do Ocidente, foi nesses anos que entraram em contato com compositores, intelectuais e artistas da Europa Central e da Itália que procuravam a renovação de pensamento e das artes após o fim do Império Áustro-Húngaro e da reconstrução de rêdes de contatos com os países que contra êle haviam lutado. Entre êles, salientaram-se aqueles da esfera do Mozarteum de Salzburgo e de italianos do círculo liderado por Gabriele d'Annunzio (1863-1938). Um marco de importância e significativo da cooperação de artistas de diferentes ou indistintas tendências políticas foi o Festival Internacional de Música de Câmara de Veneza de 1926. (Veja)

No caso da imigração em direção leste de Victor Mikhaul Arnautoff  a San Francisco, o caminho político-social levou a convicções socialistas e à proximidade ao partido comunista. Nesse desenvolvimento, desempenhou papel importante o fato de passar a dedicar-se à pintura mural a fresco.

A arte mural em complexos processos de orientação política

Após a sua formação na California School of Fine Arts, inseriu-se na tradição da pintura mural latinoamericana que teve a sua expressão maior no México, para onde se dirigu e onde estudou com Diego Rivera (1886-1957). Quando este artista veio a San Francisco, ofereceu-lhe a oportunidade de trabalhar na decoração mural do Palácio Nacional no México. Também atuou em trabalhos artísticos no palácio de Cortez em Cuernavaca.

Adquiriu, assim, conhecimentos de processos químicos de composição de tintas e da técnica da pintura a fresco e murais, inserindo-se não apenas numa tradição pictórica que possuia raízes na arte do a fresco italiano como também na corrente do movimento mural artístico mexicano com as suas conotações políticas de esquerda.

Arnautoff foi encarregado da realização do muro leste da capela do Presidio em fins de 1934. Tinha, anteriormente atuado como diretor técnico do mural do Coit Tower. A obra, no seu programa, evidencia uma proposta da entidade militar responsável que, no seu conservativismo, surge em tensão com a linguagem estética do artista. A obra foi financiada por oficiais da Thirtieth U.S. Infantry.

Composição do mural: ponte entre o passado e o presente sob o signo militar

Configurada em três partes, o seu centro devia ser dedicado à religião, tendo S. Francisco rodeado de árvores como figura dominante. Do lado esquerdo, abrindo a leitura visual do conjunto, devia ser representada a história da Califórnia nos seus primórdios. À direita, o mural devia tratar do desenvolvimento da ciência, do rádio e da participação de engenheiros militares no projeto da Golden Gate Bridge, examinando e aprovando o projeto.

Estabelecia-se assim um visão histórica marcada pela idéia de um desenvolvimento civilizatório sob o signo da religião e que, iniciando-se com a estreita colaboração entre missionários, militares e comerciantes, teria culminado com a atuação dos militares no progresso técnico em tempo de paz. Tematiza a ação dos militares no desenvolvimento da rádio-comunicação, no combate a incêndios florestas e, através dos seus engenheiros, em projetos no Canal do Panamá. Na representação da vistoria do projeto da ponte, Arnautoff procurou manifestar, na expressão do oficial, a dúvida de que a ponte levaria à remoção do Ft. Point.

O mural teve repercussão altamente positiva na imprensa e no público, tendo sido considerado como coerentemente projetado e brilhantemente executado. A sua colocação no alpendre lateral da capela, aberto, surgia como adequada, pois a obra podia ser apreciada no todo, sendo voltada a uma paisagem dominada pelo Presidio e pela baía. Os visitantes podiam assim apreciar a obra e o panorama que dali se descortinava e o mural oferecia elementos para uma leitura histórico-cultural da paisagem.

Rússia na história da costa do Pacífico e na obra de um artista russo

Um outro paralelo com a atuação de imigrantes russos no Brasil pode ser considerado no caso de Arnautoff. Também êle entrou em contato com a colonia russa - e judaica - de San Francisco, nela atuando. Esse fato assume particular importância no caso da costa do Pacífico norteamericana, uma vez que foi ela visitada por comerciantes de peles russas nos primeiros anos de sua história. Esse fato é considerado pelo artista na primeira parte de sua obra, onde apresenta o trato com os indígenas, a participação destes na caça de animais e no fornecimento de peles.

Entre as figuras históricas representadas no mural, o pintor incluiu Maria de la Concepcion Marcela Arguello (1791-1857), nascida no Presidio, filha do comandante, também ali representado. Tornando-se noiva do russo Nikolai Rezavov, foi personagem de um romance que teve fim trágico com a morte de Nikolai em cavalgada na Siberia, onde esperava obter licença para o casamento. Uma prova de sua morte foi enviada a San Francisco. Maria de la Concepcion, entrando para a Ordem Dominicana, em 1851, tornou-se a primeira nativa que tornou-se religiosa em San Francisco, sendo os seus restos conservados no St. Catherine Convent em Benicia.

Esses elos do mural da Post Chapel com  Rússia na história de San Francisco e nos círculos da imigração russa de San Francisco revelam um outro paralelo com a atuação de imigrantes teuto-russos fugidos da Revolução de 1917 no Brasil.

Também em São Paulo esses imigrantes atuaram em estreita cooperação com a colonia russa, fato até hoje pouco considerado nos estudos culturais. A divulgação de obras de compositores de vanguarda no movimento da música moderna centro-européia e italiana em fins da década de 20 e início dos anos de 1930 em São Paulo teve lugar sobretudo em sociedades austríco-alemãas, foi, porém, marcada pela problemática cultural da imigração russa.

Documentos conservados em idioma russa comprovam a modernidade dessas iniciativas e o seu significado na história da música contemporânea no Brasil. Também aqui constatou-se a indefinição política ou a concomitância e a transpassagem de fronteiras entre tendências socialistas e nacionalistas.

A posição de Arnautoff evidenciada na Post Chapel,segundo a qual a própria obra artística, apesar de criada e executada em ambiente marcadamente conservador poderia contribuir a um espírito crítico que levasse a uma transformação de mentalidades e do sistema oferece assim perspectivas para análises mais diferenciadas e compreensivas de questões que se levantam no estudo da vida cultural de São Paulo de fins da década de 1920 e início dos anos trinta e que adquirem hoje singular atualidade.

De ciclo e estudos da ABE sobre a direção de
Antonio Alexandre Bispo


Indicação bibliográfica para citações e referências:
Bispo, A.A.(Ed.).  "Reinterpretações do passado latino no século XX. O Spanish Colonial Revival na arquitetura e a interpretação social-realista de desenvolvimentos na arte mural da Post Chapel do Presidio de San Francisco“
. Revista Brasil-Europa: Correspondência Euro-Brasileira 164/7(2016:06). http://revista.brasil-europa.eu/164/Coloquio_na_Post_Chapel.html


Revista Brasil-Europa - Correspondência Euro-Brasileira

© 1989 by ISMPS e.V. © Internet-edição 1998 e anos seguintes © 2016 by ISMPS e.V.
ISSN 1866-203X - urn:nbn:de:0161-2008020501


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Instituto de Estudos da Cultura Musical do Espaço de Língua Portuguesa (ISMPS 1985)
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Editor: Professor Dr. A.A. Bispo, Universität zu Köln
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