Reflexões de outono: J. Maurício e Villa-Lobos
ed. A.A.Bispo

Revista

BRASIL-EUROPA 169

Correspondência Euro-Brasileira©

 
Kruen. Foto A.A.Bispo 2017. Copyright

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Walchensee e Krün. Fotos A.A.Bispo 2017©Arquivo A.B.E.

 


N° 169/1 (2017:5)



Áustria/Alemanha/Brasil: relações musicais em reflexões de outono europeu
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830) e Heitor Villa-Lobos (1887-1959)
no debate das últimas décadas à luz de desenvolvimentos do presente

Pelos 250 anos de nascimento do Pe. J.M. Nunes Garcia
e dos 30 anos do
Primeiro Congresso Brasileiro de Musicologia no ano do centenário de Villa-Lobos (1987)


 
A presente edição da Revista Brasil-Europa - o quinto número de 2017 -, oferece textos concernentes a reflexões encetadas em setembro e outubro do corrente ano em diferentes regiões da Alemanha e da Áustria.

Os seus artigos condensam conteúdos de troca de idéias, contemplações, meditações e estudos levados a efeito com convidados brasileiros da Academia Brasil-Europa. Repetiu-se, agora no outono europeu, visitas a diversas cidades alemãs e austríacas realizadas na primavera do corrente ano com outros brasileiros convidados pela A.B.E..

Em outros ambientes e atmosferas naturais e culturais, sob o impacto de novas impressões e conhecimentos, procurou-se considerar, à distância no tempo e no espaço, ainda que informalmente, aspectos dos trabalhos e do desenvolvimento do pensamento referentes ao Brasil das últimas décadas e do presente.

O outono favorecendo reflexões: avaliando frutos de diálogos e cooperações

A defasagem das estações na Europa relativamente àquelas do Brasil representou importante fator nesse intento de olhar situações e evoluções à distância do
Walchensee Foto A.A.Bispo 2017. Copyright
contexto brasileiro dos observadores.

Vindos da primavera do hemisfério sul, transportaram-se para o outono do hemisfério norte, vivenciando outros processos do ano natural, deslocados daqueles do seu próprio contexto cultural, as visões do próprio contexto de viajantes passam a ser marcadas pelo impacto causado pelas transformações da natureza entre o verão e o inverno, pela gradual diminuição dos dias, pelo aumento da umidade, pela coloração da natureza vegetal no cair de folhas e pelas muitas expressões culturais próprias dessa época de colheita, também em sentidos extensos do termo.

O deslocamento do observador brasileiro a uma situação natural e cultural contrastante àquela da qual proveio favorece a compreensão das experiências opostas, daquelas vividas por observadores europeus ao transportarem-se para o Brasil.

Em ambos os casos, contribuem para uma intensificação de vivências no fascínio causado pelas diferenças, para uma abertura de mente e alma para com outros posicionamentos, para um distanciamento que relativa olhares por demais determinados pelo próprio contexto de origem.

Essa experiência contribui para a compreensão em empatia do vivenciado por aqueles que participaram no diálogo euro-brasileiro das últimas décadas e aguça a sensibilidade para o reconhecimento da influência dessa translocação na própria consideração dos temas considerados. Contribui, assim, para a melhor compreensão do interrelacionamento entre os estudos de processos culturais e aqueles de pensadores e pesquisadores, de desenvolvimentos do conhecimento e da ciência.

Neste sentido, o outono europeu cria no observador estados psíquicos e mentais marcados pela contemplação da natureza dourada entre o ápice do amadurecimento e o fenecimento, entre a alegria da colheita e a nostalgia do passado, favorecendo rememorações e a lembrança daqueles  que já não vivem mas que deixaram frutos e sementes de sua atuação. Correspondentemente, a memória de personalidades já falecidas, de intercâmbios e encontros do passado dominam os textos aqui publicados.

A música no foco das atenções: 250 anos do Pe. José Maurício Nunes Garcia

Entre aqueles que participaram dos diálogos eurobrasileiros das últimas décadas, merecem ser particularmente lembradas nesta edição as personalidades que se dedicaram a questões concernentes à música pelo fato do Brasil comemorar os 250 anos de um de seus maiores compositores, o Pe. José Maurício Nunes Garcia.

Esse vulto da história da música no Brasil foi o primeiro músico brasileiro a ser reconhecido no seu valor na Europa através de referência ao Brasil no Allgemeine Musikalische Zeitung de Viena.

A lembrança dessa referência após 200 anos de sua publicação surge como de significado para os estudos culturais em relações Brasil-Europa e dirige a atenção em especial à Áustria e ao sul da Alemanha. Foram assim nessas regiões e suas cidades que se desenvolveram primordialmente as reflexões.

Walchensee. Foto A.A.Bispo 2017. Copyright
Entre elas, destacou-se Salzburg, cidade natal do autor do texto do Allgemeine Musikalische Zeitung, Sigismund von Neukomm (1778-1858). Salzburg não pode deixar de ser considerado nos estudos euro-brasileiros também e sobretudo pelos seus elos com o Brasil no século XX, em particular através da importante atuação de músicos formados no Mozarteum na vida musical, na pesquisa e no ensino de São Paulo.

Essa formação de músicos que posteriormente desempenharam relevante papel no Brasil, em particular Martin Braunwieser (1901-1991) deu-se sob a orientação de Bernhard Paumgartner (1887-1971), compositor, regente, professor, musicólogo, organizador inovativo. Paumgartneer foi o principal responsável por desenvolvimentos que se estenderam ao Brasil, seja o interesse por antigos mestres - ao lado da música contemporânea e de países não-europeus -, seja pelos seus estudos não só sobre W. A. Mozart como também sobre J.S.Bach e F. Schubert. (Veja)

O ano de seu centenário -1987 - coincidiu com aquele dos 100 anos de nascimento de Heitor Villa-Lobos (1887-1959), celebrado com a realização do Primeiro Congresso Brasileiro de Musicologia, promovido pela Sociedade Brasileira de Musicologia em colaboração com o Institut für Studien der Musikkultur des portugiesischen Sprachraumes (ISMPS) com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo e outras entidades governamentais e particulares.

30 anos do I Congresso Brasileiro de Musicologia no centenário de H. Villa-Lobos

Esse congresso merece ser recordado por muitos motivos, uma vez que reuniu grande número de pesquisadores dos estudos voltados à música no Brasil, muitos deles já falecidos. A memória daqueles que mais se empenharam nas preparatórias e na realização do congresso determinou, em espírito de gratidão, as reflexões de outono aqui publicadas.

Recordar alguns aspectos desse congresso - o que pode ser feito apenas gradualmente - surge como uma exigência para o próprio desenvolvimento dos estudos, uma vez que os seus anais, por razões materiais, apenas puderam ser publicados em número limitado. (Anais do Primeiro Congresso Brasileiro de Musicologia, São Paulo, 27 de janeiro a 1° de fevereiro de 1987, ano de comemorações do centenário de nascimento de Heitor Villa-Lobos (1887-1959). Publicações do I.S.M.P.S. e.V. e da Sociedade Brasileira de Musicologia. Colonia/São Paulo: ISMPS 1991).

Entre os estudiosos que mais devem ser lembrados salienta-se Cleofe Person de Mattos (1913-2002), a mais destacada estudiosa do Pe. José Maurício Nunes Garcia e que, como ex-presidente da Sociedade Brasileira de Musicologia, empenhou-se intensamente na realização do congresso pelo centenário de Villa-Lobos.

Em muitas ocasiões, no Brasil e na Europa, Cleofe Person de Mattos tomou parte do intercâmbio internacional de idéias e projetos. Essa coooperação levou já em 1981 à consideração do Pe. José Maurício Nunes Garcia e Heitor Villa-Lobos como dois maiores vultos da história da música no Brasil na abertura de simpósio internacional realizado em São Paulo. A lembrança desses dois  grandes compositores em concerto no Palácio dos Bandeirantes teve como um de seus intuitos trazer à consciência a complexa riqueza de questões historiográficas que se levantam e que se revelam como de significado também para o presente das reflexões culturais.

Foi através do empenho de Cleofe Person de Mattos que foi possível fomentar a difusão de obras de José Maurício na Alemanha, e na qual salientou-se Rudolf Brauckmann (1930-2016), o recentemente falecido mestre-capela da catedral de Augsburg, (Veja)

Foi sobretudo através do seu empenho que participaram do congresso em São Paulo personalidades dos estudos dedicados a Villa-Lobos do Rio de Janeiro e que, com a sua presença, estabeleceram pontes entre visões, anelos e conceituações do passado e as preocupações do presente do ano do centenário.

A memória de alguns dos participantes do congresso pelo „Ano Villa-Lobos“

O principal mentor de vários daqueles que participaram dos diálogos que levaram ao congresso de 1987 foi Luís Heitor Correa de Azevedo (1905-1992), personalidade que desempenhou papel relevante nos estudos culturais relacionados com o Brasil no Exterior. Por motivo de seus 80 anos, preparou-se uma coletânea em sua homenagem e que contribuiu para inserir o congresso no desenvolvimento de décadas do desenvolvimento do pensamento. (Veja)

Com Eurico Nogueira França (1913-1992), voltou à tona das discussões a sobrevivência ou a presença continuada da obra e do legado de Villa-Lobos, uma questão várias vezes levantada nos anos que se seguiram a seu falecimento. Essa questão relacionou-se estreitamente com aquela do nacionalismo musical, o que a faz ainda hoje particularmente atual no presente marcado pelo recrudescimento de tendências nacionalistas em vários países, também na Áustria e na Alemanha. A atualidade da lembrança de Eurico Nogueira França reside sobretudo no fato de ter êle salientado que a continuada presença de Villa Lobos estaria garantida sobretudo pelo papel exercido pela natureza na sua obra, vindo assim de encontro ao interesse pelas relações Cultura/Natureza perante a problemática ecológica do presente. (Veja)

Com Dulce Martins Lamas (1941-1992) - destacada representante da pesquisa do folclore - tematizou-se com os seus estudos da música popular gravada no início o século XX e seu significado para a obra de Villa-Lobos a problemática teórica da distinção de áreas disciplinares do Folclore e da Pesquisa da Música Popular. Essa sua atuação deu impulsos a um intenso relacionamento nos anos seguintes e que culminou no II Congresso Brasileiro de Musicologia, em 1992, ano que foi também o de seu falecimento. (Veja)

Com Guilherme Figueiredo (1915-1987), nascido no Estado de São Paulo e atuante no Rio de Janeiro, escritor e estudioso de teatro, reitor universitário, a atenção foi dirigida sobretudo à justificativa e ao significado da realização do congresso pelo centenário de Villa-Lobos em São Paulo. Não só o fato de Villa-Lobos ter atuado em São Paulo no início da década de 1930 - cuja importância na sua vida e obra merece ser acentuada -, mas sim também uma „mentalidade musical“ de São Paulo seria o principal fator a ser considerado relativamente às relações do compositor com a cultura paulista. Essa „mentalidade musical“ seria resultante dos procedimentos missionários do passado, e esse fato justificaria segundo Guilherme Figueiredo o papel do teatro, das encenações em geral e da dança na política cultural e na universidade. (Veja)

Não só Guilherme Figueiredo, mas sim também outras personalidades que atuaram intensamente nos trabalhos faleceram no ano de sua realização. Este foi o caso de Rossini Tavares de Lima (1915-1987) e Bruno Kiefer (1923-1987).

No primeiro caso, como autor de „Villa-Lobos: refrações e prospecções“ e como destacado pesquisador de folclore, Rossini Tavares de Lima representoz exemplarmente a posição da prioridade a ser concedida aos estudos da cultura no tratamento de questões musicais. O pesquisador, porém, via essa prioridade sob a perspectiva da cultura não dirigida ou espontânea segundo a sua conceituação de folclore.

As suas colocações tematizavam  essa problemática teórica e revelavam relações com correntes de pensamento de diferentes origens e contextos, sobretudo aquelas de Marcel Beaufils (1899-1985), professor de Estética do Conservatório de Paris. Este autor merece ser relembrado nesta edição pela passsagem dos 50 anos de publicação de seu Villa-Lobos - Musicien et poète du Brésil. Essai sur un homme et une terre.

Talvez o principal significado da recordação desse erudito francês resida no fato de ter sido um especialista por assuntos culturais, pela música e filosofia da Alemanha do século XIX. Com isso, a sua surpreendente fascinação por Villa-Lobos - e as suas aproximações e interpretações - inserem-se em contexto inesperado das relações recíprocas entre a França e a Alemanha. Foi assim, reconsiderado no âmbito das atuais reflexões de outono a partir da perspectiva alemã em local e contexto histórico que demonstra os complexos elos entre a consciência de elos com a terra natal, o fascínio pelo passado francês do Absolutismo e pelo universo wagneriano do século do Historismo. (Veja)

Na consideração de Bruno Kiefer (1923-1987) na sua região natal do atual Baden-Württenberg, tematizou-se - em 2016 em  Baden e 2017 em Heidelberg - sobretudo o fenômeno de assimilação de visões nacionalistas do país de adoção por parte de imigrantes e que pode ser compreendido como resultado de mecanismos de processos de identificação e integração. Significativamente, o congresso, Bruno Kiefer foi aquele que mais defendeu, no congresso de 1987, uma volta aos conceitos e práticas do Canto Orfeônico de Villa-Lobos nos programas educativos do Brasil. A sua obra sempre levantou questões relativas à análise musical nas suas relações com processos históricos, um campo de discussões  que mantém a sua atualidade até o presente. (Veja)

A atenção especial à Áustria, ao sul da Alemanha e aos austríacos em São Paulo

A atenção particular concedida à Áustria e ao sul da Alemanha nas reflexões encetadas e nos textos desta edição justifica-se por diferentes razões. Não só as comemorações de José Maurício e da notícia publicada no Allgemeine Musikalische Zeitung dirigem o olhar à Áustria. A realização do I Congresso Brasileiro de Musicologia pelo centenário de Villa-Lobos, coincidindo este com a passagem dos 100 anos de Bernhard Paumgartner, justifica uma atenção especial à vida musical e social da comunidade austríaco-alemã de São Paulo e ao papel nela desempenhado por Martin Braunwieser como ex-aluno do Mozarteum de Salzburg à época da estadia de Villa-Lobos na capital paulista.

A principal instituição a ser salientada na história da vida musical da comunidade austríaca de São Paulo é o Schubertchor, fundado em 1923, um coro mixto que, procurando alcançar alto nível técnico e de execução, tornou-se conjunto exemplar.

O Schubertchor não se dedicava somente à execução da obra de F. Schubert, mas sim explicitamente ao cultivo de uma „sociabilidade alemã“ no espírito de Schubert e que tinha a sua expressão nas Schubertiaden. Estas eram compreendidas como sendo a mais alta expressão da „alemanidade“ austríaca na música. Essa focalização da função social da música referenciada segundo o contexto da época de Schubert vinha ao encontro do interesse pela função social da música no Brasil como manifestada na prática dos choros, o que abre caminhos para novas aproximações relativamente à consideração dos Choros de Villa-Lobos. (Veja)

Ao mesmo tempo, Villa-Lobos vivenciou no Schubertchor de São Paulo o processo de renovação dessa associação através de um direcionamento de sua programação à música de antigos mestres, em particular de J.S.Bach no início da década de 1930, ou seja, em anos que significativamente foram marcados pelo início da série de suas Bachianas Brasileiras.(Veja)

Para a consideração desses anos de Villa-Lobos em São Paulo nas suas inserções político-culturais, o programa do concerto de despedida do compositor para 500 executantes surge como documento significativo, apto a ser analisado sob diferentes aspectos. Nele se evidenciam não só a colaboração da Banda da Força Pública de São Paulo, de orfeões escolares e de grupos de canto de imigrantes com os seus regentes, como também dimensões simbólicas e conotações de obras que emolduram as criações de Villa-Lobos. (Veja)

Preocupações pela adequada condução de pesquisas e formação de musicólogos

Uma das preocupações do congresso pelo centenário de Villa-Lobos disse respeito à adequada formação de musicólogos. Neste sentido, uma lembrança especial merece Roger Joseph Cotte (1921-1999), musicólogo que, na França e no Brasil, empenhou-se na criação de cursos de graduação na área. Paralelos quanto a desenvolvimentos nos dois países já se revelam na área de sua especialização em música antiga, tendo sido desta esfera de interesses e da prática musical que também no Brasil fizeram despontar anelos de pesquisas e estudos mais aprofundados. A atualidade do pensamento de Roger Joseph Cotte reside porém no seu pensamento marcado pela tradição iluminista e que traz à consciência a responsabilidade esclarecedora da ciência. (Veja)

Preocupações por estudos mais diferenciados da música do século XX

A celebração de Villa-Lobos no seu centenário não podia deixar de ser considerada no contexto amplo do desenvolvimento histórico da música no século XX em dimensões globais. Esse foi o escopo da comunicação de Paulo Affonso de Moura Ferreira como presidente da Sociedade Brasileira de Música Contemporânea no congresso de 1987. O panorama histórico por êle traçado revela ainda hoje a necessidade de estudos mais profundos e diferenciados das iniciativas voltadas à música contemporânea no contexto da situação político-cultural européia estabelecida com o desfecho da Primeira Guerra Mundial. É a partir desses estudos contextualizados que é possível analisar mais adequadamente a posição do compositor brasileiro no contexto dos processos históricos da criação musical do século XX. (Veja)

América Latina e Caribe do projeto Music in the Life of Man no „Ano Villa-Lobos“

Recordando-se o congresso no centenário de Villa-Lobos em 1987, cumpre lembrar que paralelamente efetuou-se o encontro regional para a América Latina e o Caribe do projeto Music in the Life of Man do Conselho Internacional de Música/UNESCO.

Com esse projeto vincula-se sobretudo o nome do musicólogo Barry S. Brook (1918-1997), uma personalidade que merece ser especialmente lembrada nos 20 anos de seu falecimento.

Partindo na sua dedicação análises musicais o Clássico, Barry S. Brook abriu-se desde cedo às possibilidaes abertas pela computação, chegando ao projeto monumental de realização de uma história do mundo em dimensões mundiais. Esse intento, marcado pelas dificuldades fundamentais de relações entre procedimentos sistemáticos e aqueles voltados ao estudo de processos históricos, representa até hoje um desideratum. (Veja)

A atualidade de rememorações de personalidades, reflexões e iniciativas do passado

A presente edição estabelece pontes entre desenvolvimentos. preocupações e reflexões político-culturais da atualidade e aqueles que prepararam e acompanharam o congresso internacional em São Paulo por ocasião do centenário de Heitor Villa-Lobos.

Dá-se continuidade, aqui, ao tratamento de uma problemática que vem sido focalizada sob diferentes aspectos sob a perspectiva de relações euro-brasileiras: a do incremento de tendências nacionalistas e identitárias no presente nas suas implicações para os estudos de processos culturais. Esse fenômeno favorece e mesmo exige que sejam relembrados debates sobre o nacional e o nacionalismo de décadas passadas.

Essa lembrança torna-se necessária para o reconhecimento de similaridades e diferenças, de continuidades e descontinuidades, de lugares comuns, motivos condutores de posicionamentos e de ideologias em diferentes contextos e épocas, assim como para a avaliação de consequências de correntes do passado, de paradigmas, visões e atitudes, contribuindo, assim, para olhares mais esclarecidos de desenvolvimentos presentes.

Antonio Alexandre Bispo

Indicação bibliográfica para citações e referências:
Bispo, A.A..„Áustria/Alemanha/Brasil: relações musicais em reflexões de outono europeu: Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830) e Heitor Villa-Lobos (1887-1959) no debate das últimas décadas à luz de desenvolvimentos do presente
.“ Revista Brasil-Europa: Correspondência Euro-Brasileira 169/1(2017:5).http://revista.brasil-europa.eu/169/Jose_Mauricio_e_Villa-Lobos.html


Revista Brasil-Europa - Correspondência Euro-Brasileira

© 1989 by ISMPS e.V. © Internet-edição 1998 e anos seguintes © 2017 by ISMPS e.V.
ISSN 1866-203X - urn:nbn:de:0161-2008020501


Academia Brasil-Europa
Organização de Estudos de Processos Culturais em Relações Internacionais (ND 1968)
Instituto de Estudos da Cultura Musical do Espaço de Língua Portuguesa (ISMPS 1985)
reconhecido de utilidade pública na República Federal da Alemanha

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