Costa Rica/Brasil - Cultura/Natureza
ed. A.A.Bispo

Revista

BRASIL-EUROPA 172

Correspondência Euro-Brasileira©

 
Cahuita. Foto A.A.Bispo 2017. Copyright

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Fotos A.A.Bispo 2018©Arquivo A.B.E.

 


N° 172/12 (2018:2)



Significado de estudos Costa Rica/Brasil
sob o signo das relações Cultura/Natureza
perante a problemática ambiental e a mudança climática:
mitigar e adaptar como princípios condutores de ações prioritárias

Parque Nacional Cahuita

 

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Cahuita. Foto A.A.Bispo 2017. Copyright

O programa de estudos Cultura/ Natureza, de fundamental significado para os trabalhos que vem sendo desenvolvidos no âmbito da Academia Brasil-Europa, tem levado a visitas a instituições de pesquisa ambiental, a parques e reservas em diferentes países.

Um dos objetivos dessas visitas é o da constatação in loco do estado e das tendências dos estudos e reflexões, assim como das medidas práticas, seus fundamentos e pressupostos. A partir desses estudos contextualizados, procura-se ganhar uma visão geral dos desenvolvimentos referentes a questões ambientais, daqueles que levaram a situações críticas e daqueles de tomada de consciência da necessidade de reorientações e de suas consequências práticas. Esses desenvolvimentos são considerados como de expressões por excelência de processos culturais.

Sobretudo para o continente americano, alvo da expansão européia a partir da era dos Descobrimentos, da ocupação de terras, colonização e de processos que atingem situação dramática em recentes intensificações de-florestamentos e outras dilapidações e destruições do patrimônio natural, impõe-se o estudo das relações Cultura/Natureza nos seus mais diversos aspectos.

A preocupação central dos estudos foi o de realizar análises de condicionamentos culturais que explicam uma atitude do homem perante o meio ambiente que levou à situação atual de avançada destruição do planeta. Ao mesmo tempo, procurou-se constatar o grau de conscientização relativo a esse processo de tão graves consequências, as estrategias e medidas tomadas nos diferentes países.

Nos estudos euro-brasileiros desenvolvidos no Caribe, em 2017, essas relações foram consideradas em diferentes contextos nacionais e regiões, salientando-se aqueles de Guadelupe e Costa Rica, um contexto insular e outro continental e que são vistos sob muitos aspectos na Europa como modelares para a América Latina.

O meio ambiente e a representação paradisíaca de Costa Rica

Cahuita. Foto A.A.Bispo 2017. Copyright

Costa Rica merece particular atenção pelo interesse e pela atenção ali observados para com questões ambientais. É assim de particular relevância para estudos de processos em dimensões globais que se considere as ações ali desenvolvidas, os problemas e as soluções procuradas, a política e a gestão ambiental, assim como aos princípios que a conduzem.

O patrimônio natural e a sua proteção surgem como fatores de importância para a representação do país e para o aumento de seu interesse para fins de fomento ao turismo. Nas apresentações do país, lembra-se que Costa Rica, ofereceuma grande riqueza natural, marcada pela diversidade de paisagens, de configuração topográfica, de vita vegetal e microclimas, de florestas tropicais e de montanha, der áreas vulcânicas e manguezais, de territórios cortados por grandes rios e regiões áridas.

Acentua-se, ao mesmo tempo, o papel de exemplaridade que Costa Rica deseja assumir entre os países possuidores de patrimônio natural comparável. Lembra-se que a legislação prevê a proteção e conservação de animais e plantas.

Da diversidade ambiental à diversidade cultural na representação do país

Da biodiversidade assim salientada, estabelece-se uma ponte à diversidade étnica e cultural do país nessa política de representação e de fomento da atratividade de Costa Rica.

Tecendo-se com a diversidade animal e vegetal, menciona-se a diversidade quanto às origens e às religiões dos habitantes, surgindo como um dos elos de unidade nessa diversidade, o amor à natureza.

Paralelamente, a imagem do costariquenho - o „tico“ - é apresentada como marcada ao mesmo tempo por um orgulho e amor pela terra, mas também por tolerância, amor pela paz e harmonia, amabilidade, cordialidade, abertura e espírito de ajuda.

O patrimônio natural serve, nessa representação do país, a apresentá-lo como um paraíso, como uma situação ideal dificilmente encontrada em outra parte do globo.

A essa imagem paradisíaca corresponde a exemplaridade de Costa Rica como uma das mais consolidadas democracias das Américas. Assim como o Uruguai na América do Sul, lembra-se que Costa Rica foi conhecida sob o cognome de „Suíça Centroamericana“.

Reservas e parques nacionais de Costa Rica

Cahuita. Foto A.A.Bispo 2017. Copyright
Costa Rica apresenta-se e é reconhecida como um país que se destaca pelo número de reservas e parques nacionais.

Calcula-se que ca. de 20% do território nacional é constituído por áreas protegidas, algumas delas declaradas pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade, tal como o Parque Nacional Isla del Coco.

Essas áreas incluem Reservas (Reserva Nacional Absoluta de Cabo Blando; Reserva Biológica Lomas Barbudal; Reserva Biológica de Isla del Caño; Reserva Biologica Hitoy-Cerere; Reserva Biologica Islas Guayabo, Negritos y Pájaros) e Refugios de Vida Silvestre (Refugio de Vida Silvestre Tamarindo; Refugio de Vida Silvestre Ostional; Refugio de Vida Silvestre Gandoca-Manzanillo; Refugio de Vida Silvestre Barra del Colorado; Refugio de Vida Silvestre Golfito; Refugio de Vida Silvestre Isla Bolaños; Refugio Nacional de Vida Silvestre Curú), além de áreas de pântano e várzeas. Há também uma reserva particular, a de Monteverde.

É notável o número de parques no território relativamente reduzido de Costa Rica: Parque Nacional Santa Rosa; Parque Nacional Guanacaste; Parque Nacional Marino Las Baulas; Parque Nacional Barra Honda; Parque Nacional Palo Verde; Parque Nacional Carara; Parque Nacional Manuel Antonio; Parque Nacional Ballena; Parque Nacional Corcovado; Parque Nacional Cahuita; o Parque Nacional Tortuguero; Parque Nacional Rincón de la Vieja; Parque Nacional Arenal; Parque Nacional Volcán Poás; Parque Nacional Braulio Carrillo; Parque Nacional Volcán Irazú; Monumento Nacional de Guayabo; Parque Nacional Orosi; InterParque Nacional La Amistad; Parque Nacional Chirripó; Parque Nacional Juan Castro Blanco e Parque Nacional Isla del Coco.

Foram alvo de visitas no âmbito dos estudos relacionados com o Brasil o Parque Nacional Cahuita e o Parque Nacional Tortuguero.


Parque Nacional Cahuita - significado para estudos de relações Cultura/Natureza

O Parque Nacional Cahuita, é localizado na cidade de Cahuita, Província Limón, há 43 km a sul de Puerto Limón, na área de conservação La Amistad, na costa caribenha da Costa Rica.

Trata-se de um parque terrestre e marítimo com 1106 hectares de terra e 22.300 hectares de mar.

Foi criado como monumento nacional em 1970 e transformado em parque nacional em 1978, sendo oficialmente ratificado em 1982.

O seu nome é derivado do termo indígena
„cawi“, designação do mogno (espanhol caobo) que crescia na região e de „ta“ como ponta com o significado geral de sítio ou ponta de terra coberta com essa árvore.

A região, isolada, foi no passado procurada por navios que traziam escravos da África, como demonstram restos de uma nave ali encalhaa do século XVIII.

Grande parte do parque é tomada por partes baixas, de várzea, além de matas em terras inundáveis, assim como extensões da floresta húmida no litoral marítimo.

Esse parque adquire particular significado para estudos culturais pelo fato de ser mais intensamente procurado por visitantes estrangeiros, oferecendo assim maiores possibilidades de observação de aspectos a comunicação e informação sobre a gestão ambiental e suas ações no país.

O motivo dessa atratividade reside nas facilidades de acesso e no fato de ser localizado em região conhecida pelas suas belezas naturais, praias isoladas e recifes com corais, assim como pela abundância e diversidade de sua vida aquática.

Ainda que o recife de corais tenha sofrido as consequências de terremoto em 1991, dele existindo apenas alguns relitos, é, ainda marca da região e alvo procurado por visitantes.

Também a vida animal é considerável no parque. Encontram-se ali, entre outros tamanduás, pacas, coatis, bichos-preguiça, saguis e macacos, ibis, e tucanos, assim como orcas.

A localidade de Cahuita tornou-se centro de jovens que procuravam modos de vida alternativos em fins dos anos de 1960 e na década de 1970, e alguns ali se estabeleceram, sendo que seus descendentes operam hoje em empreendimentos turísticos de orientação cultural e ecológica. Com a formação obtida no país mas inscritos em correntes de anelos e visões do mundo que procuraram, uma distância relativamente a modos de ver o homem e o mundo convencionais, revelando visões amplas e esclarecidas de processos de dimensões globais.

A gestão do parque perante o processo de mudança climática

A administração do parque procura trazer à consciência dos visitantes que a mudança do clima é atribuída imediatamente à atividade humana que altera a composição da atmosfera mundial e que se demonstra a partir da variabiliade natural do clima observado durante períodos de tempo comparáveis.

A inquestionabilide das mudanças climáticas resulta da observação de mudanças da temperatura ambiental, temperatura no oceano, do CO2 do oceano (pH), da precipitação, de eventos extremos e do nível do mar.

Uma série de ações prioritárias de mitigação e adaptação foram estabelecidas a partir de cooperações com funcionários do Parque Nacional Cahuita.

Em primeiro lugar, a atenção é dirigida à biodiversidade marinha costeira, tanto de recifes de corais como de praias de desovos de tartarugas.

No caso dos recifes, o programa procura implementar um sistema de melhores práticas de operadores de botes, de revalorizar a capacidade do parque, implementar ajustes e
conscientizar o visitante sobre os efeitos da mudança climática sobre as áreas marinhas protegidas. Salienta-se também a importância do consumo ambientalmente responsável.

No concernte às praias de desovos de tartarugas, procura-se recoletar dados de base relacionados a indicadores da mudança climática. Desenvolve-se a análise do perfil da costa, registrando-se o número de ninhos, proporção de sexos e porcentagem de eclosão, assim como mapeamentos.

A infraestrutura administração e operação implementa o programa denominado Bandeira Azul Ecológica, categoria Cambio Climático como sistema de gestão ambiental. Entre as suas tarefas encontra-se o plano condutor de infraestrutura turística com informações relativas à mudança clmática, assim como o planejamento de trilhas adequadas.

Mitigar e adaptar como idéias condutoras de ações

As expressões „mitigar e adaptar“ surgem como condutoras de iniciativas e da apresentação de metas à população e a visitantes estrangeiros.

Essa política pode ser observada sobretudo
nos parques nacionais, onde, em grandes painéis, é elucidada e onde se apontam as medidas já tomadas.

Esses dois princípios que determinam ações prioritárias merecem ser refletidos com atenção, também nas suas implicações culturais.

O conceito de mitigação revela que, perante um processo de tais dimensões como aquele da mudança climática, a atenção concentra-se em ações que possam diminuir a intensidade dos problemas.

Trata-se de um posicionamento que, perante efeitos, procura abrandá-los nos seus aspectos negativos. Diz respeito a uma suavização de danos para a natureza vegetal e animal.

Para isso, procura-se propagar informações que levem a comportamentos favoráveis à mitigação de danos já existentes e de riscos de maiores prejuízos. A frequência do termo sugere também um comportamento marcado por tendências ao atenuar, acalmar e tranquilizar.

O termo adaptar indica o método que se pretende aplicar para cumprir o objetivo da mitigação dos danos ou problemas já causados pelas mudanças.

Esse procedimento seria principalmente o de ajustar os fatos às novas condições. O termo não deixa de levantar questões.

No sentido de adequação, pode ser entendido como indicação de que fauna e flora desempenhem funções outras àquelas que lhe são próprias.

Também poderia ser entendido no sentido de introduzir modificações em comportamentos para que possa vingar em situação outra àquela original.

Na discussão teórica nos estudos culturais nas suas relações com procedimentos práticos, distinções conceituais de termos como adaptação, acomodação, harmonização e aptação desempenharam importante papel, o que poderia hoje contribuir às reflexões relativas ao meio ambiente.

De ciclos de estudos sob a direção de

Antonio Alexandre Bispo


Indicação bibliográfica para citações e referências:
Bispo, A.A. „ Significado de estudos Costa Rica/Brasil sob o signo das relações Cultura/Natureza
perante a problemática ambiental e a mudança climática: mitigar e adaptar como princípios condutores de ações prioritárias“
. Revista Brasil-Europa: Correspondência Euro-Brasileira 172/12 (2018:2).http://revista.brasil-europa.eu/172/Costa_Rica_Cultura-Natureza.html


Revista Brasil-Europa - Correspondência Euro-Brasileira

© 1989 by ISMPS e.V. © Internet-edição 1998 e anos seguintes © 2017 by ISMPS e.V.
ISSN 1866-203X - urn:nbn:de:0161-2008020501


Academia Brasil-Europa
Organização de Estudos de Processos Culturais em Relações Internacionais (ND 1968)
Instituto de Estudos da Cultura Musical do Espaço de Língua Portuguesa (ISMPS 1985)
reconhecido de utilidade pública na República Federal da Alemanha

Editor: Professor Dr. A.A. Bispo, Universität zu Köln
Direção gerencial: Dr. H. Hülskath, Akademisches Lehrkrankenhaus Bergisch-Gladbach
Corpo administrativo: V. Dreyer, P. Dreyer, M. Hafner, K. Jetz, Th. Nebois, L. Müller,
N. Carvalho, S. Hahne