Th. Salomo Schumann entre os Arauaques
ed. A.A.Bispo

Revista

BRASIL-EUROPA 173

Correspondência Euro-Brasileira©

 
Roraima. Foto A.A.Bispo 1993. Copyright

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Fotos A.A. Bispo Roraima, Vista Alegre,  1993. Copyright. Texto: Atlas  J. Blaeu

 


N° 173/15 (2018:3)




Missões da Comunidade dos Irmãos ou dos Herrnhuter na tradição da Boêmia e Morávia
em ultrapassagem de fronteiras:
Hotentotes e Índios na literatura evangélica missionária
e sua influência na Historiografia e Etnografia

II) Theophilus Salomo Schumann (1719-1760) entre os Arauaques


Estudos no The South African Sendinggestig Museum da Cidade do Cabo
após 25 anos de pesquisas hinológico-etnomusicológicas em Roraima

 

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Nos trabalhos levados a efeito na África do Sul, em 2018, foram retomados estudos histórico-etnológicos e antropológico-musicais tratados no projeto internacional dedicado às culturas musicais indígenas do Brasil desenvolvido a partir do congresso internacional pelos 500 anos da descoberta da América no Rio de Janeiro, em 1992.
Esse projeto, apoiado por órgãos, organizações e universidades do Brasil e do Exterior, possibilitado pelo Ministério das Relações Exteriores da Alemanha, foi realizado, em
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cooperação com o ISMPS e a ABE no âmbito dos trabalhos do Instituto de Estudos Hinológicos e Etnomusicológicos da organização pontifícia de música sacra (C.I.M.S., Roma).

Esse quadro institucional determinou a orientação teórica dirigida a processos em relações internacionais própria do ISMPS e da ABE e, por outro lado, uma atenção especial a questões hinológico-etnomusicológicas relacionadas com a história missionária.

Ultrapassagem de fronteiras nos estudos de contextos culturais
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indígenas

No decorrer dos trabalhos, realizados em várias regiões do Brasil, sobretudo também naquelas de divisas de Estados da região amazônica com outros países, confirmou-se a necessidade de uma condução das pesquisas e reflexões em ultrapassagem de fronteiras.

Já há muito reconhecia-se essa necessidade, uma vez que a história de grupos indígenas não pode ser analisada a partir de limites nacionais posteriormente estabelecidos e que, mesmo no presente, a vida de vários grupos é marcada por contínuas transpassagens de fronteiras.

Essa orientação a contextos e relações internacionais foi ampliada no decorrer do programa de pesquisas, levando a encontros e estudos em outros países das Américas e da problemática de povos indígenas em geral em outros continentes.

Roraima e Guiana - transpassagens e traços de antigas missões evangélicas no Suriname

Nos trabalhos realizados no Estado de Roraima, entre outros em encontros e entrevistas na Fazenda São Marcos, constatou-se que vários cantos transmitidos oralmente e considerados como sendo de tradição indígena remontavam a hinos praticados no passado em missões protestantes. (A.A.Bispo, „Die Musikkulturen der Indianer Brasiliens I“, Musices Aptatio/Liber Annuarius 1994/1995, Roma/Colonia: CIMS, 1997, 12ss., 39)

Esse fato já tinha sido registrado no passado, sendo conhecido de obras de Theodor Koch-Grünberg (1872-1924). (A.A.Bispo, „Die Musikkulturen der Indianer Brasiliens IV“, Musices Aptatio/Liber Annuarius 2000/2001, Roma/Colonia: CIMS, 2002, 9ss.,296-301)

Nos colóquios que se seguiram, levados a efeito no Centro Brasil-Europa da A.B.E. em cooperação com o Instituto de Musicologia da Universidade de Colonia, levantou-se a questão do caminho que explicaria a difusão desses cantos tão profundamente internalizados por indígenas. Como discutido, a presença de hinos evangélicos no repertório tradicional de indígenas dirige a atenção necessariamente a missões protestantes do passado em territórios vizinhos, nomeadamente naqueles colonizados pelos Países Baixos e pela Inglaterra, ou seja, o Suriname e a Guiana Inglesa.

A consideração do início das „missões entre os pagãos“ de missionários livres quanto a igrejas no território holandês do Suriname no século XVIII  contribui a esses estudos de difusão de hinos e das concepções a êle inerentes.

O início dessas atividades missionárias deu-se paralelamente àquelas desenvolvidas na África do Sul, impondo-se estudos que considerem os dois contextos e os seus elos comuns. Elas decorreram através dos Países Baixos e no contexto das atividades da Companhia Holandesa das Índias no Oriente e no Ocidente - e, assim, na história colonial holandesa.

Foram, porém, estreitamente relacionadas com desenvolvimentos da história do Protestantismo na Europa Central de língua alemã, remontando aos inícios da Reforma na Boêmia. Por essa razão, os „irmãos“ foram também conhecidos com essa referência à Boêmia ou à Morávia, e, devido a seu principal centro na Alemanha, de Herrnhuter. (Veja)

A missão dos „Irmãos“ de Pilgerhut em Suriname na tradição da Reforma da Boêmia

O principal nome que deve ser considerado na missão da „comunidade de irmãos“ em Suriname é o do missionário alemão Theophilus Salomo Schumann (1719-1760). Filho do pastor da sua cidade natal de Grabow, demonstrou desde cedo tendências introspectivas, de rigor, procura de paz interior e de afastamento do mundo, características da sua personalidade que explicam o seu trajeto de vida na Europa e a sua retirada para a missão nas florestas sul-americanas.

A formação que recebeu  na Universidade de Halle e a sua atuação como  professor do real Pädagogium, acentuaram a sua vocação ao ensino e à transmissão de conhecimentos, o que pode posteriormente realizar no trabalho missionário.

Movido pela procura de paz, atuou junto a Johann Adam Steinmetz (1689-1762), teólogo luterano e pedagogo de tendências pietistas, expulso da Silésia em 1730 e que, no extinto monastério de Berg, próximo de Magdeburgo, instalou um estabelecimento de ensino. Steinmetz destacou-se como autor de textos de devoção e sobre a história do Protestantismo na América.

O fato que marcou decisivamente a vida de Th. S. Schumann foi a entrada para a comunidade evangélica livre dos „irmãos“ em Pilgerhut a partir de 1743. Passou a atuar no seminário da comunidade em Marioenborn. Como secretário do conde Nikolaus Ludwig von Zinzendorf ( 1700-1760), alcançou o apoio material- e ideal desse principal motor do movimento evangélico livre, o aristocrata que colocou à disposição do movimento evangélico-livre as suas propriedades e promoveu a sua difusão.

Von Zinzendorf acalentava a idéia de evangelizar nativos que não recebiam atenção e cura religiosa, entre êles africanos e indígenas. Casando com mulher fugida das perseguições na Boêmia, Schumann inseriu-se ainda mais intensamente na história marcada pelos desenvolvimentos que remontavam às origens das reformas hussitas em finais da Idade Média.


Ultrapassando fronteiras da Europa: a chamada à Guiana Holandesa

Em 1747, Schumann foi chamado para atuar como missionário entre os indígenas na Guiana Holandesa. Emn 1748, chegou à localidade denominada de Pilgerhut, onde já vivia uma pequena comunidade de arauaques. Ali já viviam indígenas que tinham recebido ensinamentos de dois pastores a partir de 1738, de modo que alguns já falavam um pouco de holandês. Este era o idioma no qual se comunicavam com os colonos e comerciantes holandeses e autoridades coloniais.

Conhecia-se na Europa a atração que esses indígenas sentiam pelos pastores que, diferentemente dos colonos, os tratavam com mais deferência. Tinha-se conhecimento que esses indígenas ouviam com atenções pregações sobre o Criador e o Redentor, ainda que não compreendessem bem a língua e os sentidos. Reconhecia-se a necessidade de que missionários vivessem entre êles e que aprendessem a sua língua. A vinda de missionários de Herrnhut prometia auxiliar o processo cristianizador. Estes, em paralelo a Herrnhut na Alemanha, fundaram a  localidade foi denominada de Pilgerhut. Como esse nome expressa, os missionários viam a sua atuação como peregrinação.

A comunicação com os indígenas de aldeias mais distantes na floresta era possibilitada por um tradutor, um rapaz mestiço que sabia as duas
línguas, a nativa e o holandês. Com a sua ajuda, os missionários narravam trechos da vida e dos sofrimentos de Jesus e liam textos de uso na „Comunidade de Irmãos“, que eram então traduzidos. O primeiro batismo alcançado foi o de uma índia de idade avançada no dia primeiro de março de 1748; a ela se seguiu 39 outros, constituindo-se assim as bases de uma comunidade.

Foi nessa fase promissora para os missionários que Th.S.Schumann passou a atuar. Com a sua sólida formação, já dominava em poucos meses a língua arauaque. Ao fazer um vocabulário, constatou que nela faltavam conceitos básicos, tais como pecado, fé e outros.

Barbicer,  Pilgerhut e viagens a aldeias do interior - métodos missionários

Na região de Barbice havia ca. de 2000 indígenas, em outras o número era maior. As viagens ao interior exigiam por vezes 100 horas até que os missionários atingissem as aldeias. Apenas aqueles que moravam junto à missão estavam porém já integrados. Essa integração significava também que os indígenas cristãos tinham cortado laços com os não-cristãos, com as suas famílias e povos. Esses conversos conduziam uma „vida digna“ sob os critérios dos missionários, ou seja no rigor moral e de condução de vida marcada pelo trabalho, pela leitura bíblica e pelo canto de hinos. Exigia que os índios se vestissem, também as crianças que vinham às aulas.

Em Pilgerhut viviam ca. de 80 indígenas, em casas de diferentes dimensões. Viviam da caça e pesca e, assim, encontravam-se na mata durante o dia. De manhã e à noite reuniam-se com os missionários. Estes já se dedicavam ao ensino de jovens para a propagação
missionária. Ph. S. Schubert convenceu-se que um converso era mais eficiente nessa atividade do que europeus. Como comunicou a seus irmãos na Europa, via com alegria o aumento de batismos e da comunidade.

O ensino do alemão aos arauaques e tradução de hinos evangélicos

Se no início Th. S. Schumann fazia-se entender através de tradutores que traduziam o que dizia, logo conseguiu comunicar-se sem intermediários. A transmissão de hinos desempenhou um papel relevante no seu ensino.

Também traduziu o Evangelho segundo S. João e cartas. Já por ocasião dos primeiros sepultamentos, os indígenas entoaram hinos aprendidos de tal forma melodiosa e doce que comoveram os missionários. Conhecendo a língua, Th.S.Schumann pôde traduzir vários deles em aruaque.

Realizando esse trabalho, pôde utilizar-se da sua formação sólida e sua erudição, passando várias horas do dia na sua mesa de trabalho. As suas incursões nas matas eram feitas com o acompanhamento de um converso de nome Jephtha.

Animosidades de colonos e autoridades holandesas para com a ação missionária

A atividade dos missionários da „comunidade dos irmãos“ foi acompanhada com desconfiança
pelas autoridades civís e religiosas holandesas. Como a historiografia missionária salienta, esses europeus encontravam-se na Guiana por motivos exclusivamente materiais e, para alcançar os seus objetivos, usavam de todos os meios, sem maiores escrúpulos humanos e morais.

Com a substituição de um governador que os tinha apoiado, intensificaram-se as opressões daqueles que afirmavam que os missionários tinham a intenção de escravizar os indígenas. Também o pastor reformado passou a enviar relatos negativos à Holanda, do que depois se arrependeu.

Apesar das tensões, a comunidade floresceu e até mesmo das regiões sob a administração espanhola do Orinoco vinham indígenas a Berbice. Th. S. Schumann registrou essa fase de florescimento das missão, mencionando que mesmo canibais vinham ouvir a sua pregação.

Nesse entusiasmo, constatou a necessidade de criação de outras estações missionárias, a saber Saron no rio Saramaca e Ephrem no Corentin. Ao retornar a Pilgerhut, encontrou porém muitos mortos, entre êles a sua mulher com dois filhos gêmeos. Amargurado, decidiu, em 1758, de viajar à Europa, onde um de seus filhos já estudava no Pädagogium.

Interesse pelos indígenas sul-americanos em círculos evangélicos na Alemanha

Com as suas narrativas, Schumann despertou interesse pelos indígenas na Alemanha. Os laços emocionais que já o ligavam aos indígenas fizeram-no retornar.

Com uma segunda esposa e vários missionários, chegou ao Suriname em 1760, sendo bem recebido pelo Governador. Visitou as comunidades Saron e Ephrem, que demonstravam um desenvolvimento gratificante.

Após poucos meses, porém, sob as condições climáticas e as atividades árduas, veio a falecer. A tradição conta que, em estado febril, falava em arauaque. Faleceu cantando hinos.

Logo a atividade missionária deixou de existir. Tudo indica que uma epidemia levou à morte grande número de indígenas que se encontravam em contato com os europeus.

Aruaques na literatura missionária evangélica na Europa

Na Europa, a história da missão evangélica entre os arauaques foi publicada na Suíça, em 1856, sendo republicada em órgãos missionários. (Die Mission unter den Arawakken: Ein Gemälde aus der Brüdergemeinde, Basileia, 1856)

Essa história baseava-se nas fontes missionárias de Schumann e daqueles que o acompanharam e sucederam. Os dados assim transmitidos forneceram bases para a difusão de conhecimentos sobre indígenas e para a literatura etnográfica, em particular daquela referente aos arauaques. Torna-se necessário, assim considerar o tipo de informações contidas nessa literatura missionária para a o reconhecimento do contexto de concepções que determinaram observações e interpretações.

Na história evangélica das missões, os arauaques surgem como „pagãos sem Deus“. É significativa a referência a seu idioma, sempre registrado como difícil de aprender por europeus, mas que teria similaridades com o hebraico. Essa constatação dos primeiros missionários foi repetida em obras posteriores e deu margens a interpretações abrangentes quanto a origens e difusão. Foi discutida em colóquios com a antropóloga Julieta de Andrade no âmbito do Congrersso Internacional „Música e Visões“ que abriu o triênio de eventos pelos 500 anos do Brasil, em Colonia, em 1999. Também esta pesquisadora constatava estreitas similaridades da língua indígena com o hebraico, uma problemática que pretendia analisar em trabalho alentado, mas que infelizmente não chegou a completar.

Na imagem dos arauaques que remonta aos dados transmitidos por Th.S.Schumann, estes surgem como dóceis, de boa compreensão e boa estatura. Constatou a existência „de uma espécie de rei“ que respeitavam e que tinha como atributo de poder uma cana ornamentada de prata. Eram, porém amantes da liberdade e não aceitavam ordens.

O indígena na História Evangélica das Missões e a Etnografia

A Evangelische Missionsgeschichte in Biographien de Reinhold Vormbaum, já em meados do século XIX  (Düsseldorf: W. H. Scheller, 1858), reproduz dados e oferece uma imagem dos indígenas criada pelos missionários do passado. Introdutoriamente, trata de desenvolvimentos históricos desde os Descobrimentos, sendo as interpretações marcadas por posições da Reforma nas suas tensões com a Igreja.

De início, o seu autor lembra que raramente um povo causou tanto interesse na Europa como aqueles nativos da América. Quando a notícia dos descobrimentos de Colombo atingiram a Europa, a admiração valeu não só à nova terra como também a seus habitantes. A ambição insaciável às riquezas do Novo Mundo fizeram dos descobridores torturadores e assassinos desses povos, enquanto que „Roma fazia-se de dona das almas“. Nas palavras de Vormbaum, uase toda a América do Sul teria caído sob as garras das Igreja de Roma, e apenas aqui e ali surgira a luz do Evangelho.

Passando ao tratamento do norte da América do Sul, Vormbaum lembra que a Guiana foi descoberta pelos espanhóis em 1497, que dela tomaram posse. A eles seguiram-se logo os franceses, portugueses e ingleses, estabelencendo-se colonias se estenderam até 100 milhas da costa. Desde  1677, também os holandeses passara, a fimdar colonias, em cujo centro se encontrava a capital Panamaribo às margens do rio Surinam. Vormbaum salienta que foi nessa parte holandesa das Guianas que teve início a missão evangélica da „Comunidade dos Irmãos“ ou Herrnhuter. Apenas um século mais tarde aproximadamente é que chegariam missionários ingleses para os índios da Guiana britânica.

Os indígenas, no interior das terras, apenas podiam ser alcançados através de vias fluviais dos muitos rios da Guiana. Vários desses rios tinham dado o nome às regiões que cortam. Dentre as muitas tribos indígenas que originalmente possuiam a terra, algumas já tinham desaparecido. Outras ainda viviam com pouco número de sobreviventes, citando Vormbaum „arauaques, waraues, caribas, accawais e macusis“. A missão decorreu sobretudo entre os arauaques. Todas essas tribos possuiam a a sua língua particular, embora mostrassem parentesco quanto a modos de vida e costumes, entre si e com os indígenas da América do Norte. Poder-se-ia supor que a América do Sul teria sido povoada por migrações do norte.

Assim como Georg Schmidt entre os hotentotes, (Veja) também Schumann deu testemunho das qualidades positivas dos indígenas e de sua boa índole.

Essa opinião, assim como a de que a degradação de seus costumes era devida ao europeu que os maltratava, determinou o panorama etnográfico oferecido na História Evangélica das Missões.

Ali se oferece um retrato favorável do indígena sulamericano. Seriam uma raça de homens de pequeno porte, mas bem conformados, raramente vendo-se entre eles pessoas disformes. A expressão da face era amiga e conquistadora, ainda que se diferenciassem entre entre si segundo as tribos. Os seus olhos eram pretos e penetrantes, em geral salientes lateralmente, mas a  impressão desagradável que com isso poderiam despertar seria mitigada pela aparência agradável da boca. A única roupa de que tinham necessidade era um cinto preso nas virilhas. Os homens ali carregavam uma grande faca, que lhe servia de machado para abrir caminho no mato, em parte também servindo como arma. Como enfeite usavam um colar de dentes de animais; os „turbantes“ feitos de penas de papagaios e outros pássaros, que podiam ser grandes, eram usados em dias festivos. O traje das mulheres diferenciava-se pouco daquele dos homens; em geral, a tanga era ornamentada com pérolas..

A visão historiográfica evangélica sob o signo da crítica ao Catolicismo

As similaridades com as opiniões omitidas sobre os hotentotes do sul da África podem ser também constatadas nas observações sobre a religião do índio na História Evangélica das Missões. A religião indígena não sera aquele serviço de deuses cru e sensual que se conheceria de outros povos. Entre eles não se encontravam imagens ou ídolos. Criam num ser supremo, criador do céu e da terra e do qual tudo de bom provém, chamando-o de o grande Espírito. Mas esse espírito seria demasiadamente bom para se preocupar o homem e tão elevado para o abençoar, e o índio, assim, nem o temia, nem o amava. Mais do que com o grande espírito, ocupava-se com o mau espírito, o Jawahu, do qual tinha grande mêdo. Assim, os exorcistas e encantadores eram muito respeitados.

Vormbaum salienta que os antepassados dos indígenas visitados pelos missionários tinham ganho um profundo ódio para com o Catolicismo dos espanhóis. Essa animosidade perante o Cristianismo seria mudada através da mensagem do Evangelho trazida pelos Herrnhuter.

Os acontecimentos na missão da Guiana era do conhecimento na Europa e nos Estados Unidos. A comunidade de Pilgerhut e Berbice manteve desde o início contato com os Países Baixos e os missionários morávios que viajavam para St. Thomas e dali para a América do Norte passavam gem geral pela Holanda, sendo natural que a atenção se dirigisse às colonias holandesas.



De ciclo de estudos sob a direção de

Antonio Alexandre Bispo


Indicação bibliográfica para citações e referências:
Bispo, A.A. „ Missões da Comunidade dos Irmãos ou dos Herrnhuter na tradição da Boêmia e Morávia
em ultrapassagem de fronteiras: Hotentotes e Índios na literatura evangélica missionária
e sua influência na Historiografia e Etnografia II) Theophilus Salomo Schumann (1719-1760) entre os Arauaques“
. Revista Brasil-Europa: Correspondência Euro-Brasileira 173/15(2018:3).http://revista.brasil-europa.eu/173/Theophilus_Schumann_entre_Arauaques.html


Revista Brasil-Europa - Correspondência Euro-Brasileira

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ISSN 1866-203X - urn:nbn:de:0161-2008020501


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