Museologia da emigração nos Açores
ed. A.A.Bispo

Revista

BRASIL-EUROPA 175

Correspondência Euro-Brasileira©

 











Fotos A.A.Bispo 2018©Arquivo A.B.E.

 


N° 175/2 (2018:5)





Açores-Brasil nos estudos de Emigração, Imigração e Reimigração Açoriana

Museologia da emigração nos Açores e a análise de processos em contextos internacionais

Pelos 50 anos da Sociedade Nova Difusão e 10 anos do Seminário „Imigração e Estética“ da Universidade de Colonia/ABE e ISMPS.
Museu da Emigração Açoriana, Ribeira Grande



 


Museu da Emigracao, Ribeira Grande. Foto A.A.Bispo 2018

A problemática das migrações no presente revela-se em toda a sua complexidade, dramaticidade e gravidade de suas consequências em diferentes contextos e regiões do globo.

A Europa recebe  grandes contingentes de migrantes que abandonam as suas terras natais por motivo de guerras, perseguições ou à procura de melhores condições de vida, motivos religiosos levam a perseguições e a levas migratórias em países asiáticos e, mais recentemente, a problemática de migrações internas assume atualidade premente no continente americano, salientando-se aquelas de grandes grupos populacionais da Venezuela ou de Honduras.

A tragédia que ocorre no Mediterrâneo com a morte de grande número de africanos atenta contra princípios de humanidade e civilização, não poderiam deixar de determinar as reflexões no  âmbito dos estudos euro-brasileiros realizados por motivo da celebração de Valletta como „Capital Européia da Cultura 2018“. (Veja)

Nesse intento, a atenção dirigiu-se à história mais antiga das migrações e da colonização das ilhas e das regiões costeiras do Mediterrâneo. Também na esfera do Atlântico, a consideração da história mais antiga de alcance de ilhas mais distantes, de povoamentos, colonizações e ondas de emigrações e suas causas apresenta-se como pré-condição para análises mais aprofundadas.

O grande número de publicações referentes a migrantes de diferentes proveniências, contextos e em diferentes épocas documenta o significado da consideração de imigrações e emigrações nas mais diversas áreas de estudos. Em particular para regiões extra-européias que foram povoadas e colonizadas nos últimos séculos o estudo de imigrações torna-se imprescindível sob diversos aspectos, históricos, sociológicos e outros.

Emigrações e imigrações nos estudos culturais voltados as processos

Sob o aspecto cultural, tem-se há muito grande nublicações de pesquisadores que se dedicam às tradições cultivadas pelos imigrantes em diversos contextos e regiões, em particular também´no Brasil. Em grande parte, a atenção foi aqui sempre voltada à contribuição dos diferentes grupos de imigrantes ao folclore compreendido como nacional, ou seja, ao patrimônio cultural da sociedade que os recebeu e com o qual o observador se identifica. Significativo é o emprêgo neste contexto da concepçãõ de influência ou de aporte de imigrantes a uma cultura compreendida como nacional.

Essa aproximação e esse posicionamento passaram a ser questionados com a tomada de consciência sobre a necessidade de uma renovação de perspectivas a partir de movimento iniciado em São Paulo e que levou à fundação da Sociedade Nova Difusão, em 1968.

Reconheceu-se, na época, que não critérios ditados por divisões convencionais de áreas de estudos, mas sim aqueles ganhos através de uma orientação dirigida a processos podiam ser adequados ao tratamento de complexos desenvolvimentos marcados por traslocações, viagens, expansões, retornos e outras modalidades de movimentação e mobilidade na procura de fixações em outras regiões que não aquelas de origem.

A atenção voltada a processualidades favorece a consideração de integrações e desintegrações na sociedade recepiente, de manutenção ou recuperação de elos mentais e afetivos com o contexto de origem, de mudanças de sentimentos e consciência de identificação e de outros desenvolvimentos de relevância para a análise de comportamentos, de configurações mentais e psíquicas de indivíduos e grupos.

É essa atenção dirigida a processos que evidencia o significado dos estudos da imigração através de gerações e o seu significado para o presente mesmo em casos nos quais já não há consciência ou identificação com as remotas origens.

O estudo das imigrações pode assim contribuir ao esclarecimento de condicionamentos quanto a modos de pensar, de sentir e de agir de sociedades que já não se consideram como sendo de imigrantes, o que revela a sua atualidade e importância.

Essa focalização de processos e processualidades na análise de imigrações leva a que este ultrapasse determinados contextos de elos bi-nacionais ou bi-laterais que em geral marcam os estudos respectivos, dirigindo a atenção a contextos supra-nacionais ou multi-laterais e, por fim, a  análises sistêmicas que procura mecanismos inerentes a um edifício cultural de concepções e imagens de determina inconscientemente a vida do homem.

O significado dos Açores nos estudos euro-brasileiros da emigração, imigração e retornos

O arquipélago dos Açores adquire neste sentido particular relevância. Para além da consideração de possíveis conhecimentos das ilhas atlânticas na Antiguidade - e das referências a esse antigo passado na antiga historiografia e na literatura - é a vinda de colonos de regiões atlânticas européias de Flandres, da Bretanha e de Portugal que determinou, nos últimos séculos da Idade Média, a povoação das ilhas.

Os Açores não podem ser considerados nos estudos de processos culturais apenas a partir das emigrações que levaram açorianos às diferentes partes do mundo na era moderna, mas sim na consciência de ser a sua população em si de origem imigratória. Em amplo panorama histórico, poder-se-ia visualizar um processo que, apesar de discontinuidades e diferentes contextualizações atravessou séculos, nos quais as ilhas teriam sido antes uma estação.

O significado dos Açores nos estudos da imigração e colonização levou à consideração mais atenta de questões culturais açorianas nos trabalhos euro-brasileiros das últimas décadas. A presença do Dr. Armindo Borges como erudito açoriano de estreitos elos com a comunidade açoriana de Mississauga, Toronto, na direção do ISMPS e da ABE, levou a que os Açores e os imigrantes açorianos na Europa fossem considerados com particular atenção em colóquios e simpósios.

Com a presença de pesquisadores culturais brasileiros, realizou-se, em 1989, encontro com grupos da imigração portuguesa na Europa em Colonia, Alemanha. Em 1992, os Açores foram considerados no congresso internacional pelos 500 anos do Descobrimento da América no Rio de Janeiro. Sobretudo a imigração açoriana ao sul do Brasil foi alvo de repetidas considerações, salientando-se a sua lembrança em Porto Alegre por motivo do congresso de encerramento do triênio científico-cultural pelos 500 anos do Brasil, em 2002.(Veja)

O Museu da Emigração Açoriana em Ribeira Grande, ilha de São Miguel

A visita ao Museu da Imigração Açoriana em Ribeira Grande, na ilha de São Miguel, constituiu tópico de primordial significado do programa de estudos euro-brasileiros realizados nos Açores em Agosto/Setembro de 2018.

Esse museu é um dos mais importantes das muitas instituições de natureza museológica de São Miguel e uma das mais relevantes instituições voltadas a estudos da imigração dos Açores.

A cidade de Ribeira Grande, onde se localizada, é uma das mais antigas do arquipélago. Já em 1507 foi elevada a vila, uma época próspera graças ao algodão e linho que podiam ser ali trabalhado com a força de moinhos possibilitados pela força da água do rio que a corta.

A localidade passou por sérias atribulações na sua história, salientando-se entre elas a sua  destruição causada por vulcão em 1563. Um dos principais logradouros da cidade, à frente da igreja matriz, lembra o nome de Gaspar Frutuoso, autor de Saudades da Terra, principal fonte para o conhecimento das ilhas atlãnticas das primeiras décadas do século XVI e que também traz registros que comprovam o abandodo da ilha por emigrantes já nessa época.

Os problemas dos séculos que se seguiram, trazendo falta de trabalho e penúria, levaram a intensas ondas emigratórias, o que torna compreensível que ali se tenha instituído o museu da imigração açoriana. O museu encontra-se instalado no edifício do antigo mercado de peixe de Ribeira Grande.



O Brasil no amplo espectro da imigração açoriana no museu de Ribeira Grande

A visão ampla da imigração açoriana é oferecida no museu de Ribeira Grande através da exposição de materiais e documentos referentes aos principais países que receberam os ilhéus do arquipélago.

O primeiro lugar cabe ao Brasil, colonia portuguesa à qual se transferiram nos primeiros séculos os açorianos na sua grande maioria. Segue-se no conjunto das exposições o Uruguai, o Havaí e, sobretudo, os Estados Unidos e o Canadá, países que adquirem maior relevância para estudos de épocas mais recentes.

Se o Brasil é considerado no museu no conjunto da história da imigração que abrange diversos países, colocando-o assim ao lado do Uruguai, do Havaí, dos Estados Unidos e do Canadá, a êle é dado atenção inicial no caminho de uma exposição que leva por fim às comunidades açorianas na América do Norte, às quais constata-se um pêso particular.

A consideração do Brasil refere-se mais ao passado, a dos Estados Unidos e do Canadá ao presente; a primeira tem caráter mais histórico, na segunda destacam-se aspectos sociais, de personalidades que alcançaram prosperidade, sucesso e posições, do papel da mulher e outros aspecto que dizem respeito mais ao passado recente e ao presente.

Na visita, salientou-se que, apesar de todas as continuidades de natureza processual através dos séculos, deve-se evitar o risco de visões anacrônicas de desenvolvimentos, ou seja, de projeção indiferenciada de fatos e decorrências mais recentes ao passado.

Não conhecimentos da situação e de decorrências de comunidades de origem açoriana na América do Norte devem constituir ponto de partida para considerações referentes aos açorianos no Brasil, mas, ao contrário, o estudo de desenvolvimentos açoriano-brasileiros é que deve consistuir pressuposto para a consideração de fases mais recentes de correntes migratórias.

Por outro lado, já a proximidade maior do arquipélago da costa norte-americana exige a consideração de possíveis contatos e desenvolvimentos mais remotos à do início da história imigratória ao Brasil, o que revela a complexidade que se coloca à historiografia.


A aproximação à problemática humana da emigração na museologia - a saudade
O museu procura de início ganhar a empatia do visitante aos aspectos emocionais da imigração, o abandono da terra e da família, as dificuldades e as espectativas da aventura imigratória à procura de melhores condições de vida.

Ultrapassando procedimentos historiográficos exclusivamente baseados na consideração de dados de fontes escritas, a exposição tematiza com diversos recursos os temores das viagens e do destino incerto em terras em parte ainda virgens.

Não só se considera a problemática existencial da partida, do abandono da terra e da família, como também a da vida no estrangeiro marcada por ambivalências emocionais e mentais de processos integrativos e desintegrativos relativamente à sociedade receptora.

Essa complexa situação humana, individual e coletiva, manifesta-se também e sobretudo naqueles que retornam movidos por saudades mas já trazendo marcas de um distanciamento causado pela estadia no Exterior.

Nesse procedimento que relaciona interdisciplinarmente históría e estudos culturais de nartureza antes empírica, estudos de fontes e de pesquisa do quotidiano, o museu utiliza-se de fontes e meios dos mais diversos, de fotografias, objetos varios, emblemas e documentos, e mesmo de encenações.

Neste sentido, apresenta já de entrada um espaço encenado com cama de solteiro com colcha de retalhos, com um baú para o transporte dos parcos pertences de um emigrante.

Nas paredes, fotos sugerem os momentos da vida do quotidiano, de trabalho, das festividades e, sobretudo, do culto ao Espírito Santo que são levados por aqueles que partem e que representam as imagens por êles guardadas no Exterior.

Uma especial atenção é emprestada ao sucesso de emigrados,
em particular daqueles da América do Norte, assim como à repercussão desse sucesso nas ilhas natais. Apresenta-se vasta documentação que comprova que emigrados, movidos pelas saudades e pela lealdade à terra e aos familiares, visitam regularmente as ilhas, por vezes anualmente, contribuindo financeiramente à vida de parentes e à comunidade, compartilhando a prosperidade alcançada e possibilitando com doações a recuperação de igrejas e à manutenção de tradições.

Tambem aqui é o visitante sensibilizado para as dimensões psicológicas desse fenômeno tanto relativamente àqueles que se orgulham em demonstrar o sucesso obtido como àqueles que recebem e se confrontam com a prosperidade do conterrâneo enriquecido. O esplendor de igrejas e das festas assim possibilitado é assim impregnado de valores emocionais decorrentes de complexos processos culturais marcados por ambivalências.

O Brasil na exposição do Museu da Imigração Açoriana

No tratamento do Brasil, chama a atenção do observador que o percurso da exposição é aberto com a recordação de um episódio da história política que documenta como poucos outros os estreitos vínculos entre o Brasil independente e os Açores: o do papel desempenhado pelos açorianos na luta de Dom Pedro I (1798--1834) e correntes liberais contra as forças absolutistas sob o seu irmão Dom Miguel (1802-1866), importante fator que o levaria ao alcance da vitória e a assumir o trono português.

Essa lembrança surpreende apenas de início o visitante, uma vez que não diz respeito mais imediatamente a imigrações. Ela traz à consciência porém os estreitos vínculos que uniam o Brasil e os Açores, os elos que não podem ser compreendidos sem a presença açoriana no Brasil  e o do significado dos Açores na historia das correntes liberais. Essa lembrança traz sobretudo à consciência que as imigrações do passado colonial não podem ser analisadas sem considerar-se que tiveram lugar dentro da esfera portuguesa e assim dentro de um Portugal continental, insular e extra-europeu, distinguindo-se assim fundamentalmente daquelas que posteriormente se dirigiram não só ao Brasil independente como a regiões com outros contextos político-culturais como o Havaí, os Estados Unidos e o Canadá.

A partir da recordação desse marco histórico das relações Açores-Brasil, a ida de açorianos ao Brasil é considerada com especial atenção na exposição permanente instalada no museu. Menciona-se de início que a ida de açorianos ao Brasil remontaria à primeira metade do século XVI, podendo ser seguida a partir de 1530.

A exposição salienta o significado das Saudades da Terra de Gaspar Frutuoso para a história das emigrações açorianas. Ali se encontram as primeiras notíicias da ida de pessoas dos Açores ao Brasil: „...no ano de mil quinhentos e seteenta e nove, sendo de muita esterilidade (...) ficaram os moradores da ilha tãõ atribulados e pobres que não se podiam manter nela, vendo êle (Diogo Fernandes Faleiro) alguns parentes seus em semlhante aflição, os persuadiu que se quisessem sair daquela miséria e se fiossem para o Brasil para o que gastou com eles, provendo.-os de todo o necessário para sua embarcação...“ (Veja)

Em particular Santa Catarina e o Rio Grande do Sul, assim como o Pará são considerados na exposição, onde se lembra que 50 famílias - ca. de 219 pessoas - embarcaram para o Brasil em 1677 no porto de Horta da ilha de Faial no navio Jesus, Maria e José.

Um marco nos desenvolvimentos que levaram à intensificação da imigração no século XVIII foi o ato de D. João V (1689-1750) em comunicar que ofereceria benesses a todos os açorianos que fossem para o Brasil.

Importante documento apresentado no museu é o de um levantamento de 1746 que alistou daqueles que desejavam ir para o Brasil. Esse registro indica um número de 7817 pessoas. O maior número dos alistados era aquele dos provenientes de São Jorge (2822), seguindo-se aqueles de Faial (1207), da Terceira (912),  da Graciosa ( 772), e, por fim, de São Miguel (328).

Esse documento pode ser visto também como indicativo do estado de necessidade que premia habitantes ao abandono de sua terra nas diferentes ilhas, salientando-se aqui as de São Jorge e a da próxima Faial.

Uma outra leva significativa de açorianos salientada no museu é aquela de 1776, quando 200 casais foram transportados da ilha do Faial para o Pará.

Dos dados oferecidos, o visitante obtém um panorama histórico que demonstra que, no século XVIII, a grande porcentagem - ca. de 30% - dos emigrantes açorianos dirigiam-se a Santa Catarina. Só entre 1748 e 1756, mais de 6000 açorianos partiram para Santa Catarina. Cerca de 4500 estabeleceram-se no litoral catarinense, outros foram reembarcados para o Rio Grande do Sul. Em Santa Catarina, estaleceram-se nas freguesias de Nossa Senhora do Rosário, Enseado do Brito e Nossa Senhora da Conceição da Lagoa. Em 1796, 2091 açorianos viviam em São José.

As dificuldades extraordinárias da viagem e do estabelecimento dos açorianos no Brasil eram devidas à penúria dos emigrantes e ao fato de muitos viajarem de forma clandestina, sem passaporte, os embarcados „de calhau“. Os navios deixavam muito a desejar quanto a condições de higiene, de modo que, como lembrado no museu, os açorianos chegavam aos portos brasileiros em condições de saúde absolutamente deploráveis.

O museu acentua que a vinda de açorianos era desejada pelas autoridades para fins de povoamento e, entre outros, para a defesa da colonia. Assim, lembra-se que o brigadeiro José da Silva Paes (1769-1760), engenheiro militar e administrador encarregado de fortificar a nova Capitania da ilha de Santa Catarina pediu, em 1742, a vinda de casais de ilhéus, uma vez que pouco adiantava construir-se fortalezas se não houvesse pessoas que as guarnecessm.

Estabelecendo uma ponte entre a consideração da imigração açoriana ao Brasil e à presença açoriana no Uruguai, o museu lembra que D. Pedro Antonio de Cevallos Cortés y Calderón (1715-1778), primeiro vice-rei do Rio de La Plata, durante uma ação militar em 1763 contra a cidade do Rio Grande, levou 40 famílias de açorianos para o Uruguai.

A problematica da aclimatização e das condições de trabalho e vida no Brasil

A aclimatização e as condições de trabalho eram também difíceis, o que é salientado em alguns de seus aspectos na exposição.

Entre êles, lembra-se que durante décadas no século XIX açorianos coexistiram com os escravos africanos -- e mesmo os substituiram - na lavoura cafeeira. Estabelece-se assim uma correlação entre a diminuição do número de africanos no decorrer do século XIX e o aumento do número de açorianos que passaram a se dirigir ao Brasil. Seria o gradativo desenvolvimento que por fim levaria ao fim da escravatura africana que explicaria a intensidade da imigração açoriana no século XIX ao Brasil, diferenciando-se esta assim nas suas causas daquela mais antiga do século XVIII. Esse desenvolvimento do trabalho agrícola no Brasil seria principal fator explicativo do fato de que entre 1830 e 1860 os emigrantes açorianos na sua grande maioria iam para o Brasil.

Essas décadas de meados do século XIX constituem assim aquelas que particular atenção deve ser concedida nos estudos de processos culturas, o que exige, porém, que se considerem outras regiões, outros desenvolvimentos e outros contextos sociais e culturais do que aqueles da grande intensidade imigratória da época colonial. Essa diferenciação deve ser feita tanto em relação às causas que levavam à emigração nas ilhas, quanto à procura e as expectativas de vida e trabalho no Brasil.

Consequências da colonização e atualidade da presença açoriana no Brasil

O museu acentua a constatação de que os desenvolvimentos desencadeados pela ação de açorianos em épocas pioneiras de tomada de posse de terras, povoamento e desenvolvimento agrícola e econômico sobretudo de regiões sulinas desencadearam processos que teriam consequências até o presente. Esses efeitos seriam reconhecidos por pesquisadores e autoridades brasileiras, como o comprovaria a existência do monumento aos imigrantes em Porto  Alegre, uma cidade na qual a presença açoriana seria „bem visível“.

O museu documenta a participação de brasileiros de ascendência açoriana nos seus trabalhos. Menciona uma dedicatória de um visitante provindo da cidade do Espírito Santo, fundada por açorianos, que afirma:

„Os Açores estão na veia cultural do Brasil. A saudade dos que partiram é, hoje, lembrança no coração e na história dos que chegaram.



De ciclo de estudos sob a direção de
Antonio Alexandre Bispo


Indicação bibliográfica para citações e referências:
Bispo, A.A. „ Açores-Brasil nos estudos de Emigração, Imigração e Reimigração Açoriana. Museologia da emigração nos Açores e a análise de processos em contextos internacionais“
. Revista Brasil-Europa: Correspondência Euro-Brasileira 175/2 (2018:5).http://revista.brasil-europa.eu/175/Emigrantes_acorianos.html


Revista Brasil-Europa - Correspondência Euro-Brasileira

© 1989 by ISMPS e.V. © Internet-edição 1998 e anos seguintes © 2017 by ISMPS e.V.
ISSN 1866-203X - urn:nbn:de:0161-2008020501


Academia Brasil-Europa
Organização de Estudos de Processos Culturais em Relações Internacionais (ND 1968)
Instituto de Estudos da Cultura Musical do Espaço de Língua Portuguesa (ISMPS 1985)
reconhecido de utilidade pública na República Federal da Alemanha

Editor: Professor Dr. A.A. Bispo, Universität zu Köln
Direção gerencial: Dr. H. Hülskath, Akademisches Lehrkrankenhaus Bergisch-Gladbach
Corpo administrativo: V. Dreyer, P. Dreyer, M. Hafner, K. Jetz, Th. Nebois, L. Müller,
N. Carvalho, S. Hahne









 

_________________________________________________________________________________________________________________________________


Índice da edição     Índice geral     Portal Brasil-Europa     Academia     Contato     Convite     Impressum     Editor     Atualidades

_________________________________________________________________________________________________________________________________