O complexo temático em debate nos meses de julho-agosto de 2005 da Academia Brasil-Europa foi determinado pelo projeto de estudos transatlântico-interamericanos em andamento e pelo Ano Brasil-França da A.B.E., motivado pela passagem dos 20 anos do I° Encontro Brasil-França em Royaumont.

As atividades França-Brasil do ano de 2005 foram abertas pelo colóquio dedicado às correntes atuais na teoria da arte e suas implicações para as ciências da cultura, em memória a Jacques Derrida, realizado em fevereiro, na sede européia da Academia.

Nos meses de julho e agosto desenvolveu-se um intenso programa de atividades dedicado ao fomento das reflexões concernentes às relações e/ou à incompatibilidade de aportes teóricos atuais, em particular do âmbito do pós-estruturalismo, com aqueles provenientes da antiga filosofia, mantidos através dos séculos e transmitidos ao Novo Mundo.

Esse confronto pareceu ser necessário, uma vez que as análises culturais de processos transatlânticos e interamericanos realizam-se em grande parte a partir de fenômenos histórico-culturais de fundamentação ontológica e que exigem consideração adequada. O eventual uso de aportes teóricos que partem de tentativas deconstrutivas de edifícios ontológicos e/ou metafísicos pressupõe particular cuidado diferenciador com relação à posição do teórico e do objeto de análise. Nesse intento, não se pode deixar de considerar as correntes do antigo Gnosticismo, Teurgia e tradições de pensamento esotérico e da heterodoxia religiosa da Antiguidade e da Idade Média, como foi discutido em jornada de estudos realizada pela A.B.E. em cooperação com a Universidade de Colonia.

Após o encerramento do seminário dedicado à história de concepções muso-teóricas da Idade Média sob a perspectiva do diálogo de culturas e religiões, as reflexões foram aprofundadas em visitas a diversos centros significativos para estudos das correntes intereuropéias e euromediterrâneas do pensamento religioso e da cultura na Suíça, na França e na Itália.

A.A.B.

Observação: o presente texto oferece apenas um relato suscinto de eventos, estudos e projetos. Não tendo o cunho de estudo ou ensaio, não inclui notas e citações bibliográficas. O seu conteúdo deve ser considerado no contexto geral deste número da revista. Pede-se ao leitor que se oriente segundo o índice desta edição (acesso acima).