A.A.Bispo

Realizou-se, no dia 1 de dezembro, na sede européia da Academia Brasil-Europa, a recepção de fim de ano da organização. O objetivo da sessão foi preparar a apresentação e a discussão do balanço das atividades euro-brasileiras do ano de 2007.

Com a presença de representantes de universidades e da imprensa, a solenidade incluiu três conferências sobre complexos temáticos de atual relevância:

1) A concepção teórico-cultural da A.B.E. e sua assimilação por outras instituições culturais e científicas;
2) A situação da pesquisa da América Latina na Europa: histórico, tendências e perspectivas e
3) A atualidade de estudos político-culturais na atualidade.

Após expor brevemente as origens históricas da A.B.E. e os contextos humanísticos e filosóficos nos quais se inseriram no passado, o Presidente da organização lembrou dos 40 anos da fundação da primeira instituição mundial dedicada à Culturologia no sentido atual do termo e que representou o início da atualização teórica dos trabalhos.

Apresentando ao público os estatutos da fundação de 1967 e registrados em São Paulo, em 1968, expôs os principais objetivos da organização então fixados e que antecederam de forma manifesta muitos desenvolvimentos teóricos que se supõe serem posteriores.

Tem-se, assim, com base em documentos registrados, a prioridade do Brasil em questões de orientação teórica em várias áreas e contextos disciplinares e metadisciplinares. Entre elas, pode ser salientada a visão dirigida
a) à processualidade da cultura, substituindo perspectivas voltadas a categorizações de áreas e esferas disciplinares;
b) à análise interrelacionada de estrutura e história no âmbito desses processos;
c) à necessidade de reflexões teóricas no acompanhamento das mudanças culturais, em estreito relacionamento dos intelectuais com a sociedade e, sobretudo,
d) à exigência de uma fundamentação científico-cultural de uma política de difusão cultural.

As conferências foram emolduradas com execuções do Quarteto de sôpros "Im kühlen Grund", proveniente da cidade de Bad Honnef. Foram interpretadas obras de J. Stamitz e Ernst Kutzer. Finalizando, membros do quarteto elucidaram a razão da denominação do ensemble nas suas relações com a história cultural da região.