Doc. N° 2399
Prof. Dr. A. A. Bispo, Dr. H. Hülskath (editores) e curadoria científica © 1989 by ISMPS e.V. © Internet-edição 1999 by ISMPS e.V. © 2006 nova série by ISMPS e.V. Todos os direitos reservados - ISSN 1866-203X - urn:nbn:de:0161-2008020501
116 - 2008/6
Polonia-Portugal-Brasil
68: Tradição e renovação na difusão camerística Mariuccia Iacovino e Arnaldo Estrella
Revendo 1968 na vida musical brasileira. Trabalhos da A.B.E. 2008 40 anos de fundação da sociedade Nova Difusão constituidora da Organização Brasil-Europa
A 10 de Março de 1968 teve lugar, na série dos concêrtos matinais do Departamento de Cultura da Secretaria de Educação e Cultura de São Paulo, um concerto de câmara a cargo do Duo Mariuccia Iacovino e Arnaldo Estrella. O programa constou de J. Brahms, Sonata op. 100 em Lá Maior, Francisco Mignone, Segunda Sonata, e C. Franck, Sonata em Lá Maior. O programa do concerto divulgava críticas relativas a apresentações recentes do Duo em países europeus, sobretudo na Polonia (Koszalin, Varsóvia) e em Portugal (Lisboa, 1966). Apresentava-se em São Paulo um casal de artistas que há muito, desde 1942, vinham-se dedicando à difusão da prática de música de câmara no Rio de Janeiro. A violinista Mariuccia Iacovino (Valls Estrela) dedicava-se já há décadas ao ensino do violino e à música de câmara. Provinha de uma das mais conceituadas escolas de violino do Brasil, a de Paulina d' Ambrosio, professora do antigo Instituto Nacional de Música, onde se diplomara em 1927. Em Barcelona, em 1928, estudara com Fernández Arbós (1863-1939). Retornara à Europa após ter conquistado o prêmio de viagem, em 1930. As suas atividades na área camerística, na década de trinta, decorreu em colaboração com Alfredo Gomes e Edoardo de Guarnieri. Foi professora da Academia de Música Lorenzo Fernandez e fundadora da Sociedade do Quarteto, que dirigiu de 1943 a 1947. Juntamente com o seu marido, o Duo Iacovino-Estrela, apresentara-se em inúmeros concertos no Brasil e no Exterior. De 1949 a 1954 viveu na Europa. Em 1966, obteve o prêmio no Concurso Internacional de Quartetos Villa-Lobos, sendo primeiro violino do Quarteto do Rio de Janeiro. À época de seu concerto em São Paulo, orientava musicalmente a Rádio M.E.C. Arnaldo Estrela (Petrópolis 1908-Rio de Janeiro 1980), era, em 1968, então catedrático da Escola Nacional de Música, um dos mais conceituados pianistas e pedagogos do Brasil. Recebera a sua formação musical a partir de 1913 com Enrico Borgongino, passando a seguir a estudar no Instituto Nacional de Música, com Barroso Neto, terminando os seus estudos em 1930. Estudou matérias teóricas com o compositor O. Lorenzo Fernandez e, a partir de 1934, com Tomás Terán. Como camerista, juntamente com Iberê Gomes Grosso e Oscar Borgeth, tornou-se conhecido em várias cidades do Brasil. Foi professor assistente no Instituto de Artes da Universidade do Distrito Federal, de 1935 a 1943, e professor do Conservatório Nacional de Canto Orfeônico (1943-1946). Esteve como regente à frente da orquestra Pró Música (1941/42). Com a sua esposa, Iacovino, participou de concertos em vários países da Europa, da União Soviética, da China e em Angola.
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A.A.Bispo
Observação: o texto aqui publicado oferece apenas um relato suscinto de trabalhos. Não tendo o cunho de estudo ou ensaio, não inclui notas e citações bibliográficas. O seu escopo deve ser considerado no contexto geral deste número da revista. Pede-se ao leitor que se oriente segundo o índice desta edição (acesso acima).