Da França à Alemanha e ao Brasil
ed. A.A.Bispo

Revista

BRASIL-EUROPA 169

Correspondência Euro-Brasileira©

 
Reims. Foto A.A.Bispo 2007. Copyright

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Reims 2007. Fotos A.A.Bispo ©Arquivo A.B.E.

 


N° 169/16 (2017:5)



Problemas da formação adequada de musicólogos no Brasil e na França
considerados no centenário de Villa-Lobos (1887-1959)
e a tradição do Esclarecimento na pesquisa da França à Alemanha e ao Brasil

Lembrando Roger Joseph Victor Cotte (1921-1999)

Reflexões de outono europeu nos 30 anos do
Primeiro Congresso Brasileiro de Musicologia pelo centenário de Villa-Lobos

 


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Transcorridos 30 anos da realização do Primeiro Congresso Brasileiro de Musicologia, levado a efeito em São Paulo pelo Centenário de Heitor Villa-Lobos (1887-1959), torna-se oportuno recordar alguns aspectos de particular significado para o presente das reflexões que a êle levaram e nele foram tratadas. Ocasião para essas reflexões ofereceu-se na visita de brasileiros a convite da Academia Brasil-Europa à região do Eifel e do Mosela, rio que liga a França à Alemanha e que adquire, assim um significado para a história das relações franco-alemãs na história cultural e das idéias.

A permanente atualidade de muitas das questões então consideradas decorrem por um lado do fato de que a data comemorativa impôs uma atenção especial ao nacional, ao nacionalismo e ao binômio nacional/universal na criação musical e na pesquisa. Recordar essas reflexões serve ao aguçamento da observação de processos político-culturais do presente, marcados por recrudescimentos de tendências nacionalistas, populistas, povísticas e identitárias em muitos países.

Por outro lado, a atualidade das preocupações de então diz respeito às suas dimensões teórico-científicas, à compreensão de musicologia, de ciência da música ou de ciências musicais, de seus fundamentos conceituais, métodos, de suas relações com outras esferas da pesquisa e do conhecimento e sua adequada integração no contexto universitário brasileiro. Neste sentido, recordá-las surge como de interesse atual, pois não só muitos dos problemas então discutidos continuam insolucionados e permanecem em debate também em países com mais antiga tradição universitária na área.

O congresso de 1987 em São Paulo revela-se, em retrospectiva, até mesmo como evento com características avançadas em contexto internacional de anelos de reorientação culturológica da musicologia instituída universitáriamente.

Realizando-se após cinco anos de fundação da Sociedade Brasileira de Musicologia, o congresso realizou-se significativamente sob o signo da tentativa de constatação do estado e da situação dos estudos e da pesquisa referentes à música no Brasil.

O intuito foi o de alcançar uma visão geral mais ampla quanto possível da situação da pesquisa e de tendências do pensamento de estudiosos individuais das mais diferentes áreas e vinculações universitárias, de grupos e em instituições, sem, porém, perder de vista o escopo fundamental que levou já em 1968 à criação do Centro de Pesquisas em Musicologia da sociedade voltada ao estudo de processos culturais em São Paulo (ND): o da institucionalização adequada da musicologia no âmbito das Ciências Humanas de faculdades de Filosofia, Ciências e Letras e não em escolas ou conservatórios superiores de música ou Departamentos de Comunicações e Artes de universidades.

Esse intento, embora não alcançado, - estudos de natureza musicológica continuaram a ser conduzidos em instituições antes voltadas à música prática e às artes -, nunca deixou de manter a sua vigência, sendo discutido no Brasil e no Exterior e constituindo um dos motivos fundamentais que levaram à fundação da Sociedade Brasileira de Musicologia em 1981.

Na discussão da institucionalização adequada da musicologia no âmbito universitário no Brasil - e em Portugal -, sempre se considerou em cotejo os caminhos seguidos em países de maior tradição acadêmica na área, em particular na Alemanha e na França.

No contexto internacional, o estudo da história da institucionalização da área, - e que se relaciona estreitamente com a sua própria compreensão e seus métodos - tornou-se importante considerar também a irradiação e a diferenciação de modêlos e correntes centro-européias, em particular alemãs no continente americano, sobretudo nos Estados Unidos.

Em continuidade de um processo difusor ou receptivo, no Brasil, a influência americana reflete-se, entre outros aspectos, na inscrição da área antes no âmbito prático-musical, da criação e das artes.

Estabeleceu-se, assim, em decorrência de extensões, recepções contextualizadas e influências recíprocas uma complexa situação internacional quanto à institucionalização universitária da área, não isenta de problemas decorrentes de incoerências.

Perante essa realidade, considerou-se, na preparação do primeiro congresso da área no Brasil, que, ao lugar de reflexões de natureza fundamental concernentes à conceituação da área, seria mais adequado partir-se dos „fatos feitos“ e da situação do ensino e da pesquisa nas instituições existentes.

Se nas reflexões relativas à institucionalização universitária adequada da área a Alemanha sempre desempenhou um papel prioritário devido à própria história da disciplina, para o Brasil também e talvez sobretudo o desenvolvimento na França mereceu sempre ser considerado com atenção.

Não só a recepção de obras de autores franceses foi particularmente intensa devido à maior facilidade do idioma e aos mais estreitos elos intelectuais, como também obras de natureza teórica fundamental e usadas no ensino na área, em particular na Sorbonne, foram utilizadas como textos de base em cursos de natureza musicológica no Brasil em fins dos anos de 1960 e início da década de 1970. Entre êles, poder-se-ia lembrar, entre muitos outros, aqueles de Jacques Chailley (1910-1999).

Os elos com autores franceses expandiram-se e intensificaram-se na Europa a partir de 1974.

Elos de Villa-Lobos com desenvolvimentos franceses e a musicologia na França

O fato do primeiro congresso brasileiro de musicologia realizar-se em ano comemorativo de Villa-Lobos torna compreensível o papel primordial que deu-se à consideração de relações com a França nas reflexões relativas à situação dos estudos e da pesquisa de cunho musicológico no Brasil.

Villa-Lobos foi estreitamente marcado na sua história de vida, na sua criação e na sua projeção internacional por Paris da década de 1920, vínculos que se mantiveram em décadas posteriores, lembrando-se das muitas e relativamente longas permanências o compositor na capital francesa.

Compreensivelmente, textos de autores franceses desempenharam relevante papel na valorização e na divulgação de seu nome e de sua obra.

O estudo de questões de imagens, da presença de Villa Lobos no panorama internacional, de visões e interpretações exige que se considere o desenvolvimento dos estudos musicológicos na França, em particular de décadas que se seguiram às duas grandes guerras do século XX.

Personalidade saliente da musicologia na França e no Brasil: Roger V. Cotte

Entre as personalidades que mais de perto atuaram nos preparativos e na realização do Primeiro Congresso Brasileiro de Musicologia em São Paulo, em 1987, ano do centenário de Heitor Villa-Lobos (1887-1959), deve-se lembrar Roger Victor Cotte, musicólogo e professor francês residente no Brasil.

Como recém-eleito Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Musicologia e professor do Instituto de Artes do Planalto/Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho, Roger Cotte desempenhou papel relevante nas discussões no âmbito da SBM que antecederam o congresso e nas sessões que tiveram lugar naquele instituto.

Como professor da instituição, a êle foi solicitado uma exposição a respeito de planos e iniciativas concernentes ao ensino e à pesquisa da musicologia, vindo assim de encontro ao escopo do congresso.

Pediu-se a Roger Cotte que considerasse a questão e os projetos à luz de sua experiência profissional na França, contribuindo, assim, ao exame da situação brasileira no contexto mais amplo do desenvolvimento internacional da musicologia, seu ensino, prática de pesquisa e sua institucionalização universitária.

A „música antiga“ nas suas relações com a musicologia na França e no Brasil

Para isso, Roger Cotte trazia os melhores pressupostos para uma competente consideração comparada de desenvolvimentos da área na França e no Brasil. Estudara flauta nos anos da Segunda Guerra Mundial e aqueles que a ela se seguiram até 1948 no Conservatoire de Paris, instituição na qual se formaram numerosos brasileiros desde o século XIX, de alto renome e mesmo considerada como modelar no Brasil.

Entre os seus colegas da classe de Gaston Cunelle (1898-1990), que também tinha  tido a sua formação no conservatório e cujo sucessor seria Jean-Pierre Rampal (1922-2000), encontravam-se vultos de projeção e influência. Entre êles salientava-se Pol Mule (1926-2012), músico e regente em Marselha, um dos mais destacados promotores da música francesa. Deve-se destacar também Jean-Louis Beaumadier, que estudara anteriormente no conservatório de Marselha com Joseph Rampal - pai de Jean-Pierre Rampal - e tornara-se um dos mais renomados executantes de piccolo da atualidade, membro da Orquestra Nacional da França.

Com James Galway, flautista norte-irlandês que fora durante anos primeiro flautista dos Berliner Phlharmoniker, conhecido pelos seus temperamentais posicionamentos político-culturais, a música antiga demonstrava que muitos daqueles que se dedicavam a questões de Renascença e Barroco também se abriam à música contemporânea e ao Jazz. Entre aqueles que mais se destacavam na rêde de músicos e pesquisadores que relacionavam uma cultura marcada pelo interesse pela música antiga de Marselha e de Paris deve-se lembrar de Maxence Larrieu, nascido em Marselha e membro do Ensemble Baroque de Paris, desde 1952 um dos mais destacados conjuntos de instrumentos antigos da Europa. Tendo exercido atividades de docente em Los Angeles e ensinava na época em Paris e Genebra.

Considerando essa sua formação e o entusiasmo pela música antiga na França posterior à Guerra - e que dava continuidade de forma atualizada a uma longa tradição - compreende-se o interesse de Roger Cotte pela música antiga, formando já em 1953 um grupo de instrumentos antigos em Paris.

Significativamente, tornou-se posteriormente professor de flauta na Schola Cantorum de Paris, a instituição que desde a sua fundação em 1894 era marcada pelo estudo e cultivo do Canto Gregoriano, da música renascentista, do Barroco tardio e do pré-classico. Em 1958, escreveu um método de flauta-doce, instrumento que - assim como no Brasil - passava a despertar intenso interesse no ensino e na prática musical na França (Méthode complète de flûte à bec (ou flûte douce, Paris).

Foi de uma prática musical para a qual a pesquisa de repertório e organológica é que Roger Cotte passou a dedicar-se à musicologia histórica. Estudando na Sorbonne, alcançou o doutorado em 1961 com um trabalho sobre compositores franceses emigrados à Suécia, ali dirigindo também um laboratório.

A tragetória de Roger Cotte apresentava assim paralelos com o desenvolvimento no Brasil na década de 1960. Também em São Paulo a prática da música antiga e o interesse por instrumentos antigos deram impulso às reflexões que tiveram a sua expressão na fundação do Centro de Pesquisas em Musicologia em 1968.

Roger Cotte e Iluminismo na Filosofia da Música nos estudos euro-brasileiros

O contato com Roger Cotte no âmbito do programa euro-brasileiro deu-se em 1976/7, quando da realização de um Seminário de Filosofia da Música e Musikanschauung na Universidade de Colonia, no qual preparou-se um trabalho sobre o a música na obra de Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) sob a perspectiva de seu significado e irradiação de concepções do Iluminismo e aquelas relacionadas com o complexo Cultura/Natureza.

Nesse sentido, Roger Cotte voltou a ser particularmente considerado na Semana de Música França-Alemanha, realizada sob orientação brasileira em Leichlingen/Colonia em 1982.

Estudos de simbolismo musical de Roger Cotte e o estudo cultural do edifício de imagens

Esse interesse pelo pensamento do Esclarecimento, considerado não apenas no sentido epocal, mas sim de processos esclarecedores, acompanhou os intuitos de reconhecimento e de análise de sistemas de concepções e imagens, de visões do mundo e do homem que marcaram - e marcam - fundamentalmente os estudos culturais referenciados segundo o Brasil e desenvolvidos em diferentes contextos institucionais.

Roger Cotte surgia como destacado estudioso do simbolismo musical, uma especialização que se manifestou na sua obra Musique et symbolisme. Apesar das afinidades, a aproximação de Roger Cotte à simbologia diferenciava-se daquela de estudos de sistemas culturais de imagens que remontava ao Brasil e que se tornou principal preocupação dos trabalhos e das reflexões.

Esta resultara em parte de reflexões no âmbito da área de Comunicação Visual da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, em parte da análise da linguagem visual de expressões tradicionais brasileiras na procura de compreensão de seus sentidos.

Com a fundação do departamento de Etnomusicologia da organização pontifícia de música sacra, em 1977, essa preocupação de análise e compreensão de sentidos da linguagem visual de representações, danças e outras expressões transmitidas em contextos marcados pelo Catolicismo tornou-se fundamental.

A aproximação de Roger Cotte aos estudos simbólicos, porém, apesar das afinidades, diferenciava-se dessa orientação teórico-cultural sob diferentes e fundamentais aspectos, o que, ao contrário de levar a dissidências, favorecia o aprofundamento das reflexões.

Roger Cotte era conhecido como maçom e estudioso da música e do simbolismo maçom nos meios musicológicos através de seu livro La musique maçonnique et ses musiciens, publicado na Bibliotèque internacionale d‘Études maçonniques na Bélgica, em 1975 (Braince le Comte, ed. du Baucens).

A afinidade de interesses por questões de simbolismo e a diferença teórica quanto a objetivos, concepções e procedimentos determinou aproximações e deu impulsos aos trabalhos da Sociedade Brasileira de Musicologia, chegando Roger Cotte a promover uma visita de seus membros ao Grande Oriente de São Paulo.

Paradoxias na França e no Brasil: pós-graduação em área de inexistente graduação

Na sua conferência no Primeiro Congresso Brasileiro de Musicologia, Roger Cotteexpôs as experiências que teve na França e no Brasil no sentido de tentar promover um bacharelato em Musicologia correspondente à „Licence“ francesa no Instituto de Artes do Planalto.

No Brasil havia a possibilidade de ser feita uma pós-graduação em Musicologia, não existia, porém, uma graduação na área. Na França, pelo menos na sua universidade, a de Reims, existia o doutorado em Musicologia mas também não havia graduação na área. Ou melhor, esta existia, mas não oficialmente. Êle, como professor, tinha sido pago assim com soma destinada à aquisição de livros para a biblioteca, o que demonstrava a precariedade da situação. Em carta e 26 de fevereiro de 1986, Roger V. Cotte expôs em pormenores as dificuldades por êle encontradas em São Paulo.

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A questão da existência de possibilidades profissionais justificativas de graduação

Roger Cotte lembrava que, quando tratou do problema da necessidade da instituição de curso de graduação na universidade de Reims com o Ministério competente, a ministra exigiu primeiramente um levantamento do mercado de trabalho para aqueles que seriam graduados em musicologia.

Como tinha atuado na nniversidade, como músico solista, como colaborador da rádio e da televisão, como regente e jornalista, Roger Cotte procurou os seus antigos chefes para obter informações a respeito de possibilidades profissionais para futuros graduados. Dessas visitas resultou uma lista de áreas profissionais que exigiam a atuação de pessoal com bom conhecimento de bases da musicologia.

Essa lista que enviou ao Ministério incluia em primeiro lugar as profissões do ensino. Na França, para o ensino nas escolas secundárias, no liceu, no colégio, os professores seriam formados em musicologia com especialização pedagógica, evidentemente também haveria possibilidades de emprêgo nos conservatórios e nas escolas particulares de música.

Havia também a possibilidade de que os musicólogos fossem aproveitados para cargos diplomáticos, como adidos culturais. Se o adido cultural francês em São Paulo era professor de matemática, adido cultural da embaixada sueca em Paris tornara-se posteriormente diretor do conservatório de Estocolmo.

Outra possibilidade profissional era a de curadores de música para instituições especializadas. Os musicólogos podiam também fazer publicações de textos antigos ou escrever textos para gravações, trabalhos que eram em geral bem remunerados. Uma outra opção na França seria a do trabalho como bibliotecários especializados em música.

Outras possibilidades profissionais ofereciam o rádio e a televisão. A primeira de todas dizia respeito àquela do engenheiro de som. Neste sentido, êle próprio tinha passado em concurso respectivo na França, constante de ditados musicais, provas rígidas de organologia, de escolha de artistas e também de leitura de partituras - aqui devia-se escutar uma gravação e detectar êrros com base na partitura. Tornava-se necessário também para o exercício profissional conhecer o contexto em que se situa uma obra na história da música para não se incorrer em êrros estéticos.

Podia-se pensar também em postos de diretor de bibliotecas, de discotecas e de direção artística. É eviente que o diretor artístico de firmas de gravações sérias deve saber algo de musicologia. Também o jornalismo - na Rússia ninguém poderia fazer crítica musical sem diploma de musicologia e especialização em crítica - surge como campo de trabalho para musicólogos. Nos jornais, é o musicólogo aquele que pode preparar adequadamente documentários relativos à música.

Roger Cotte lembrou também as sociedades de direitos autorais que possibilitam a sobrevivência de compositores. Nelas são empregados inspetores que visitam anonimamente concertos e, com um sistema especial de grafia, anotam o que se executa para a comparação posterior com a declaração entregue. Surge como conveniente que essa tarefa seja feita por um especialista e não por alguém que apenas sabe „vender papel“, como uma vez teria escutado de um editor.

Ao apresentar a sua lista, o Ministério respondeu que aquele que a fizera nada sabia do problema e da profissão. Estranhamente, porém, um mês depois, na Revue d‘Education Nationale, do próprio Ministério, a lista foi publicada com a assinatura da Ministra, um fato que causou estranheza a Roger Cotte e que sempre era por êle lembrado.

Qual seria, em resumo, o programa de ensino da Musicologia? Para Roger Cotte, a base seria a História da Música e a Terminologia. Isso seria para êle muito importante, especialmente no Brasil. No Brasil não se encontravam livros que, em português, tratassem a musicologia em geral. Os alunos deviam saber pelo menos ler duas línguas de importância para a área, entre elas o francês, o inglês, o alemão e também o italiano. Era conveniente que estudassem o latim. Na França aconselhava-se o estudo de uma língua importante e uma secundária; no seu caso, estudara sueco.

As técnicas musicais, solfejo, harmonia, análise, contraponto e organologia, assim como as técnicas da música antiga deviam ser estudadas. O mesmo podia dizer-se quanto à execução de instrumentos e a realização de baixo contínuo ou de transcrição paleográfica.

Para o Brasil, algumas dessas áreas não teriam tanta importância, uma vez que apenas se possuem obras musicais a partir do século XVIII. Importante seria também estudar técnicas de engenharia de som e a redação, assim como um pouco de administração e direitos autorais.

Por fim, os alunos deviam fazer um estágio profissional na especialização escolhida.

Cotte fizera a mesma proposta no Brasil, várias vezes, e sempre foi derrotado nos vários conselhos da instituição. Até mesmo por colegas argumentavam não existir no Brasil uma lei que autorize um curso de Musicologia. Como sempre salientava, uma lei, porém, podia ser criada. Seria necessário apenas pedi-la energicamente e encontrar políticos dispostos a defender a idéia. Tratar-se-ia, assim, da necessidade de empenhos destinados a chamar a atenção de autoridades para o significado da área.



Indicação bibliográfica para citações e referências:
Bispo, A.A..“ Problemas da formação adequada de musicólogos no Brasil e na França
considerados no centenário de Villa-Lobos (1887-1959) e a tradição do Esclarecimento na pesquisa da França à Alemanha e ao Brasil. Lembrando Roger Joseph Cotte (1921-1999
). Revista Brasil-Europa: Correspondência Euro-Brasileira 168/16 (2017:5).http://revista.brasil-europa.eu/169/Roger_Cotte_e_Bispo.html


Revista Brasil-Europa - Correspondência Euro-Brasileira

© 1989 by ISMPS e.V. © Internet-edição 1998 e anos seguintes © 2017 by ISMPS e.V.
ISSN 1866-203X - urn:nbn:de:0161-2008020501


Academia Brasil-Europa
Organização de Estudos de Processos Culturais em Relações Internacionais (ND 1968)
Instituto de Estudos da Cultura Musical do Espaço de Língua Portuguesa (ISMPS 1985)
reconhecido de utilidade pública na República Federal da Alemanha

Editor: Professor Dr. A.A. Bispo, Universität zu Köln
Direção gerencial: Dr. H. Hülskath, Akademisches Lehrkrankenhaus Bergisch-Gladbach
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