O Carnaval do Rio e o carnaval Donia
ed. A.A.Bispo

Revista

BRASIL-EUROPA

Correspondência Euro-Brasileira©

 

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Nosy Be. Fotos A.A.Bispo 2015. Copyright. Arquivo A.B.E..

Nosy Be. Fotos A.A.Bispo 2015 . Copyright. Arquivo A.B.E..


Nosy Be. Fotos A.A.Bispo 2015 . Copyright. Arquivo A.B.E..








 

154/8 (2015:2)



O Carnaval do Rio e o carnaval Donia, Madagáscar
- o grande festival cultural e musical do Índico -

Pesquisa da Música Popular em Processos Transculturais e Worldmusic 2015


Pelos 450 anos do Rio de Janeiro

 
Nosy Be. Fotos A.A.Bispo 2015. Copyright. Arquivo A.B.E..
Relações entre o Brasil e o Madagáscar não têm sido até o momento suficientemente consideradas, reveladas e analisadas.


Por ocasião da passagem dos 450 anos do Rio de Janeiro, a grande ilha do Índico à frente do Leste africano oferece-se para estudos comparados e reflexões por diferentes motivos.


Esse quase-continente tem uma de suas baías sempre comparada pelas suas dimensões com a da Guanabara, uma evocação que se acentua pelo fato de possuir um Pão de Açúcar. (Veja)


O Madagáscar sedia além do mais a festividade que é celebrada como sendo o maior carnaval dessa esfera do globo: o de Donia.


Ambas as celebrações - no Brasil e no Madagáscar - merecem ser consideradas nos estudos culturais do carnaval em relações e contextos globais, exigindo porém e favorecendo atenções diferenciadoras.


O Brasil nos estudos do carnaval nas suas inserções no edifício cultural


A designação carnaval de Donia não pode dar margens a mal-entendidos, levando a paralelos por demais superficiais com o carnaval no Brasil.


O carnaval brasileiro tem as suas origens históricas no ciclo das festas anuais do hemisfério norte, de antiga proveniência, posteriormente referenciadas no seu sentido com o calendário religioso cristão. Deve ser estudado nas suas similaridades e diferenças com outras manifestações do carnaval em países europeus e naqueles marcados pela colonização e pela cristianização. Nesse sentido, a análise da linguagem visual dos costumes carnavalescos, os seus mecanismos internos que possibilitam a integração de atributos e referências culturais de diferentes contextos, tem sido desenvolvida sob diferentes aspectos nas últimas décadas.


Já há muito a atenção vem sendo dirigida ao conjunto mais abrangente de expressões festivas próprias sobretudo de uma época determinada do ano natural e religioso do hemisfério norte - das vésperas do inverno à preparação da primavera -, assim como de expressões afins, ainda que menos acentuadas em outras épocas do ano de acordo com a estrutura, os mecanismos e os significados do ciclo anual reconheciveis pela percepção sensorial, em particular das transições solsticiais.


Para o estudo de concepções e imagens tem-se desenvolvido no âmbito dos estudos euro-brasileiros desde a década de 70 análises de fundamentos simbólico-antropológicos subjacentes a expressões e, em consequência, à compreensão do edifício de compreensão e leitura do mundo de natureza antropocêntrica. (Veja)


Para além dessas análises de fundamentos, a revitalização do carnaval, a reorganização de suas formas de expressão, de cortejos e escolas no século XIX tem constituido objeto de estudos em diferentes cidades e regiões mais marcadas pela tradição carnavalesca, não só em cidades brasileiras, mas também em centros como Colonia, Mogúncia, Basiléia, Palmas das Canárias, Ibiza, Veneza e varias outras cidades.


Tem-se procurado aqui reconhecer e estudar relações entre expressões provenientes de tradições mais antigas, de remotas origens, e aquelas derivadas de medidas reestruturadoras e disciplinaradoras da época do Historismo. Para além da pesquisa das bases da celebração e de suas expressões, de natureza antes sistemática devido à sua inserção no edifício da visão do mundo e do homem, tem-se procurado estudar as mudanças e transformações ocorridas nos últimos séculos, ou seja, o carnaval na sua historicidade.


No caso do Rio de Janeiro, uma das questões que mais tem merecido a atenção dos pesquisadores nos estudos euro-brasileiros é a da fundamental transformação de mecanismos e de sentidos do carnaval com representações de enrêdo. Estas, expondo, ilustrando ou celebrando em forma de show decorrências e situações históricas tais como descobrimentos, revelam outros mecanismos do que aqueles fundamentalmente anti-tipológicos da antiga tradição de compreensão do mundo e do homem, marcadas pelo grotesco, pela sátira e pela crítica do homem e da comunidade - não por glamour, pelo lindo e atraente.


Diferenças fundamentais do carnaval de Donia


O carnaval Donia, no Madagáscar, não pode ser igualado aos tradicionais carnavais de fins de inverno do hemisfério norte e que precedem o início do período da Quaresma da Europa e de suas transplantações no mundo extra-européia.


A denominação é em princípio pouco adequada, pois o evento pouco tem a ver com o sentido terminológico da expressão e que diz respeito à carne no sentido amplo de seus significados na sua antecedência ao período de jejum de cunho preparador, como se manifesta no termo português de entrudo (Introitus).


Numa primeira aproximação, tudo indica que o termo carnaval é usado no caso de Donia no seu sentido amplo, não preciso, lembrando o emprêgo da expressão em manifestações de alegria de outras épocas do ano, tais como o „Carnaval das Culturas“ de Berlim ou os CSD como uma espécie de carnaval gay de verão no hemisfério norte.


O Carnaval Donia não tem história longa e a sua consideração não substitui estudos mais aprofundados que possam revelar possíveis transplantações do carnaval europeu ao Madagáscar em passado mais remoto.


O carnaval Donia é em princípio resultado de uma criação ou invenção, abertura de um festival, passando em muitos casos a designá-lo no sentido de pars pro toto.



A ilha de Nosy Be como região turística do Madagáscar e o festival de música


É primordialmente evento da ilha de Nosy Be no Noroeste do Madagáscar, habitada por ca. 45000 habitantes, um dos principais centros turísticos do país, adquirindo porém na sua ainda breve existência dimensões maiores. Conheceu tentativas de ser implantado em outras cidades malgaches, passou a ser apoiado internacionalmente por outros países de marcada formação cultural francesa e territórios franceses no Índico, e adquiriu uma projeção que explica ser hoje considerado como parte do patrimônio cultural do Madagáscar.


As informações que em geral se transmitem a respeito da história do festival sugerem ter sido as suas origens resultado de intenções de natureza econômica e de fomento do turismo. Toda a história posterior do evento surge também estreitamente relacionada com preocupações econômicas, de financiamento e de interesses materiais e inserções políticas, estando a sua sobrevivência várias vezes ameaçada, em particular em anos de crises.


Segundo essas informações, o evento remonta a um projeto de criação de um festival de música em Nosy Be, nascido em 1993 em círculos vinculados ao fomento do turismo e da economia dessa ilha. Criou-se, para a sua realização, uma associação cultural sem fins lucrativos, o Comitê de Organização do Festival de Nosy Bee - COFESTIN. A presidência dessa sociedade foi assumida por André Michel, diretor do Hotel Andilana Beach.


Aproximações aos significados mais profundos de „Donia“


Essas referências a intentos econômicos e, em particular, de fomento do turismo por parte agências e hotéis de Nosy Be não devem impedir tentativas de análise de sentidos mais profundos de um projeto que se transformaria em patrimônio cultural malgache.


As aproximações à percepção desses significados podem-se guiar pela sua designação „Donia“. Esse termo foi escolhido por fazer referência à vida na sua beleza em expressão do idioma Sakalave, falado por habitantes do Norte do Madagáscar.


O nome teria sido sugerido pelo Pe. Robert Jaovelo-dzao, doutorado em Teologia e professor do Instituto Superior de Teologia e Filosofia Ambatoroka, personalidade de projeção internacional nos estudos etnológicos e etnomusicológicos marcados pela preocupação de desenvolvimento de um cristianismo adequado culturalmente a contextos culturais extra-europeus do periodo posterior ao Concílio Vaticano II. Tornou-se conhecido através de suas muitas obras, tais como Anthropologie religieuse sakalava (1987), La conception de la mort chez les Sakalava u nord-ouest de Madagáscar (1990), La sagesse malgache (1991), Mythes rites et transes à Madagáscar (1996), La logique malgache (1996) e, mais recentemente Ethnies et Ethnicité (2005).


O trabalho que o Pe. Robert Jaovelo-dzao apresentou em 1982 como término de ciclo em Etno-Teologia da Faculdade de Teologia Católica da Universidade de Strassburg, de título „Anthropologie religieuse sakalava: Essai sur l‘inculturation du christianisme à Madagáscar“, documentou duas áreas principais de seus estudos e que surgem significativas para a compreensão do complexo „Donia“: a de concepções antropológico-religiosas da cultura dos Sakalava e aquela relacionada com o conceito de „inculturação“.


Donia e a discussão do conceito de inculturação nos estudos culturais euro-brasileiros


O termo inculturação, condutor das reflexões e práticas dos anos pós-conciliares, e hoje novamente retomado, encontrava-se no centro de reflexões críticas em eventos e nos trabalhos etnomusicológicos sob direção brasileira do instituto de estudos hinológicos e etnomusicológicos (Colonia/Maria Laach) da organização pontifícia de música sacra (Roma) a partir de 1977.


Ainda que bem intencionado no sentido de de-europeização ou de-colonização de formas e expressões musicais do culto cristão, apresentava e apresenta problemas conceituais e de compreensão de cultura.


Essa problemática, reconhecida como de particular atualidade para a África, foi considerada em simpósio etnomusicológico dedicado à África Central e do Leste realizado em Bonn e Colonia, em 1979, e que contou com a participação de especialistas brasileiros. (Veja)


Como tratado no Simpósio Internacional Música Sacra e Cultura Brasileira realizado em São Paulo, em 1981 (Veja), um dos problemas fundamentais do termo e das intenções e práticas inculturativas residia na manutenção e mesmo revitalização de concepções que já há vinham sendo reconhecidas como problemáticas de categorização de cultura e suas esferas.


A expressão condutora contrariava, assim, intentos de renovação de estudos culturais através de uma orientação da atenção a processos, favorecendo uma revitalização de concepções já mais antigas dos estudos de folclore e formas de expressão nacionais e nacionalistas do passado.


Nesse sentido, discutia-se o problema do emprêgo em novas práticas inculturativas de formas de expressão tradicionais sem a suficiente consideração de seus contextos e dos processos transformatórios em que se inseriam, muitas delas já marcadas pela ação missionária do passado.


Essa problemática, em pauta no evento brasileiro, determinou também a consideração de iniciativas guiadas pelos intuitos inculturativos em outros países do globo.


A reorganização ou reconstrução de edifícios culturais por meio de elementos heterogênos ou desintegrados de seus contextos apenas poderia ser realizada através de uma intenção programática ou reinterpretativa de agentes pastorais da inculturação. O intento inculturativo do presente parecia ser uma reedição de mecanismos já empregados na atração e cristianização de indígenas no passado, quando suas expressões e atributos culturais foram integrados em folguedos de festas católicas européias de natureza anti-tipológica, passando por transformações de sentidos e consequente „carnavalização“.


Recriada festa de época de Pentecostes no sentido de festa de aldeia ao ar livre


Essa discussão dos anos 80 foi retomada perante a exposição de fotografias das várias edições do Donia no Museu de Nosy Be. As imagens ali apresentadas indicam a integração em novo todo de grupos de diferentes contextos tradicionais e étnicos.


Devido à época do ano escolhida para o evento, pode-se supor associações com sentidos do período de alegria da época de Pentecostes.   Assim, escolheu-se primeiramente o fim de semana de Pentecostes para a realização do festival. Nesse sentido, o termo carnaval corresponderia antes a festividades de alegria conhecidas em países europeus - e no Brasil - desse período do ano.


O primeiro festival teve lugar no mês de maio de 1994 em Hell Ville, a principal cidade da ilha de Nosy Be, tendo sido possibilitado pelo apoio da agência Tazako. Foi, nas suas dimensões e características, uma espécie de festa de aldeia ao ar livre, realizado com meios improvisados e com técnica rudimentar de palco e som, e que contou com a presença de um público de ca. 800 pessoas.


Nesse primeiro festival, realizaram-se quatro apresentações musicais com grupos renomados do país e, em particular, alguns do norte do Madagáscar. Ao mesmo tempo, incluiram-se programas esportivos e culturais vários, assim como um pequeno carnaval na abertura do festival, o que acabaria por marcar todo o evento.


Crônica da história do festival nas suas relações com La Réunion


O desenvolvimento histórico que se apresenta no Museu de Nosy Be indica os caminhos pelos quais o festival tornou-se um importante momento de encontro e divertimento não só para o país como também para todo o Oceano Índico.


Um momento importante nesse desenvolvimento deu-se em 1995, quando o festival passou a receber auxílio do Conselho Regional e da Direção Regional de Assuntos Culturals de La Réunion, Departamento do Ultramar Francês, podendo assim o festival assumir características mais profissionais. Deve-se dar atenção, assim, que foi justamente o antigo poder colonial do Madagáscar que deu significativo apoio ao evento.


Para além do apoio financeiro, o festival passou a ser organizado por uma especialista de La Réunion: Marie Edwige Moser. As apresentações de Nosy Be passaram a ser transmitidos por televisão nesse Departamento francês.


Com essa internacionalização, o festival ganhou em dimensões e prestígio, o que favoreceu a obtenção de outros apoios. Para além do já tradicional do hotel Andilana Beach, passaram a apoiar o evento a Sirama de Nosy Be, sob a direção de Roger Vahiny, a companhia aérea do Madagastar, bares e restaurantes, pescarias locais e a companhia de rum Dzama (Vidzar). Esses apoios também se manifestaram na melhoria de infra-estrutura para a realização do evento, como a entrada de artistas construida pela Sirama, a grande empresa de beneficiamento de açúcar que determinava até há poucos anos a economia da ilha.


A principal preocupação que marcou a história do festival - a sua perenização - parecia nesse momento ter sido solucionada com o apoio da Municipalidade de Nosy Be e, internacionalmente, do Conselho Regional de La Réunion.


Grande passo nesse sentido foi dado em fins da década de 90, quando o COFESTIN, sob a presidência de Sanna Vincenzo, conseguiu assinar um acordo para a melhoria da aparelhagem sonora do festival, alcançando também do Govêrno do Madagáscar apoios para a continuidade do evento, em particular o seu reconhecimento como parte do patrimônio cultural malgache.


Sanna Vincenzo é hoje reconhecido como uma das principais personalidades que, desde o início empenharam-se na manutenção do festival, também no ano crítico de 1998, quando vários dos membros do Comitê Organizativo se afastaram. Nessa situação, a continuidade do festival apenas foi possibilitada pelo alcance de apoios de firmas e idealistas locais, entre êles o Ampy Augustin Portos, Jean  François Py, Daniel Cosse, Philippe Hardcastle e Radaniarison Hubert.


Após 1999, o festival passou a ter lugar em palco estável, para tal construído, com melhores condições de som e luz. Com o crescente sucesso de público - que logo atingiu ca. de 50 000 espectadores - e com a participação e grupos de diferentes países nos seus quatro concertos, o festival passou a ter uma ressonância cada vez maior na imprensa.


Se o carnaval de abertura do festival passou a representar a principal marca do projeto cultural criado em 1993/4, não se pode esquecer que este abrange um grande número de diversificados eventos, palestras, exercícios de sensibilização ecológica e social, jogos e atividades esportivas, assim como espetáculos para crianças.


De novo com a ajuda financeira da França, a área de apresentação pôde ser fechada, o que contribuiu para a segurança perante a crescente criminalidade, pôde-se reformar as tribunas e construir um palco, que passou a ser denominado Jean François Py. O evento tornou-se agora Festival Culturel de l‘Océan Indien.


Entre 2002 e 2003, o festival parecia não poder ter continuidade devido à crise política. Nessa situação, o evento perdeu um de seus sustentáculos, o Ampy Augustin Portos, que exilou-se em Moçambique. O presidente do Comitê Organizativo, Alain Soumondronga, conseguiu porém manter a continuidade do festival, com apoio do govêrno, que chegou a colocar à disposição o avião presidencial para o transporte de artistas e aparelhagens.


Com o apoio financeiro, o Donia pôde realizar-se novamente em maiores dimensões em 2005, congregando 600 artistas. Realizaram-se eformas de palco, de serviços, vestiários, implantação de vias e jardins públicos em Hell Ville. A irradiação internacional do festival foi intensificada com a participação das principais estações de televisão e rádio do Indico, assim como pela transmissão direta de espetáculos através da Internet.


A morte do líder do grupo Renesens de La Réunion, Damien Aupiais, assim como a de quatro espectadores à entrada da área de festivais, turvaram a história mais recente do festival. Conflitos pessoais de toda a ordem enfraqueceram o seu comitê organizativo e custaram-lhe o apoio de La Réunion e da França em geral.


Entre 2006 e 2008, procurou-se recuperar e acentuar o profissionalismo no festival. Cuidou-se de uma maior divulgação pela imprensa e entre os turistas que visitam Nosy Be.


Em 2009, o Comitê decidiu contratar um profissional de captação de recursos para possibilitar a manutenção e a expansão do evento. Criou-se a Caravane Donia, que incluia duas noites de espetáculos em Antsiranana e uma na capital Antananarivo. Esse intento, porém, não teve o sucesso esperado, causando grandes prejuízos e fazendo com que o evento voltasse a se concentrar em Nosy Be.



Em 2009, com a crise política de Madagáscar, Nosy Be sofreu o maior impacto até então experimentado de sua economia e situação de trabalho com o fechamento da Sirama, a indústria açucareira e a dos pescadores UNIMA. A economia local passou a restringir-se quase que exclusivamente à atividade hoteleira e turística.



Assim, 2010 foi um ano que entrou na história local como determinado pela desesperante falta de trabalho e por um declínio na visita de turistas. Nessa situação, o Ministro da Cultura do Govêrno de transição do Madagáscar procuraram, com apoio moral e financeiro, possibilitar a continuidade do evento, entregue à presidência de Hubert Radaniarison.



O Donia nos últimos anos: revitalização e transformação de um festival


A renascença do festival deu-se em 2011, com organização reduzida, empenhado em manter-se como festival cultural de Nosy Be. Em 2012, graças a parceria com o Departamento Francês de Mayotte, reconquistou-se um certo equilíbrio. O Comitê organizativo pôde repreender a sua tarefa de apoiar ações sociais em Nosy Be, o de conservar o patrimônio cultural e natural local, entre êles a praia Ambodivanio.


Em 2014, esse festival já mostrou ter-se tornado um dos principais eventos culturais internacionais do Índico e da África. Nele tomaram parte artistas e políticos do Madagáscar, Rodrigues, Camores, La Réunion, Gabão e Mayotte.


No carnaval e na abertura de quarta-feira, o festival contou com a presença de mais de 22000 espectadores. Os quatro primeiros dias do carnaval foram marcados por grande entusiasmo, incluindo apresentações vespertinas de grupos infantís e de dança. Vários dos artistas que se apresentaram gozam de ampla popularidade no Índico e na África.


Entretanto, o Donia continua a passar por dificuldades financeiras devido às poucas entradas de bilheteria, fato explicável pela difícil situação econômica da ilha, marcada por desemprêgo. Os espetáculos gratuitos, entre êles o festival Off, o carnaval, o moto cross e as atividades de esportes congregaram grande número de espectadores, em total de 80 000.


Essa edição do festival que, com a participação de todos os países do Oceano Índico tornou-se o maior „carnaval“ de toda a esfera índica e da África Austral, não poderia ter sido realizada sem o apoio de firmas e órgõas, nacionais e internacionais, entre êles o Ministério do Turismo do Madagáscar e do Departamento Francês de Mayotte, além de firmas e hotéis como Orange Madagáscar, Brasseries Star, o Andilana Beach, Le Louvre, Le Palm Beach, La Jirama, Royal Beach, Madiro Hôtel e JBE Mizik.


O evento de 2014 foi aberto pelas autoridades nacionais e locais com o tradicional afinafindrao e incluiu a eleição da Miss Donia, efetuada no ginásio local, sendo o concurso acompanhado por música e apresentações de dança. Entre os assuntos tematizados em conferências e campanhas, salientam-se aqueles devotados à luta contra a AIDS/SIDA, à defesa ambiental, aos direitos infantís e aos direitos humanos.



De ciclo de estudos da A.B.E.
sob a direção de

Antonio Alexandre Bispo




Todos os direitos reservados

Indicação bibliográfica para citações e referências:
Bispo, A.A.(Ed.).„O Carnaval do Rio e o carnaval Donia, Madagáscar - o grande festival cultural e musical do Índico“.
Revista Brasil-Europa: Correspondência Euro-Brasileira 154/8 (2015:02).http://revista.brasil-europa.eu/154/Carnaval_do_Rio_e_Donia.html


Revista Brasil-Europa - Correspondência Euro-Brasileira

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