Esporte e arte - nacional e nacionalsocialismo

Revista

BRASIL-EUROPA 163

Correspondência Euro-Brasileira©

 

N° 163/16 (2016:5)






Esporte e arte

Do liberalismo nacional do século XIX a partir da Regata de A. Carlos Gomes (1836-1896)
às concepções nacional-socialistas da Olimpia de 1936 em Berlim


Estudos em Riva di Garda recapitulando visita ao Olympiapark de Berlim

 

As tendências políticas do presente são marcadas pelo ressurgimento de anelos e concepções nacionais e nacionalistas. Esses desenvolvimentos motiva estudos de outras épocas da história que foram determinadas por movimentos de cunho nacional nas suas diferentes características epocais e de contexto, assim como de suas consequências.


Entre esses processos, destacam-se os movimentos que levaram à formação de estados nacionais do século XIX e do processo político de entre-guerras que culminou com o nacionalismo de estados totalitários da década de 30 e 40.


Esses estudos vem sendo desenvolvidos nas suas relações e interações com o Brasil sob diversos aspectos, no corrente ano em particular com referência ao movimento nacional unificador e irredentista da Itália anterior à Primeira Guerra e suas continuidades e transformações no período posterior nas suas relações com o Brasil. Os anos de 1930 precedentes à Segunda Guerra, com o Fascismo, o Nacionalsocialismo alemão e os regimes totalitários em Portugal e no Brasil merecem particular atenção.


Os movimentos atuais fazem ressurgir concepções que pareciam estar ultrapassadas, etnicistas, racistas, "povísticas" (völkisch) e que se inserem em edifício ideológico de visão do mundo e do homem que se tornou mais evidente e determinante sob os regimes ditatoriais da Itália e da Alemanha, mas que também tiveram repercussões no Brasil.


Concepções antropológicas e de sociedade de natureza ideológica tiveram a sua expressão na arquitetura, no urbanismo, nas artes plásticas e na música e deixaram obras que contrastavam com aquelas difamadas como "arte degenerada" e que, em parte, manteem-se até hoje em edifícios então construídos, em galerias, museus e na vida musical.


A constatação do significado relevante de questões estéticas em diferentes situações marcadas por movimentos nacionais e nacionalistas antes e depois da Primeira Guerra traz à consciência a relevância atual de estudos da História das Artes e da Estética nos seus fundamentos ideológicos da visão do mundo e sobretudo do homem à época da formação de estados nacionais no século XIX e dos regimes totalitários de entre-guerras. Entre os aspectos que devem ser considerados, destaca-se o da relação entre a arte e o esporte, o que se justifica não só pela atualidade dos jogos olímpicos realizados no Brasil em 2016.


Arte e esporte na era liberal do Reino da Itália do século XIX: alpinismo e regatas


O movimento nacional e as guerras italianas voltadas à recuperação de cidades e regiões sob a égide da Áustria do reino Lombardo-Venêto decorreram em região marcada por grandes lagos e pelas montanhas pré-alpinas e alpinas. É compreensível, assim, que imagens e atividades relacionadas com montanhas e águas tenham desempenhado papel relevante na cultura, nas artes e nos esportes. Ainda hoje são essas regiões altas marcadas por práticas alpinas e lacustres. Em vários lagos lombardos, do Trentino e Alto Adige, entre outros o de Como e de Garda, praticam-se intensamente esportes a remo e de vela, sendo que competições e regatas marcam o calendário festivo, social e cultural de várias cidades.


Riva di Garda. Foto A.A.Bispo 2016

Um importante evento é o das regatas de Riva di Garda, no norte do lago do mesmo nome e que entrou na história política do século XIX pelo movimento nacional das próximas cidades de Roveredo e Trento, e, no século XX sobretudo por ter sido nas suas margens, em Salò, instalada a capital da Repubblica Sociale Italiana - estado fascista dependente da Alemanha nazista na Segunda Guerra.


Riva di Garda. Foto A.A.Bispo 2016
A constatação do significado ainda atual das regatas em Riva di Garda durante os estudos culturais euro-brasileiros realizados nessa região em 2016 trouxe novos aspectos à consideração da composição Regata de Carlos Gomes, considerada no número anterior desta revista. (Veja)


A Regata do compositor brasileiro assegura ao Brasil uma significativa posição em estudos culturais voltados ás relações entre o esporte e a arte no contexto do movimento nacional italiano, marcado pelos intentos de integração nacional de territórios sob a égide austro-
Riva di Garda. Foto A.A.Bispo 2016
húngara. Tendo convivido com meios intelectuais em centros dos lagos alpinos, e mesmo escolhido o lago de Como para construir a sua Villa Brasilia, (Veja) Carlos Gomes conheceu uma vida social e esportiva marcada por atividades relacionadas com as montanhas e os lagos norte-italianos.


O texto de Antonio Ghislanzoni (1824-1893) posto em música por Carlos Gomes revela que o autor não decantou a prática esportiva em si, descrevendo-a, mas sim utilizou-a como imagem do homem que, remando metaforicamente nas águas da vida, persegue com força de vontade e energia um objetivo determinado que ama, almejando a vitória.


Com esses sentidos, a Regata pode ser considerada em paralelos com o Inno Alpino de Ghislanzoni e Carlos Gomes, no qual é decantado o impulso às alturas do homem, que alcançando cimos, pode, consciente do valor dos esforços no galgar das montanhas e com a experiência da visão ampla das alturas, atuar beneficamente junto áqueles que permaneceram nas planuras. (Veja)


Essas relações de sentidos entre a Regata e o Inno Alpino indicam que ambos devem ser analisados como expressões de concepções e di estado de espírito da sua época, a do Liberalismo italiano, do livre-pensamento e da maçonaria, manifestados na sua contextualização lombarda dos lagos e das montanhas alpinas.


Assim como outras obras de Carlos Gomes, também essas composições que manifestam relações entre o esporte, a arte e concepções político-culturais e do homem não devem ser consideradas retroativamente a partir de situações posteriores, mas sim na sua inserção em contextos de sua época e em momentos antecedentes de processos.


Com o desfecho da Guerra, uma situação diversa se impôs, tanto do lado dos vencidos como dos vencedores, entre êles os italianos que por fim alcançaram cimos dos Alpes, e, com ela, diferentes interpretações e atribuições de sentidos de práticas esportivas.


Na Alemanha derrotada, o movimento nacional-socialista, que alcançou o poder em 1933, foi acompanhado por concepções de natureza ideológica relativas à arte, à sua "degeneração" e à sua renovação segundo e a serviço da Weltanschauung e, entre elas, as relações entre a arte e o esporte desempenharam importante papel.


Esporte e Arte no Nacionalsocialismo - a exposição de arte na Olímpia de 1936


Apesar de continuidades, as fundamentais diferenças que impedem a consideração anacrônica de desenvolvimentos e expressões do período anterior à Guerra a partir da década de 1930, podem ser refletidas a partir de um texto que, publicado no ano da Olímpia de 1936 em Berlim, tratou das relações entre esporte e arte. Esse artigo tematizou o desenvolvimento artístico de diferentes nações representadas na mostra artística do evento segundo critérios ideológicos nacionalsocialistas.(Robert Volz, "Sport und Kunst: Ein Blick auf die Malerei des Auslandes", Velhagen & Klasings Monatshefte 51/3, 1936, 233 ss.).


O autor destacou-se posteriormente com outras publicações em órgãos nacionalsocialistas, tal como o de título "Pensamentos sobre a plástica figurativa", de 1936 (Robert Volz, "Gedanken zur Bildnisplastik", in Kunst und Volk, Die N,S.-Kulturgemeinde 12/1937, 356-363).


As idéias de Volz relativas às relações entre a arte e o esporte surgem aqui como significativas para a compreensão de concepções relativas à escultura, arte considerada como especialmente decadente e exigente de renovação na visão do mundo nazista. É sobretudo nessa importância da plástica figurativa no Nacionalsocialismo, no Fascismo italiano e em regimes totalitários afins que se evidencia sobretudo a atenção dedicada às relações da arte com o esporte.


É significativo que Robert Volz inicie o seu texto mencionando a regata. Lembra que, como estudante em Munique, visitando uma exposição em companhia de um colega que se dedicava intensamente a práticas esportivas, contemplando uma pintura que representava uma regata em lago bávaro - Ammersee - foi por este instruído quanto à leitura e o "valor" da obra.


Apesar de suas qualidades pictóricas de descrição da paisagem, das ondas, do vento e das nuvens, e aquelas da expressão pessoal do artista, a obra era "bonita, mas falsa". O pintor não teria nenhuma experiência do esporte a remo, o que poderia ser reconhecido na movimentação das ondas. Esse fato não poderia ser explicado pela liberdade artística, por mais importante que esta fosse.




Regata e corrida de cavalos - a tomada do artista no seu todo pelo esporte


Na apreciação de uma outra obra, que representava uma corrida de cavalos, compreendou-se o que realmente contava: um momento da maior concentração e tensão de forças, nas cores acidez e durez, as conturas não definidas reproduziam antes uma visão de movimento, transmitiam a impressão de um momento, de um segundo cheio de vitalidade de paixão. Era assim que deveria ser tratado o esporte na arte. Este em si deveria tomar conta do artista, imbuí-lo completamente, sendo correto o que deveria ser representado. Cores, meios artísticos e todo o mais que seria chamado de beleza viriam sem segundo lugar - era a tomada do artista no seu todo pelo esporte que contava.


Esta menção e acentuação do esporte equestre na argumentação do texto sobre as relações entre a arte e o esporte na ideologia nazista não são arbitrárias e de significado secundário. Pode-se lembrar que o Reichssportfeld dos jogos olímpicos em Berlim de 1936 foi implantado no local do anterior Estádio Alemão e este no da pista de corridas de cavalos dos anos anteriores à Primeira Guerra. A escolha dessa região de Berlim, anteriormente utilizada para exercícios militares, pelas suas características naturais e sociais tinha-se dado por ser adequada a pista de corridas de cavalos.


De refúgio de valores de ante-Guerra ao papel co-configurador e educador da arte


Robert Volz  trata do desenvolvimento do esporte em fins do século XIX e nos anos anteriores à Primeira Guerra, assim como a extraordinária importância que adquiriu após a Guerra.


As razões mais profundas dessa intensificação após 1918 residiria no fato de que o esporte representava o campo no qual nada mais valeria do que o total emprêgo de energias pessoais, da ação pura, não falsificada, corajosa e persistente - nele manifestaria-se o real poder do "homem total", incluindo uma grande e decisiva porção de idealismo. Aonde é que os homens poderiam apreciar tais evidencias do ser na sua natureza, da força de suas emoções e do querer, da força da vontade que se manifesta nas faces dos combatentes e de submissão àquele que vence?


O esporte, nos anos que imediatamente se seguiram à Guerra, tornara-se, segundo o autor, o enclave, um nicho no qual o mundo desaparecido encontrava refúgio. Nele, milhões de homens podiam reviver um estado de espírito que teria existido na Europa que sucumbira. Essa situaçãoi, porém, modificara-se fundamentalmente. O esporte não era, na era nacionalsocialista, apenas um refúgio, mas tornara-se co-configurador de uma época, o grande educador do homem, tanto do homem exterior como do homem interior.


Aqui residia, assim, segundo o autor, o momento crucial da transformação do esporte no período posterior à Guerra na visão nacionalsocialista: de esfera na qual ter-se-iam mantido valores da velha Europa, o esporte tornara-se na década de 30 co-configurador e educador.


A arte, que contava com uma tradição secular de relações com o esporte, teria seguido apenas lentamente o seu desenvolvimento. Os artistas ter-se-iam ocupado do esporte apenas quando este oferecesse tarefas aliciantes, tratando-o apenas a partir de motivações artísticas.


Agora, porém, todo e qualquer pintor e sobretudo escultor, se não quisessem ser meros repórteres, não poderiam deixar de reconhecer a diferença entre o tratar motivos esportivos apenas pelo fato destes oferecerem representações de efeito artístico e aquele de tratar o esporte pelo fato do próprio artista ser por êle "tomado" como homem integral.


Seria o fato de ser imbuído do esporte que possibilitaria ao artista representar vitalmente a idéia que se encontra por detrás das aparências, o sentido último das várias atividades esportivas nas suas diferenças.


Este estado de estar imbuída do sentido e da essência do esporte teria a arte alcançado apenas recentemente, e muitos renomados artistas ainda não se tinham dele compenetrado, ainda não se tinham deixar tomar pelo espírito do esporte.


Isso explicaria a ausência de muitos nomes internacionalmente conhecidos na exposição internacional de arte da XI Olimpíada em Berlim e da competição artística olímpica. Muitos deles não tinham criado obras que revelassem que tivessem encontrado o esporte de tal forma que o incorporassem. Apesar disso, essa exposição tinha oferecido uma oportunidade valiosa para conhecer  e avaliar a criação artística de outras nações nas suas relações com o esporte.


De ideais olímpicos de fins de século à ideologia dos anos trinta


O autor lembra que o fundador dos jogos olímpicos da era moderna, o barão Pierre de Coubertin (1863-1937), já em 1894 proclamava a antiga Grécia como modêlo a ser seguido. Esse fato indicava a concepção mais profunda, permanente do ideal olímpico na sua plenitude. Nas suas "Lembranças olímpicas" (Olympische Erinnerungen, Berlim: Limpert 1936), podia-se ler que, desde o início, Coubertin pretendia unir o poder esportivo e vontade férrea acilada com uma competição nas artes.


A força e o domínio dos músculos, a completa tensão do querer e a atitude cavalheiresca nos combates teriam como correspondência o competir por louros nas obras do espírito e das artes.


Também em 1936, arte e esporte teriam celebrado uma união. Se o esporte oferecia às artes incentivos à representação, por outro lado as artes deveriam procurar extrair o sentido verdadeiro, eterno do esporte das transitórias aparências e interpretar a força das mentes e dos corações dos combatentes, ou seja, a sua atitude interior. Com os meios da arte, o artista devia situá-los na grande linha da prontidão à ação e dedicação altruística que se refletem esteticamente no belo da arte e na sua aplicação bem fundamentada.


Uma arte enraizada no esporte segundo a Weltanschauung nacionalsocialista


Volz não se cansa em salientar, no seu texto, o perigo representado pelo tratamento do esporte apenas como objeto de cópia da realidade com os meios da arte, transformando-a numa espécie de relato, capaz apenas de alcançar uma boa fidelidade à natureza.


A arte apenas começaria onde o motivo último, o sentido ultrapassaria a mera representação superficial realista. Na consideração e avaliação de uma arte que se enraizaria no esporte, dever-se-ia sempre procurar dar atenção ao como é que essa arte, na sua concepção e na escolha de seus meios, esforçar-se-ia em fazer justiça ao sentido e à atitude do esporte. Dever-se-ia considerar como a obra do artista apresentaria o esporte, não o tratando de forma lúdica e "lisa", mas rude e dura, maciça e enérgica, transmitindo algo da tensão interna e da disciplina inerentes ao esporte.


Violência e emoções. Esportes de luta e de bola na avaliação de obras nacionais


A força da vontade de uma competição pode
ria ser muito bem reproduzida artisticamente no modo de controle das linhas e das cores. A violência do boxe ou de uma luta livre ou os momentos culminantes de jogos de bola deviam ter a sua correspondência já nas bases elementares dos meios artísticos e não apenas na representação, ainda que esta fosse bem sucedida do ponto de vista de fidelidade naturalística.


Essas condições artísticas deviam ser estudadas mais aprofundadamente na avaliação da arte as diferentes nações nas suas relações com o esporte. Para isso, a exposição da Olímpia de 1936 oferecera muitos exemplos, dos quais vários deles foram considerados no texto.


Enraizamento da vontade criadora dos povos na terra das diferentes nações


Segundo o autor, a vontade criadora dos povos teria raízes em diferentes terras. Ao se avaliar o que a arte das várias nações ofereceriam artisticamente ao esporte, dever-se-ia considerar se nela haveria um maior predominio da arte ou um maior predomínio do conteúdo esportivo.  


O amplo espectro possibilitado pela exposição da Olímpia 1936 mostrava que a arte nacional dos diferentes povos ia desde obras nas quais o motivo esportivo surgia apenas como motivo de um belo exercício artístico àquelas na qual a objetividade surgia como mais importante do que a transformação e a interiorização artística.


De uma cultura nacional determinada e de sua essência ou substância poder-se-iam levantar pontes à sua arte e vice-versa.


Seria difícil, porém, descobrir onde se enraizaria a arte na vida de um povo, como o demonstraria uma apreciação das obras expostas na Olímpia de 1936.


As obras holandesas, por exemplo, revelavam a sua inserção em antiga cultura pictórica dos Países Baixos e as da Suécia destacavam-se pela sua luminosidade e alegre colorido. Uma representação de luta de boxe austríaca salientava-se pela movimentação e tons da luta representada, uma paisagem de inverno italiana surgia apenas como  expressão de fútil tagarelice de italianos e uma pintura japonesa, já europeizada, demonstrava, na mixtura estilística, a ousadia questionável de miscigenações.


Inserção política do crítico - "arte degenerada" e arte nacionalsocialista


Seria muito difícil reconhecer com certeza até que ponto obras de arte extrangeiras revelavam atitudes fundamentais de um povo em matéria de arte. Seria aqui necessário proceder a longas observações e adquirir grande conhecimento da "essência" do respectivo universo extrangeiro.


Na argumentação de Volz  para a avaliação das obras expostas na mostra olímpica, aquele que as julgasse deveria sempre partir da sua própria conceituação político-artística. Neste sentido, o crítico alemão encontrava-se em posição privilegiada.


Os alemães deviam sentir-se felizes em terem superado a situação de desenraizamento da arte. A Alemanha nacionalsocialista encontrava-se na feliz situação de uma vida artística que teria sido liberta dos tenebrosos poderes da decadência, uma vez que todo o sistema das instituições estatais, políticas e culturais emprestava à vida artística unidade, conteúdo e direcionamento.


Essas menções indicam a convicção de que a arte havia sido regenerada, tendo suplantado a degenerência, um termo de cunho teórico-racial de origem antes biológica e medicinal aplicado às artes. Degeneradas surgiam, entre outras, obras que revelassem proximidades a correntes expressionistas, surrealistas, novo-objetivas, cubistas ou fauvistas. Como consequência do racismo e antisemitismo, também obras de autores judeus foram desqualificadas, supondo-se que nelas se manifestasse conteúdos judaicos ou judaizantes.


Sem mencioná-lo expressamente, o artigo sobre as relações entre esporte e arte veio de encontro ao fechamento do departamente novo da Galeria Nacional de Berlim de 30 de outubro de 1936. Proibiu-se a arte moderna e obras foram confiscadas ou destruídas. Após as Olimpiadas,  por disposição de 30 de junho de 1937, o presidente da câmara de arte do "Reich" passou a ter poderes de escolher a apossar-se de obras de pintura e de escultura de museus que, desde 1910, apresentassem sinais de degeneração para fins de exposição.




Mostra de obras expostas na Olímpia de Berlim na exposição "Alemanha"

A exposição "Alemanha", a maior exposição do ano de 1936,dedicada sobretudo às conquistas técnicas, incluiu, ainda que de forma independente, uma mostra da arte olímpica resultante da competição entre as nações participantes nos jogos. A revista cultural ilustrada de grande divulgação Durch alle Welt, publicou um comentário a respeito dessa mostra que se instalava na sala VI da exposição, então ainda em construção.


O pavilhão, construído segundo os mais modernos critérios de segurança, também com materiais contra-incêndios, possuia um pátio central em honra a artistas. A parede-rosto foi ornamentada com a águia olimpica. Na parede oposta, colocaram a suástica e, nas laterais das câmaras de exposição que se abriam ao pátio, viam-se as armas nacionais dos países representados. Esses emblemas, no total de 24 armas, foram em parte realizadas pelos artistas das respectivas nações..



De ciclo de estudos sob a direção de
Antonio Alexandre Bispo


Indicação bibliográfica para citações e referências:
Bispo, A.A.(Ed.).“Esporte e arte. Do liberalismo nacional do século XIX a partir da Regata de A. Carlos Gomes (1836-1896) às concepções nacional-socialistas da Olimpia de 1936 em Berlim“
. Revista Brasil-Europa: Correspondência Euro-Brasileira 163/16 (2016:05). http://revista.brasil-europa.eu/163/Arte_e_Esporte.html


Revista Brasil-Europa - Correspondência Euro-Brasileira

© 1989 by ISMPS e.V. © Internet-edição 1998 e anos seguintes © 2016 by ISMPS e.V.
ISSN 1866-203X - urn:nbn:de:0161-2008020501


Academia Brasil-Europa
Organização de Estudos de Processos Culturais em Relações Internacionais (ND 1968)
Instituto de Estudos da Cultura Musical do Espaço de Língua Portuguesa (ISMPS 1985)
reconhecido de utilidade pública na República Federal da Alemanha

Editor: Professor Dr. A.A. Bispo, Universität zu Köln
Direção gerencial: Dr. H. Hülskath, Akademisches Lehrkrankenhaus Bergisch-Gladbach
Corpo administrativo: V. Dreyer, P. Dreyer, M. Hafner, K. Jetz, Th. Nebois, L. Müller, N. Carvalho, S. Hahne





 









Berlim, 2012. Fotos A.A.Bispo ©Arquivo A.B.E.

 

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